Miranda estava pensativo. E o ambiente era o mais
propício possível. Uma ponte sobre um riacho, ao entardecer. Próxima a uma
pracinha muito linda.
Em sua mente um caldeirão dos acontecimentos recentes. O
debate com Eliakim, as incríveis coincidências envolvendo os números 3 e 7, e
principalmente, a história de amor entre Eliakim e Ziva. Aquilo era o mais
estranho de tudo. Como é que eles se olharam apenas uma vez e ficaram amarrados
um no outro? E como é que Eliakim, quase esquizofrênico com o número 7 foi
topar logo com uma paranóica pelo número 3? Não. Aquilo era absurdo demais. À
principio, pensou que Eliakim tinha imaginado tudo, mas não havia como negar a
história.
Naquele momento, enquanto sentia uma brisa suave tocando
seu rosto, ele se perguntou:
“Por que Deus não fala comigo usando de algo extravagante
tal como usou com Eliakim e Ziva, se é que Ele existe? Mesmo negando Sua
existência durante tantos anos, no fundo, no fundo sinto que minha negação
nunca foi 100%. Não consigo negá-lo 100%. Por que? E se Eu pedisse uma prova
pra Ele?” Por um momento, Miranda riu. “Imagine se o pessoal do Clube souber
que estou fazendo estes questionamentos”.
Mas ele voltou a ficar sério e disse em pensamentos:
“Senhor, se Tu não existe meu pedido não fará nenhum sentido. Ninguém pode ler
meu pensamento e, portanto, não passarei vergonha. Mas, se Tu de fato existe e
me ama como dizem por aí, mostra-me um sinal. Revela-me algo que me deixe sem
palavras, algo que me surpreenda.”