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Capítulo
1 - UM CRIME DO QUARTO FECHADO
Roma, março de 2001.
O professor Dr. Charles Tenebaum estava
terminando sua palestra para aquele pequeno grupo de sete pessoas. O local era
a sala de sua invejável biblioteca. O Dr. Tenebaum era reconhecido
internacionalmente por seu profundo conhecimento da cultura da antiga
Msopotâmia e regiões vizinhas. Era uma autoridade sempre requisitada quando o
tema envolvia aqueles povos do antigo médio oriente: babilônios, persas,
hebreus, egípcios, etc.
- Como vocês acabaram de ouvir, meus amigos,
os povos antigos, especialmente os semitas, valorizavam muito o significado de
um nome. Geralmente nomeavam seus filhos de acordo com algum evento especial. O
caso de Matusalém é um exemplo impressionante.
- Eu nunca tinha ouvido falar de algo tão
insólito, professor – disse Elizabeth Semara, uma bonita morena na casa dos
seus trinta anos, que lecionava História Antiga na Universidade de Oxford. Seus
traços fisionômicos denunciavam claramente sua origem de alguma região do
Oriente Médio.
- Pois é – respondeu o professor – no nosso
encontro da próxima quinzena vocês verão coisas ainda mais impressionantes
envolvendo esses fascinantes povos do antigo Médio Oriente.
O encontro a que o professor se referia fazia
parte de um curso que tinha começado há cerca de três meses. A cada duas
semanas, o professor e mais sete pessoas se reuniam a fim de debaterem sobre a
cultura dos antigos povos do Médio Oriente. Muitas pessoas adorariam participar
de tal curso, mas as vagas eram limitadas, principalmente porque o evento
acontecia dentro da biblioteca, um ambiente muito agradável, porém misterioso e
apertado.
Estes eram os sete participantes:
- a professora Elizabeth Semara,
- o professor de Arqueologia, Phillip
Seymour,
- o professor de Literatura Oriental, Paulus
Polkasa,
- a estudante de Religiões Antigas, Sandra
Mahonney
- a estudante de Arqueologia, Suzy Rani
Christie;
- o estudante de Literatura Oriental,
Ferdinand Maximus
- e a senhora Anita Salazar, uma bela mulher
de 40 anos, que estudava História antiga, mas era também a assistente pessoal
do Dr. Tenebaum.
- Anita, por favor, acompanhe nossos amigos à
sala do banquete. Vou só repassar uns documentos para a senhorita Semara e logo
acompanharemos vocês.
- Tudo bem, professor – respondeu Anita
prontamente, logo apontando o caminho para os outros participantes.
A “sala do banquete” era um local bem
agradável cercado por belas plantas, onde o Dr. Tenebaum, de vez em quando,
reunia alguns amigos para um almoço, jantar ou lanches.
Alguns minutos depois
Elizabeth Semara também chegou ao local do lanche.
- E o professor? – Perguntou Anita.
- Está vindo – respondeu Elisabeth,
sentando-se e apanhando um pedaço de bolo.
Todos estavam descontraídos e satisfeitos.
Elizabeth, além de bonita e inteligente, era bastante simpática e sabia como
divertir os amigos. Conhecia muitas histórias interessantes e anedotas,
principalmente as tradicionais piadas bastantes populares entre os judeus e os
árabes.
Enquanto aguardavam a chegada do professor, a
movimentação era grande. Alguns saiam de vez em quando (provavelmente iam ao
banheiro).
Num dado momento, Suzy Rani, a estudante de
Arqueologia aproximou-se de Elizabeth e passaram a conversar sobre as recentes
descobertas arqueológicas em Israel. Anita estava próxima delas, porém parecia
não se interessar pela conversa, pois estava concentrada em ler algo num
tablet.
- Acredito que, nos próximos cinco anos
teremos muitas surpresas arqueológicas, pois as novidades nessa área têm
aumentado consideravelmente nestes últimos três anos – disse Suzy.
- Eu soube que, em Israel, existe uma grande
expectativa sobre a questão do local exato do Templo de Salomão – falou
Elizabeth, enquanto procurava se ajeitar na cadeira.
- Sim – respondeu Suzy – essa questão é
crucial para que haja a reconstrução do Templo a qualquer momento. Além disso,
eu diria que...
Subitamente, um som
esquisito, parecendo o disparo de uma arma de fogo, assustou a todos.
- Meu Deus! – Anita levantou-se de um salto e
correu, sendo logo seguida pelos outros.
A biblioteca estava fechada. Ao tentar abrir
a porta, Anita percebeu que estava trancada.
- Professor! Professor! – Gritou,
desesperada.