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Capítulo
1 - UM CRIME DO QUARTO FECHADO
Roma, março de 2001.
O professor Dr. Charles Tenebaum estava
terminando sua palestra para aquele pequeno grupo de sete pessoas. O local era
a sala de sua invejável biblioteca. O Dr. Tenebaum era reconhecido
internacionalmente por seu profundo conhecimento da cultura da antiga
Msopotâmia e regiões vizinhas. Era uma autoridade sempre requisitada quando o
tema envolvia aqueles povos do antigo médio oriente: babilônios, persas,
hebreus, egípcios, etc.
- Como vocês acabaram de ouvir, meus amigos,
os povos antigos, especialmente os semitas, valorizavam muito o significado de
um nome. Geralmente nomeavam seus filhos de acordo com algum evento especial. O
caso de Matusalém é um exemplo impressionante.
- Eu nunca tinha ouvido falar de algo tão
insólito, professor – disse Elizabeth Semara, uma bonita morena na casa dos
seus trinta anos, que lecionava História Antiga na Universidade de Oxford. Seus
traços fisionômicos denunciavam claramente sua origem de alguma região do
Oriente Médio.
- Pois é – respondeu o professor – no nosso
encontro da próxima quinzena vocês verão coisas ainda mais impressionantes
envolvendo esses fascinantes povos do antigo Médio Oriente.
O encontro a que o professor se referia fazia
parte de um curso que tinha começado há cerca de três meses. A cada duas
semanas, o professor e mais sete pessoas se reuniam a fim de debaterem sobre a
cultura dos antigos povos do Médio Oriente. Muitas pessoas adorariam participar
de tal curso, mas as vagas eram limitadas, principalmente porque o evento
acontecia dentro da biblioteca, um ambiente muito agradável, porém misterioso e
apertado.
Estes eram os sete participantes:
- a professora Elizabeth Semara,
- o professor de Arqueologia, Phillip
Seymour,
- o professor de Literatura Oriental, Paulus
Polkasa,
- a estudante de Religiões Antigas, Sandra
Mahonney
- a estudante de Arqueologia, Suzy Rani
Christie;
- o estudante de Literatura Oriental,
Ferdinand Maximus
- e a senhora Anita Salazar, uma bela mulher
de 40 anos, que estudava História antiga, mas era também a assistente pessoal
do Dr. Tenebaum.
- Anita, por favor, acompanhe nossos amigos à
sala do banquete. Vou só repassar uns documentos para a senhorita Semara e logo
acompanharemos vocês.
- Tudo bem, professor – respondeu Anita
prontamente, logo apontando o caminho para os outros participantes.
A “sala do banquete” era um local bem
agradável cercado por belas plantas, onde o Dr. Tenebaum, de vez em quando,
reunia alguns amigos para um almoço, jantar ou lanches.
Alguns minutos depois
Elizabeth Semara também chegou ao local do lanche.
- E o professor? – Perguntou Anita.
- Está vindo – respondeu Elisabeth,
sentando-se e apanhando um pedaço de bolo.
Todos estavam descontraídos e satisfeitos.
Elizabeth, além de bonita e inteligente, era bastante simpática e sabia como
divertir os amigos. Conhecia muitas histórias interessantes e anedotas,
principalmente as tradicionais piadas bastantes populares entre os judeus e os
árabes.
Enquanto aguardavam a chegada do professor, a
movimentação era grande. Alguns saiam de vez em quando (provavelmente iam ao
banheiro).
Num dado momento, Suzy Rani, a estudante de
Arqueologia aproximou-se de Elizabeth e passaram a conversar sobre as recentes
descobertas arqueológicas em Israel. Anita estava próxima delas, porém parecia
não se interessar pela conversa, pois estava concentrada em ler algo num
tablet.
- Acredito que, nos próximos cinco anos
teremos muitas surpresas arqueológicas, pois as novidades nessa área têm
aumentado consideravelmente nestes últimos três anos – disse Suzy.
- Eu soube que, em Israel, existe uma grande
expectativa sobre a questão do local exato do Templo de Salomão – falou
Elizabeth, enquanto procurava se ajeitar na cadeira.
- Sim – respondeu Suzy – essa questão é
crucial para que haja a reconstrução do Templo a qualquer momento. Além disso,
eu diria que...
Subitamente, um som
esquisito, parecendo o disparo de uma arma de fogo, assustou a todos.
- Meu Deus! – Anita levantou-se de um salto e
correu, sendo logo seguida pelos outros.
A biblioteca estava fechada. Ao tentar abrir
a porta, Anita percebeu que estava trancada.
- Professor! Professor! – Gritou,
desesperada.
Todo mundo estava
atônito.
- Você não tem uma cópia da chave? –
perguntou Elizabeth.
- Tenho, mas só funciona se a outra chave não
estiver na fechadura – respondeu a secretária do Dr. Tenebaum.
- Como assim, na fechadura? – Admirou-se o
professor Polkasa.
- Estou vendo que a chave está na fechadura
do lado de dentro – explicou Anita.
- Então teremos que arrombar a porta – disse
o professor Seymour, já se preparando para chutar a porta.
Depois de algumas tentativas, a porta foi
arrombada e todos pararam, estarrecidos, ao verem um corpo caído no chão. Era o
corpo do Dr. Tenebaum.
- Meu Deus! Professor! Professor! – Anita
balançava o corpo sem vida, na esperança de que aquilo não estivesse
acontecendo.
- Por favor, afaste-se! – Pediu Elizabeth,
logo acrescentando – que ninguém mexa em nada. Alguém chame a polícia.
Os peritos examinaram toda a sala e chegaram
a uma só e desanimadora conclusão:
- Não há outra saída nesta biblioteca. A arma
disparada estava ao lado do corpo, e a porta estava trancada por dentro, com a
chave ainda na fechadura. Tudo leva a crer que foi suicídio.
- Não! Não pode ser! – Gritou Anita, sendo em
seguida abraçada por Elizabeth – não havia razão nenhuma pra ele fazer isso.
- Eu fui a última a vê-lo – disse Elizabeth,
ainda abalada – não notei nada de estranho nele. Quando o deixei, antes de sair
ainda o vi sorrindo e guardando uns papeis, prometendo que logo me
acompanharia, pois seu estômago estava reclamando bastante.
E, apesar dos protestos de alguns, dias
depois a polícia deu como encerrada a investigação, concluindo que o professor
havia mesmo se suicidado.
“Muito estranho para ser um suicídio” pensou
alguém que, naquele momento, havia notado algo que nem Anita (que era mais
próxima do professor Tenebaum) tinha observado: a arma estava próxima da mão
direita do professor. Mas ele era canhoto.
*******
TRÊS MESES DEPOIS...
Os sete alunos do finado professor Tenebaum
estavam sentados ao redor de uma mesa, numa sala reservada, cercada de livros.
Uma das elegantes e misteriosas salas da Biblioteca Alessandrina, em Roma.
Suzy Rani, a estudante de Arqueologia, foi a
promotora do encontro. Com a morte do professor, o grupo de estudos se
dissolveu e só foram se reencontrar alguns meses depois. Todos haviam recebido
um convite, chamando-os para um café na Biblioteca Alessandrina.
Os seis membros do
grupo de estudos estavam curiosos.
- Bem, senhorita Rani – falou o professor de
Arqueologia, Phillip Seymour – ao receber o convite, fiquei surpreso e ao mesmo
tempo curioso. Aqui diz que precisamos conversar sobre algo importante a
respeito do professor Tenebaum.
- Sim, sim, claro – Suzy levantou-se e andou
de um lado para o outro, enquanto explicava – o que aconteceu há três meses nos
pegou de surpresa e desde aquele dia nunca parei de pensar, tentando entender o
que pode ter acontecido.
- Eu também não tenho dormido direito – disse
Elizabeth – o professor estava bem vivo, pertinho de nós e de repente... muito
estranho. E não deixou nada escrito, nenhuma explicação para o seu estranho
ato.
- Pois é – disse Anita, a ex-assistente do
professor Tenebaum – em todos esses anos nunca notei qualquer traço de
tristeza, amargura, depressão ou coisa parecida, esses elementos que geralmente
se encontram num suicida.
- Não me digam que vocês estão descartando o
fato do suicídio – disse Ferdinand – pra mim estava muito claro, apesar de
desconhecer as ações de tal ato extremo.
- Eu também não vejo como não poderia ter
sido um suicídio – disse o professor Seymour.
- Senhora Anita. Você que conviveu muitos anos
com o professor. Ele era destro ou canhoto? – Perguntou Suzy.
A pergunta provocou
uma atmosfera pesada na sala.
- Sim, claro. Ele era canhoto – confirmou
Anita. Como você sabia?
Suzy sorriu e respondeu:
- Em todos os meses que tivemos aulas com ele
eu observei isso. Pessoas destras a gente nem presta muito atenção, mas
canhotas é diferente.
- E daí? Qual o significado dele ser canhoto
ou não? – Perguntou Ferdinand. Até aquele momento, duas pessoas ainda não
tinham falado nada sobre o tema em pauta: Paulus Polkasa, o professor de
Literatura Oriental, e a estudante de Religiões Antigas, Sandra Mahonney.
- A arma estava próxima da mão direita –
explicou Suzy de imediato.
- Sabe que você está parecendo mais uma
policial e não uma estudante de Arqueologia? – finalmente o professor Polkasa
falou. Mas seu tom foi meio seco e irritante.
- Na verdade, eu sou algo parecido com um
policial – Suzy apanhou uma espécie de distintivo e todos ficaram boquiabertos
ao ver aquelas famosas letrinhas em hebraico e também no alfabeto latino:
MOSSAD. – sou do serviço secreto israelense.
- Que história é essa? – Anita levantou-se –
O que está acontecendo?
- Que ninguém saia do seu lugar – Suzy falou
num tom ameaçador – que fique bem claro: Nesta sala existe alguém que é não
somente um assassino, mas um terrorista internacional.
- Que palhaçada é essa? – O professor Polkasa
levantou-se, irritado.
- Calma, professor – pediu Suzy – por favor,
sente-se. Sinto muito por ter sido brusca, mas o que eu disse é verdade. Alguém,
que está em nosso meio, assassinou friamente o professor Tenebaum. Me permitam
explicar em detalhes.
Há um ano o professor Tenebaum estava em uma
biblioteca francesa, quando testemunhou um assassinato. Isso aconteceu na seção
de História. Ele estava do outro lado da seção quando ouviu um pedido de
socorro. Ao chegar até o local de onde partira o grito, viu alguém debruçado
sobre uma pessoa caída no chão. Esse alguém portava um punhal todo
ensangüentado. O professor não chegou a ver o seu rosto, mas com certeza foi
bem visto pelo assassino, pois nos dias seguintes passou a ser perseguido por
uma sombra e conseguiu escapar de alguns atentados. O morto era um professor de
História que estava investigando um estranho manuscrito que comprara
recentemente num mercado de antiguidades em Bagdá. As circunstâncias de sua
morte despertaram a atenção da policia francesa e logo o caso passou para o
departamento do serviço secreto francês.
Especialistas do departamento de criptografia
conseguiram detectar uma mensagem secreta escondida no tal manuscrito. Na
verdade, era um plano terrorista contra a Mesquita de Omar, em Jerusalém. O
plano visava a destruição da Mesquita para lançar a culpa sobre o Estado de
Israel, atraindo a condenação mundial contra aquele país.
Como o professor Tenebaum se tornou uma
testemunha perigosa, foi criada uma rede de proteção para ele. Sabíamos que o
assassino era uma ameaça real. Quando houve o concurso para a seleção de sete
estudantes que deveriam passar alguns meses tendo aulas especiais com o
professor Tenebaum, o serviço secreto israelense (pois o professor, apesar de
residir em Roma por algum tempo, tinha também a cidadania israelense),
juntamente com o serviço secreto francês, me infiltrou nesse seletivo grupo.
Enquanto falava, Suzy andava de um lado para
o outro, olhando fixamente nos olhos de cada um dos seis personagens, atentando
especialmente para suas mãos, como se esperasse uma reação violenta de algum
deles a qualquer momento.
- Apesar de estar infiltrada neste grupo de
estudos, jamais passou pela minha cabeça que o assassino também fosse fazer a
mesma coisa. Mas no momento em que vi o professor morto e a arma ao seu lado,
compreendi que o matador era um de nós, pois se fosse alguém de fora jamais
tentaria simular que o professor havia se suicidado. Simplesmente teria atirado
nele e fugido com a arma.
- E por que você não diz logo quem é o
assassino, pois nós poderemos estar correndo um grande perigo? – disse o
professor Polkasa.
- Talvez sim – disse Suzy – talvez não. Ele é
muito autoconfiante. Pode até estar achando que estou blefando. Vamos recordar
aquele trágico dia, rapidamente. Todos estávamos na sala do banquete,
aguardando o professor. Mas havia um entra e sai incontrolável. Eu conversei
por alguns minutos com a Elizabeth e a senhora Anita estava próxima. O
professor Polkasa entrou e saiu algumas vezes, e não consigo lembrar se o vi na
hora em que o tiro foi disparado. O professor Seymour também sumiu por algum
tempo.
- Mas eu estava na sala quando o disparo foi
ouvido – esclareceu o professor Seymour, meio irritado.
- Sim. Naquele momento ele conversava comigo
– disse Sandra Mahoney, a estudante de Religiões Antigas, que, até aquele
momento, não havia falado nada.
- Eu também estava na sala – disse Ferdinand.
- Parece que todo mundo estava na sala –
falou Suzy – mas alguém atirou contra o professor. E não havia mais ninguém na
casa.
- E a questão do quarto fechado, com a chave
por dentro? – Perguntou Ferdinand – você não acha que a explicação mais simples
é a do suicídio?
- Não, meu amigo. A coisa foi um pouco
sofisticada. Mas não foi suicídio. Foi assassinato. Um crime quase perfeito. E
o assassino está aqui. Na verdade, neste exato momento, há uma força tática
cercando este prédio, pronta para invadir esta sala.
Naquele exato momento, o misterioso assassino
se sentiu acuado. E preparou-se para a última cartada.
*******
O professor Tenebaum foi
assassinado. Mas não havia ninguém na sala, a biblioteca só possuía uma porta,
que estava fechada e a chave se encontrava por dentro. Todas as sete pessoas
estavam (ou pareciam estar) na sala do banquete quando o tiro foi disparado.
O que você acha? Quem matou o professor e como fez isso?
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Capítulo 2
– COMO NAMORAR A MORTE...
Biblioteca Victor
Hugo, Paris, França. Fevereiro de 2000.
O Dr. Charles Tenebaum, estava muito
concentrado, com os olhos cansados fixos num velho livro sobre a Mesopotâmia.
Subitamente, um grito, um pedido de socorro, meio que abafado, sufocado.
O Dr. Tenebaum correu rapidamente para o
outro lado da seção e parou, chocado com a cena diante de si. Alguém estava
inclinado sobre uma pessoa caída no chão. E esse alguém segurava um punhal
ensangüentado, cujas gotas ainda respingavam.
O velho professor não conseguia mover um
músculo diante daquela situação. Ao tentar limpar o suor frio que descia de sua
testa, acabou derrubando os óculos, de tão nervoso que estava. As lentes eram
grossas de modo que não quebraram. Mas isso significava outra coisa, muito
pior: o professor não poderia ver o rosto do assassino, mas este não teria o
mesmo problema.
Tentando vencer o nervosismo, o Dr. Tenebaum resolveu
sair dali para pedir ajuda. Mas antes que saísse, o misterioso assassino
voltou-se e olhou fixamente para o professor. Que situação! Ele estava cara a
cara com o assassino, mas não poderia visualizar seu rosto. Maldita miopia!
Porém, se seus olhos meio que fora de uso, o mesmo não se podia dizer de suas
pernas. E o homem correu. Correu até encontrar um dos seguranças da Biblioteca.
*******
Em um dos inúmeros
mercados de antiguidades de Bagdá. Dezembro de 1999.
Alexander Scalabrini, professor de História,
italiano. Usando seus raros momentos de férias, resolveu fazer uma viagem que
sonhava há muitos anos: Oriente Médio, especialmente Iraque. Ao visitar um
mercado de antiguidades, interessou-se por um manuscrito que parecia ser muito
antigo. Ao examiná-lo cuidadosamente em seu quarto de hotel (em Bagdá) ficou
surpreso ao perceber alguns caracteres arábicos nas bordas. O texto do
manuscrito fazia uso de caracteres cuneiformes (usados pelos escribas da antiga
Babilônia). Mas nas letras arábicas (muito mais modernas), parecia fazer
referência a números... e não números quaisquer, e sim datas. Datas modernas.
Ao traduzir algumas das palavras árabes,
ficou chocado ao tomar conhecimento da expressão: “MORTE AOS INFIÉIS, SETEMBRO
DE 2001.” Seria alguma data relacionada a algum atentado planejado? Onde? Cada
vez mais excitado com o suposto código, o professor continuou, com o uso de uma
lupa, tentando decifrar as outras palavras, quase que escondidas nas bordas
escuras do manuscrito.
“OS PÁSSAROS DE FERRO
TRARÃO O CASTIGO DE ALLAH”
“O GRANDE SATÃ VAI
CHORAR EM SETEMBRO”
“A DESTRUIÇÃO DA
MESQUITA DE AL-AKSA LANÇARÁ A CULPA SOBRE OS SIONISTAS”
“OS PORCOS JUDEUS
SERÃO ODIADOS PELO ATENTADO”
“O que pode significar tudo isso? –
questionou-se o professor – parece o plano de um atentado. A data parece ser
setembro de 2001. Daqui a dois anos. O local claramente faz referência a
mesquita de Al-Aksa, como os muçulmanos chamam Jerusalém. A mesquita deve ser a
grande mesquita de Omar.”
O professor sabia das implicações de tudo
aquilo. O local mais explosivo da Terra era o Monte do Templo, sagrado para
judeus (por causa do Templo de Salomão) e para os muçulmanos (local da suposta
ascensão aos céus do profeta Maomé). Um atentado contra a Mesquita de Omar por
parte de extremistas judeus seria o estopim de uma grande guerra... talvez até
mundial (a Bíblia faz referência a isso).
Mas será que isso iria acontecer mesmo em
setembro de 2001? E por que a referência a “grande satã”, uma expressão de ódio
usadas pelos muçulmanos contra os Estados Unidos? Perturbado com todas essas
suposições, o professor italiano partiu o mais rápido possível de volta para a
Europa. Então resolveu visitar uma biblioteca francesa, onde havia uma seção
dedicada à cultura árabe e povos da antiga Mesopotâmia.
Naquele dia mais duas pessoas estavam
pesquisando naquela seção: o professor Tenebaum, do outro lado. Mas alguém
estava do mesmo lado do professor italiano. Quando o professor foi usar a
escada para apanhar um livro que estava na parte mais alta da estante, seu
caderno de anotações caiu de seu bolso. O misterioso individuo, que também
estava ali perto, abaixou-se para pegar o caderno e devolver ao professor. Como
o caderno estava aberto o individuo misterioso não pôde evitar de ler algumas
das palavras e frases anotadas. E ficou chocado ao ler, em inglês, as frases
traduzidas pelo professor diretamente do manuscrito misterioso.
“Como é que ele sabe disso?” – O estranho
individuo aguardou que o professor descesse as escadas e o encarou de frente,
perguntando:
- De onde você copiou essas palavras? Quem
lhe contou isso?
Havia tanto ódio nas palavras daquele
indivíduo que o professor, cujos nervos já estavam à flor da pele há muitos
dias, ficou paralisado. Tudo que conseguiu balbuciar foi um sufocante pedido de
socorro.
Mas a reação do misterioso individuo foi
violenta. Apunhalou o pobre professor italiano e estava guardando o caderno de
anotações quando notou a aproximação do professor Tenebaum.
*******
O serviço secreto francês, ao tomar
conhecimento das expressões envolvendo a mesquita de Omar, entrou em contato
com o Mossad, o serviço secreto israelense. A conclusão dos especialistas era
que um atentado terrorista estava planejado para setembro de 2001, e o local
seria Israel. Mas alguns ficaram
intrigados com a expressão “grande satã”, pois os Estados Unidos, e não Israel,
é que eram conhecidos, no mundo islâmico, por tais palavras de ódio.
O professor Tenebaum não sabia nada sobre o
tal manuscrito, mas vira o rosto do assassino. Aliás, vira apenas a sombra do
rosto do assassino, pois estava sem os óculos no momento. Mas o assassino viu o
rosto do professor perfeitamente.
Por sugestão do Mossad, o serviço secreto
francês preparou uma rede de proteção para o professor Tenebaum, a fim de
usá-lo como isca na tentativa de captura do perigoso assassino. Para ficar
ainda mais próximo do professor sem chamar a atenção, o Mossad infiltrou uma de
suas melhores agentes, Suzy Rani Christie.
*******
Ainda nos primeiros dias, desde o assassinato
em Paris, o professor Tenebaum percebeu que alguém o seguia com muita
freqüência e até escapou de três atentados que pareciam simples acidentes de
trânsitos (batida de carro, motocicleta desgovernada, etc.). Porém, como isso
logo cessou, o professor ficou mais tranqüilo. Mas o Mossad não relaxou a
vigilância, e a senhorita Rani Christie continuava atenta.
*******
Entretanto, o tal assassino também se
infiltrou e ficou perigosamente próximo ao professor. Entre os seus principais
estudantes.
*******
Biblioteca
Alessandrina, em Roma. Junho de 2001.
- Tentei me lembrar de tudo que aconteceu no
dia do crime – disse Suzy Rani, andando calmamente de um lado para o outro, de
olhos fixos em todos os movimentos das seis pessoas sentadas – e me lembrei de
cada palavra, cada frase, pronunciadas naquele dia. Como o assassinato do
professor italiano em Paris estava relacionado a um manuscrito com supostas
mensagens a respeito de um atentado envolvendo o Oriente Médio, especialmente o
Monte do Templo, lembrei-me que somente uma pessoa falou comigo sobre algo
envolvendo esses temas – então, ela olhou fixamente para Elizabeth – lembra-se
da nossa conversa naquele dia, Elizabeth?
*******
Roma, março de 2001.
Ao terminar sua palestra para aquele grupo
reservado de estudantes e estudiosos, o professor Tenebaum os convidou para um
lanche na chamada “sala do banquete”.
- Anita, por favor, acompanhe nossos amigos à
sala do banquete. Vou só repassar uns documentos para a senhorita Semara e logo
acompanharemos vocês.
Antes da palestra, Elizabeth Semara havia
pedido ao professor cópias de alguns documentos relacionados à culinária dos
antigos povos da Mesopotâmia, para apresentar numa aula de História.
Enquanto os outros se dirigiam alegremente
para a tal “sala do banquete”, o professor apanhou alguns livros e colocou
sobre a mesa.
- Pronto, senhorita. Nestes livros você vai
encontrar os mais antigos documentos que... o que é isso?!
O Dr. Tenebaum estava
pálido e em estado de choque.
Diante de si tinha o cano de uma arma
apontado para o seu coração. Uma arma empunhada por... Elizabeth Semara.
- Deus do Céu, Elizabeth, o que significa
isso?
- Tem mesmo certeza de que não sabe,
professor? – Elizabeth falou com tanta frieza que o velho professor sentiu um
calafrio. Aquela bela e misteriosa mulher que tinha uma voz doce e suave...
agora parecia uma outra pessoa. Alguém de coração de gelo, alguém com um brilho
terrível nos olhos. Um brilho de morte.
- Você é... você é ... o assassino! – O
professor conseguiu balbuciar a todo custo.
- Assassina, para ser mais exato - Ela sorriu
e disse – Sinto muito, mas o que está em jogo é grande demais. Vale mais do que
a sua vida.
E disparou. Apenas um
tiro, que acertou diretamente no peito esquerdo do Dr. Tenebaum.
Rapidamente ela retirou o silenciador da arma
e a colocou perto da mão direita do professor. Aproximou-se da porta, rodou a
chave um pouquinho, como se estivesse prestes a dar uma volta na fechadura.
Depois apanhou uma caneta, retirou o canudo que continha a tinta, introduziu-o
na chave e o deixou pendente para um lado. Amarrou um barbante no canudinho,
passou por baixo da porta e a fechou por fora. Depois, calmamente, deu um leve
puxão no barbante, o suficiente para fazer a chave girar e terminar de fechar a
porta por dentro (*). Respirou fundo e preparou-se para representar uma
comédia.
[* O autor deste conto fez essa brincadeira
inúmeras vezes, em seus tempos de adolescência, deixando seus amigos
impressionados. Portanto, esse truque não é apenas uma “licença literária” ou
algo somente realizável no campo teórico, mas perfeitamente possível na
prática].
Perto da porta havia um jarro. Ela colocou um
pequeno objeto atrás do jarro, um artefato programado para ser acionado dentro
de alguns minutos e produzir o som do disparo de uma arma. Aproximou-se da sala
do banquete e tentou relaxar, distraindo todo mundo com suas histórias
engraçadas, repletas de anedotas envolvendo árabes e judeus.
Enquanto conversava sobre descobertas
arqueológicas com Suzy Rani, discretamente apertou um dispositivo em seu
relógio de pulso, o disparo aconteceu e a farsa se completou. Depois, enquanto
todos estavam perplexos com o cadáver na biblioteca, ela disfarçadamente
apanhou o artefato (oculto no jarro) e tornou a escondê-lo na bolsa.
*******
Biblioteca
Alessandrina, em Roma. Junho de 2001.
– Lembra-se da nossa conversa naquele dia, Elizabeth?
A reação de Elizabeth foi surpreendente.
Levantou-se de um salto, com a mão direita sobre o relógio (colocado no braço
esquerdo) e uma ameaça:
- Escondi uma sacola de explosivo em algum
lugar neste prédio e vou acioná-los com apenas um toque, a menos que afastem
todo mundo e me tragam um helicóptero com combustível suficiente para que eu
deixe Paris.
Quase todo mundo
entrou em estado de choque. Menos Elizabeth ... e Suzy Rani.
- Depois da nossa conversa naquele dia,
resolvi investigar sua ficha – Suzy parecia não se importar com a ameaça – uma
mulher misteriosa. Quase sem rastro. Mas o Mossad conseguiu descobrir seus
laços com famílias do Oriente Médio cujos membros fazem parte de várias redes
terroristas. Então da simples dúvida passei a ter plena certeza. E passei a
vigiar todos os teus passos. Assim quando entrou neste prédio vi exatamente
onde deixou uma pequena sacola, pois todas as câmeras estavam de olho em você.
E pode apostar que alguém já removeu a tal sacola daqui.
- Você está blefando! Não sabe que tudo pode
acabar em segundos se eu apertar esse botão?
- Pois aperte. Vamos ver se sua sacola cor
laranja explode.
Ao ouvir a menção a cor da sacola, a
segurança de Elizabeth foi abalada e, Suzy aproveitou para, de um salto, tomar
a bolsa que a assassina trazia a tiracolo, enquanto gritava uma palavra previamente
combinada:
- ISRAEL!!!
Repentinamente, de todos os lados surgiram
policiais, armados até os dentes, apontando para Elizabeth.
*******
Jerusalém, julho de
2001.
“OS PÁSSAROS DE FERRO
TRARÃO O CASTIGO DE ALLAH”
“O GRANDE SATÃ VAI
CHORAR EM SETEMBRO”
“A DESTRUIÇÃO DA
MESQUITA DE AL-AKSA LANÇARÁ A CULPA SOBRE OS SIONISTAS”
“OS PORCOS JUDEUS
SERÃO ODIADOS PELO ATENTADO”
Suzy continuava refletindo nas frases
misteriosas encontradas ocultas no manuscrito pivô de toda aquela história. A
ameaça claramente dizia respeito a Israel. Um ataque terrorista no coração de
Jerusalém, executado de tal forma que a culpa recairia sobre os judeus.
“Pássaros de ferro” poderia ser alguma
referência a aviões. Ou mísseis teleguiados. O fato era que o Mossad e os
demais serviços de inteligência israelense estavam em alerta total.
*******
Setembro de 2001. Em
algum lugar nas nuvens, no paralelo 33.
Suzy Rani estava inquieta. Uma sensação
estranha, algum perigo iminente. Em tantos anos de perigosas missões, a serviço
do Mossad, já estava acostumada àquele tipo de intuição. E isso a livrara da
morte inúmeras vezes.
Enquanto se encontrava a bordo daquele vôo,
examinava, em seu tablet, o misterioso manuscrito responsável por todo aquele
estresse, desde o assassinato em Paris. O
elemento tempo (mês e ano) estava descrito claramente na frase:
“MORTE AOS INFIÉIS,
SETEMBRO DE 2001.”
Portanto, setembro de 2001 havia chegado. E
já era a segunda semana. Israel estava em alerta máximo. A vigilância sobre o
Monte do Templo havia se intensificado. Naquele momento, o vôo estava tranqüilo
e dentro de algumas horas Suzy chegaria ao seu destino. Mas a sensação de
perigo estava cada vez maior.
Ela havia pensado em várias coisas. Porém,
suas reflexões foram interrompidas bruscamente, de uma forma que ela nunca
havia imaginado.
Primeiro, alguém irrompeu na sala principal
do avião, armado e gritando algo, em inglês, mas claramente num sotaque que
lembrava o árabe:
- QUE NINGUÉM SE MOVA! NINGUÉM SAIA DO SEU
LUGAR!
Logo em seguida, mais dois homens fortemente
armados, cujas fisionomias denunciavam claramente suas origens árabes,
adentraram, gritando em árabe:
- ALLAHU AKBAR! ALLAHU AKBAR! ALLAHU AKBAR!
Um dos homens, o mais alto, aproximou-se de
Suzy e ela pode perceber, perplexa, que havia algo amarrado no corpo dele. Ela
sentiu um forte calafrio ao perceber que estava diante de um homem-bomba.
- O JUÍZO FINAL CHEGOU PARA VOCÊS, INFIÉIS! –
Gritou ele.
E o avião continuava seu vôo, agora para um
destino totalmente diferente daquele que estava programado.
Setembro de 2001
tinha chegado.
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Sidney, Austrália,
dezembro de 2014.
- Boa noite. Gostaria de reservar um quarto.
- Pois não, senhorita...
- Suzy Rani Christie.
Ser agente do Mossad não
é para qualquer um.
A pessoa precisa
saber namorar a morte... sem precisar casar com ela.
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DEDUZIR A PRÓXIMA CENA
O que você acha? Como
explicar que nossa agente especial está viva, se ela estava a bordo de um avião
tomado por terroristas muçulmanos, em setembro de 2001; e que, pelo que
sabemos, nessa mesma data, no horrendo ataque contra os Estados Unidos, todos
os passageiros e tripulantes morreram?
Ou você acha que este
escritor usou de licença poética e alterou um pouco a história, mudando a sorte
de alguns dos passageiros daqueles vôos fatídicos?
Bem, considerando
que, nos quatros vôos seqüestrados pelos terroristas nos Estados Unidos, TODOS
os passageiros e tripulantes realmente morreram, tente adivinhar como nossa
agente especial escapou.
Capítulo 3
– TÃO CORAJOSA QUANTO OS LOUCOS...
Setembro de 2001. Em
algum lugar nas nuvens, no paralelo 33.
Suzy Rani estava inquieta. Uma sensação
estranha, algum perigo iminente. Em tantos anos de perigosas missões, a serviço
do Mossad, já estava acostumada àquele tipo de intuição. E isso a livrara da
morte inúmeras vezes.
Enquanto se encontrava a bordo daquele vôo
(que ia dos Estados Unidos para Israel), examinava, em seu tablet, o misterioso
manuscrito responsável por todo aquele estresse, desde o assassinato em
Paris. O elemento tempo (mês e ano)
estava descrito claramente na frase:
“MORTE AOS INFIÉIS,
SETEMBRO DE 2001.”
Portanto, setembro de 2001 havia chegado. E
já era a segunda semana. Israel estava em alerta máximo. A vigilância sobre o
Monte do Templo havia se intensificado. Naquele momento, o vôo estava tranqüilo
e dentro de algumas horas Suzy chegaria ao seu destino, em Israel. Mas a
sensação de perigo estava cada vez maior.
Ela continuava refletindo nas frases
misteriosas encontradas ocultas no manuscrito pivô de toda aquela história. A
ameaça claramente dizia respeito a Israel. Um ataque terrorista no coração de
Jerusalém, executado de tal forma que a culpa recairia sobre os judeus.
“Pássaros de ferro” poderia ser alguma
referência a aviões. Ou mísseis teleguiados. O fato era que o Mossad e os
demais serviços de inteligência israelense estavam em alerta total.
“OS PÁSSAROS DE FERRO
TRARÃO O CASTIGO DE ALLAH”
“O GRANDE SATÃ VAI
CHORAR EM SETEMBRO”
“A DESTRUIÇÃO DA
MESQUITA DE AL-AKSA LANÇARÁ A CULPA SOBRE OS SIONISTAS”
“OS PORCOS JUDEUS SERÃO ODIADOS PELO
ATENTADO”
Por isso, ela havia tomado o vôo para Israel.
Ela pensava em várias possibilidades. Porém, suas reflexões foram interrompidas
bruscamente, de uma forma que ela nunca havia imaginado.
Primeiro, alguém irrompeu na sala principal
do avião, armado e gritando algo, em inglês, mas claramente num sotaque que
lembrava o árabe:
- QUE NINGUÉM SE MOVA! NINGUÉM SAIA DO SEU
LUGAR!
Logo em seguida, mais dois homens fortemente
armados, cujas fisionomias denunciavam claramente suas origens árabes,
adentraram, gritando em árabe:
- ALLAHU AKBAR! ALLAHU AKBAR! ALLAHU AKBAR!
Um dos homens, o mais alto, aproximou-se de
Suzy e ela pode perceber, perplexa, que havia algo amarrado no corpo dele. Ela
sentiu um forte calafrio ao perceber que estava diante de um homem-bomba.
- O JUÍZO FINAL CHEGOU PARA VOCÊS, INFIÉIS! –
Gritou ele.
E o avião continuava seu vôo, agora para um
destino totalmente diferente daquele que estava programado.
O objetivo era lançar o avião contra a
Mesquita de Omar, no coração de Jerusalém, para que a culpa recaísse sobre os
judeus.
Setembro de 2001
tinha chegado.
*******
No vôo que se aproximava velozmente do centro
de Jerusalém, havia quatro terroristas, uma ameaça explosiva iminente e uma
agente especial à bordo.
Um dos quatro estava na cabine, forçando os
pilotos a mudarem a rota.
Suzy tentou manter o sangue frio. Dos quatro
terroristas, parecia que somente um era um homem bomba. E segurava, em sua mão
direita, algum dispositivo. Por mais rápido que alguém fosse, seria impossível
deter o tal terrorista antes que ele apertasse o fatídico botão. Ela poderia
deter os outros dois, mas não adiantaria nada. Havia ainda o terrorista da
cabine.
E o vôo continuava se aproximando da
mesquita.
Bem, mas ela era uma agente do Mossad. E como
disse alguém certa vez, o Mossad tinha uma vantagem incomum, incomparável e
singular, em relação aos outros serviços secretos mundiais: TINHA DEUS COMO SEU
PRINCIPAL PADRINHO!
O argumento era simples e devastador:
1º - Os muçulmanos trabalham para destruir
Israel;
2º - O Mossad existe para defender Israel;
3º - Deus jurou, na Bíblia, que Israel nunca
será destruído;
4º - Portanto, de alguma forma, Deus
“trabalha” para o Mossad.
O fato, ignorado por muitas pessoas, é que as
empresas aéreas israelenses são as mais seguras do mundo. Nenhum país investe
mais em segurança do que Israel. Os terroristas sabem disso e sabem também que
tentar seqüestrar um avião israelense é cometer suicídio... Suicídio solitário
e não coletivo.
Invadir um avião israelense era algo quase
que impossível. Mas, de alguma forma, aqueles quatro terroristas conseguiram.
O tempo passando. Suzy olhou para o relógio.
Então sorriu. Levantou-se calmamente.
- NÃO SE MEXA OU TODO MUNDO MORRE AGORA!!! –
Gritou o homem bomba
Ela se aproximou do terrorista.
- EU JÁ DISSE! VOU APERTAR ESSE BOTÃO!
Suzy se aproximou do terrorista. Os outros
dois estavam atônitos.
O homem-bomba suava. Suas mãos tremiam. Mas
ele sabia que não poderia apertar aquele botão enquanto não estivesse chegado
ao destino. Não poderia estragar uma missão tão cuidadosamente planejada,
durante anos.
Suzy estava a meio metro do homem-bomba e
olhava em seus olhos. De alguma forma ela tinha uma arma secreta senão não
estaria tão segura, cara a cara com a morte.
O tempo passando e a tensão aumentando de
forma exponencial.
Mas então tudo aconteceu.
- YAHVEH AKBAR!!!
Suzy agarrou a mão direita do homem-bomba, no
exato segundo em que percebeu que ele havia vacilado e relaxado o polegar que
mantinha sobre o botão da bomba. Mas não era uma ação suicida da parte dela?
Não. Foi tudo minuciosamente calculado.
Quando ela agarrou a mão do terrorista,
impedindo-o de apertar o botão, soltou o grito YAWEH AKBAR! (Uma paródia do
grito muçulmano ALAHU AKBAR!, que significa ALLAH É GRANDE! Mas Suzy trocou
ALLAH por YAWEH, que é o Sagrado Nome do Deus de Israel).
O grito de Suzy era a senha de ação do
Mossad, para aquele tipo de situação.
Logo que ela gritou YAHWEH AKBAR!, algo inusitado
aconteceu. Em questão de segundos, todos os que se encontravam naquele ambiente
desmaiaram. Todos, menos Suzy Rani Christie.
Em seguida, a porta da cabine foi aberta e um
dos pilotos entrou, perguntando:
- Tudo bem, agente?
- Sim. Tudo sobre controle – respondeu ela.
- Ok. Vamos voltar a rota original e pousar
daqui a pouco no aeroporto Ben Gurion.
*******
11 de setembro de 2001.
A tragédia sobre os Estados Unidos abalou o
mundo. Todos estavam perplexos. Inclusive em Israel. Mas naquele pequeno país
judaico havia uma sensação diferente, de luto e alivio ao mesmo tempo.
A coisa poderia ter sido pior. Muito pior.
Israel estava aliviado por ter conseguido evitar o possível maior ataque
terrorista em sua história moderna. Mas triste por não ter conseguido ajudar os
americanos a evitar o ataque contra eles.
Quando os terroristas se manifestaram no
avião israelense, Suzy comunicou-se com um dos pilotos, tranqüilizando-o e
pedindo para só agir no momento propício. Seria fácil demais imobilizar os terroristas
armados se não fosse o homem-bomba. Este era a única ameaça em potencial.
Por isso ela aguardou o momento propício até
que conseguisse manter o controle sobre o dispositivo da bomba. E o que
aconteceu foi o seguinte:
No momento em que estava segura de estar no
controle do dispositivo do homem-bomba, Suzy gritou a frase-senha, que era um
sinal para um dos pilotos com a qual ela mantinha contato. Então, no mesmo
segundo, tanto ela, quanto ele, mastigaram um comprimido que estava escondido
na boca. Alguns segundos depois, todos desmaiaram, menos ela e os dois pilotos
da cabine.
Ao ouvir o grito-senha, um dos pilotos
acionou um dispositivo de um tipo de gás que fazia a todos dormirem
imediatamente. Todos os ocupantes do avião, menos aqueles que mastigassem um
certo comprimido que funcionava como uma espécie de imunizador. Um remédio
exclusivo dos agentes do Mossad.
“Israel fará proezas.” (Números 24.18)
*******
Ao voltar para o seu quarto, no hotel Rei
Davi, onde estava passando alguns dias de folga, Suzy deitou-se na cama e ficou
olhando para o teto, refletindo, refletindo.
-
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmm!!!!!!!
Ela levantou os olhos para a cabeceira da
cama onde se encontrava o telefone. Mas o toque vinha de outra direção. Do banheiro.
Ela apanhou sua arma e seguiu cautelosa.
Abriu a porta com cuidado e ali estava, em cima da pia, um celular, um modelo
popular.
-
Triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmmmm!!!!!!!
Calmamente, guardou a arma e pegou o celular,
clicando no botão para atender a ligação.
- Alô?!!!
- Se desligar ou soltar esse celular, seu
quarto e parte do hotel irá pelos ares – disse uma voz ruidosa, sinistra. Ela
não respondeu nada. E a voz continuou:
- E se continuar com o celular ligado, em 7
minutos parte do hotel irá pelos ares, incluindo o seu quarto. Portanto, você
não tem saída.
Suzy respirou fundo.
- Aproxime-se da janela – disse a misteriosa
voz.
- Por que?
- Você não está em posição de questionar
nada. Aproxime-se! Agora!
Ela se aproximou da janela.
- O que devo fazer agora?
- Nada. Apenas não se mexa. Coloque sua mão
esquerda à vista e não largue o celular.
- Pra que tudo isso?
- Daqui a alguns minutos você não precisará
perguntar mais nada. Daqui a 6 minutos daremos mais um passo para a libertação
do nosso povo. Mais um passo para a destruição dos malditos sionistas.
00:06:45
00:06:44
00:06:43
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00:04:00
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00:03:00
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00:02:00
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A situação é clara e a solução aparentemente
impossível.
Nossa agente especial está dentro de um hotel
prestes a explodir.
Ela não pode sair porque estaria apressando a
explosão.
Não pode pedir ajuda, porque está sendo
monitorada. Uma mão segura o celular fatal e a outra não pode fazer nada.
00:01:07
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Por enquanto, essa história termina aqui.
00:00:06
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TENTE ADIVINHAR OU
DEDUZIR A PRÓXIMA CENA
Moacir Junior – www.arquivo7.com.br – morganne777@hotmail.com
Para: Suzanna Rani
Cristina
Disponível em pdf
aqui: https://1drv.ms/f/s!AMafaKsEbznSiF8 - Título: " 00 - NOSSA AGENTE ESPECIAL SUZY RANI CHRISTIE"
como faço para obter estes romances
ResponderExcluirOi, envia uma mensagem para meu e-mail: morganne777@hotmail.com ou me procura no Facebook e manda uma mensagem. Infelizmente, os links nas postagens acima estão com problemas e preciso atualizá-los. Meu Facebook é: https://www.facebook.com/moacir.junior.31
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