terça-feira, 30 de setembro de 2014

CAPÍTULO 8 - UMA SUSPEITA IMPROVÁVEL

Roma, 2001.

- Tem certeza de que não quer mesmo me contar o que houve na biblioteca?

Ziva virou-se para Jenna, sua colega de intercâmbio.

- Não houve nada, já disse.

- Você nem sabe mentir. Não vou esquecer aquela cena. Estava distraída lendo um livro quando você chegou ofegante como se tivesse visto um fantasma.

Ziva olhou nos olhos de Jenna. Estava dividindo o quarto com outras duas professoras, mas houve uma certa sintonia entre ela e Jenna, a professora canadense. Logo se tornaram amigas. Mas não sabia como contar o que havia acontecido na biblioteca, quando esbarrou naquele jovem desconhecido.

- Bom, estou tentando organizar meus pensamentos. Você vai me achar uma doida quando contar. Se fosse você a me contar, eu acharia.

- Bem, fique a vontade então. Quando sentir que está pronta...

- Você acredita em amor à primeira vista? – A pergunta de Ziva saiu repentinamente e ela mesma ficou espantada.

sábado, 27 de setembro de 2014

CAPÍTULO 7 - HÁ ALGO DE PODRE NA UNIVERSIDADE GALILEU

Roma, 2001.

Eliakim estava de volta ao hotel. Seu companheiro, o professor americano John Dennyson, não sabia se continuava ali ou voltava pra casa. A maioria dos professores queria voltar. O corpo do pobre Mohamed estava nas mãos das autoridades italianas, que, junto à embaixada americana, providenciava o traslado para a América.

Mas as preocupações de Eliakim eram outras. Por um lado, a misteriosa mensagem de Mohamed. Por outro, o encantado encontro com aquela garota ... Sim, não conseguia deixar de pensar nela. Por que? Ele nunca acreditou nessa história de amor à primeira vista. Aquilo foi demais. Suas emoções ficaram descontroladas. Parecia haver algum tipo de feitiçaria nos olhos dela. Feitiçaria? Que coisa maluca!

Agora ele tinha dois enigmas pela frente: a misteriosa mensagem e o porque de tanta explosão emocional diante de uma garota desconhecida. Dois dias depois, os outros professores voltaram para seus respectivos países, mas Eliakim resolveu continuar em Roma. A misteriosa garota não saia de sua cabeça. O pior de tudo é que não sabia nada dela. Nada, nenhum nome, nenhum endereço, nada.

Mas a estava vendo freqüentemente. Em sonhos. Não parava mais de sonhar com ela. Acordado ou não. Os dias que passou em Roma foram divididos em apenas duas rotinas: durante o dia, andava pelos principais pontos turísticos, observando não as milenares arquiteturas, mas as pessoas. Tinha esperança de vê-la novamente. Queria desesperadamente vê-la.  À noite, ficava vasculhando a Internet, bisbilhotando os sites de relacionamentos, procurando cidadãos romanos ou italianos... Mas, talvez ela não fosse nem italiana. Quem sabe não fosse mais uma turista ou alguém fazendo algum intercâmbio? Pois havia muitos grupos de intercâmbios por ali, naquela época de ano. Era julho. Sim, era julho, o 7.º mês do ano. Isso poderia significar alguma coisa. Não pra qualquer pessoa, mas pra ele sim.

Enquanto pesquisava na Internet lembrou-se de algo. As misteriosas palavras encontradas na biblioteca. Estava tão obcecado com a incrível garota que havia esquecido algo que talvez fosse muito grave e terrível.

“Quando o 3º dia se encontrar com o 7.º,
quando as 37 semanas se completarem,
Iracema deverá morrer.”

Abriu o Google e inseriu a expressão: “Quando o 3.º dia se encontrar com o 7.º,...”. Não apareceu nenhuma página. Escreveu as expressões “3.º dia” e “7.º dia”. Encontrou mais de 200 mil páginas. Nada a ver com nada. Resolveu colocar a palavra Iracema junto com as expressões “3.º dia” e “7.º dia”. Nada!

O que aquela palavra Iracema estaria fazendo ali? Seria alguma senhora? Será que haveria alguma mulher chamada Iracema que estava ameaçada de morte? Não fazia sentido nenhum. Mas devia ser algo sério, pois alguém morreu. Alguém foi assassinado.

Eliakim voltou a pensar na garota da Biblioteca. “Que encontro estranho, meu Deus!”

Subitamente, a palavra “encontro” lhe sugeriu algo. Rapidamente digitou no Google: “ENCONTRO DO 3.º COM O 7.º DIA”. Opa!

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

CAPÍTULO 6 - A COISA FICA AINDA MAIS SÉRIA

UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

Leona estava perto de alguém caído no chão. Era a professora Flora. Se agitava como se estivesse sofrendo um ataque de epilepsia. Vi, aterrorizada, uma espuma branca sair da boca da professora. Ela ficou imóvel. Naquele momento Zilandra abaixou-se, apavorada, e sacudiu o corpo de Flora. Gritou, chamando pelo seu nome. Estava desesperada. Encostou o ouvido no seio de Flora, apertou seu pulso e levantou-se com aquela frase macabra:

- Ela está morta.

- Afastem-se!!! – um dos detetives que estivera recentemente por ali, aproximou-se e ordenou – ninguém toque em nada na mesa. Em nada!!!

domingo, 21 de setembro de 2014

CAPÍTULO 5 - O VENENO DA SERPENTE

UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

A pequena explosão acabou com a cadeira... e teria prejudicado bastante quem estivesse sentado nela.

Logo a classe encheu-se de professores, alunos, e demais funcionários da instituição. Eu tentava entender o que havia acontecido. Mais tarde, segundo a opinião dos especialistas que examinaram o que sobrou da cadeira, a conclusão foi o seguinte: alguém armou um pequeno explosivo debaixo da cadeira da professora Zilandra. Pequeno, mas suficiente para causar um grande estrago. Sinto um calafrio toda vez que penso nisso. De certa forma, a pequena conversa entre Zilandra e Leona salvou nossa professora. Pois caso Leona não tivesse insistido na defesa aos cristãos, Zilandra teria se sentado na cadeira e... não quero nem pensar.

Como é que chegamos a esse ponto?

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

CAPÍTULO 4 - O JUSTICEIRO DO SENHOR VOLTA A ATACAR

Ziva não conseguia dormir. Uma multidão de números 3 estavam invadindo sua mente. Ao seu lado, o homem continuava lendo. Ziva resolveu puxar conversa.

- O que o senhor acha daquele artigo sobre o número 3?

Ele virou-se, sorriu meio espantado e respondeu:

- O número 3 é mesmo muito interessante.

- Mas os outros números também não são? Se fôssemos prestar atenção, por exemplo, ao número 4, poderíamos destacar muitas coisas: 4 estações, 4 pontos cardeais, 4 fases da lua, 4...

- Sim? O que mais? O 3 continua na frente. Muito na frente.

- Ah, temos também o 5. Nós possuímos 5 sentidos, 5 dedos em cada mão, 5...

- O 3 continua imbatível, senhorita.

Ziva sorriu como se tivesse descoberto a fórmula da coca-cola e disse:

- Os 7 dias da semana, as 7 notas musicais, as 7 colinas de Roma, as 7 camadas dos elementos químicos, os 7 anões da Branca de Neve...

- Muito bem. Agora você foi longe. Citou o único número capaz de concorrer com o 3.

- O único? Como assim?

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CAPÍTULO 3 - A NOITE DO JUSTICEIRO DO SENHOR

UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

Foi muito difícil a professora ministrar a aula daquela manhã, pois as conversas paralelas entre os estudantes (inclusive entre mim e minha colega, Yana) estavam todas voltadas para a misteriosa mensagem anônima.

É claro que o primeiro pensamento da maioria é que aquilo devia ser obra de Hank. A mensagem, claramente, era obra de algum cristão, e pelo tom, um fanático religioso cristão. Era ameaçadora. Zilandra não era um amor de pessoa. Tinha criado inimizade não somente com alguns cristãos, mas também com não cristãos. Ela era uma mulher fechada, raramente esboçava um sorriso. Mas era uma ótima professora. Muito inteligente. E também bonita. Entretanto, a “trindade perfeita” que muitos homens procuram numa mulher não havia em Zilandra: Ela tinha beleza, inteligência, mas faltava simpatia. Era relativamente jovem (38 anos), mas ninguém sabia nada de sua vida amorosa – se é que tinha alguma.

Aquele era o primeiro ano dela naquela Universidade. Muitos estudantes, em apenas um mês ou dois, conseguem firmar laços de amizade com outros colegas. Mas Zilandra era anti-social. Seu círculo de “amizade” restringia-se ao pessoal do Clube dos Racionalistas. Mesmo assim, nenhum deles conhecia algo sobre a vida pessoal dela. Apesar da fama de antipática ser do conhecimento de todos, chamava a atenção que entre ela e a professora de História, Flora Fernandes, o grau de antipatia era muito maior.

Flora estava há mais tempo naquela Universidade, mas não foi com a cara de Zilandra desde o primeiro dia em que esta pisou no campus. Minha teoria é que as duas se conheceram no passado e tiveram alguma divergência envolvendo algum homem. Esse tipo de coisa é muito comum por aqui.

Enfim, parece que só o pessoal do Clube dos Racionalistas suportava Zilandra Zambelli.

Mas até aquele dia ninguém jamais tinha mandado qualquer mensagem ou recado ameaçador.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CAPÍTULO 2 – OBSESSÃO!

Ano 2001. Em algum lugar sob os céus da Europa.

- Quer ler alguma revista, senhorita? – Ziva abriu os olhos repentinamente. O “quarentão” estava sorrindo, estendendo uma revista para ela.

- Não, obrigada – Disse, aborrecida, pois estava quase pegando no sono. Mas antes que o homem guardasse a revista mudou de idéia – Desculpe-me. Estou mesmo precisando ler algo.

Ela já estava viciada naquele tipo de experiência. Abriu a revista numa página qualquer, sorrindo como se já esperasse ver o que iria ver. Mas a surpresa foi maior do que esperava.

Havia aberto não somente na página 33, mas a matéria tinha como título...

“A FORÇA E A BELEZA DO NÚMERO 3”.

Ziva arregalou os olhos e fitou o “quarentão” como se ele soubesse de algo.

- Algo errado, senhorita?

- Não, não. Nada não. Desculpe-me – Voltou a olhar para a revista. O coração estava batendo muito forte. Aquilo já estava passando dos limites.

O artigo dizia, entre outras coisas, o seguinte:

“Para os romanos, e também para os gregos, o número três era dotado de poder misterioso e oculto: três eram as Graças, três as Fúrias, três os deuses principais, etc.”

- 3 as fases da existência humana: nascimento, vida e morte.

- 3 as divisões do tempo: passado, presente e futuro.

- 3 os reinos da Natureza: animal, vegetal e mineral.

- 3 as partes principais do corpo humano: cabeça, tronco e membros.

- 3 as dimensões do espaço: comprimento, largura e altura.

- 3 as palavras do lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

- 3 os poderes que regem a nação: Executivo, Legislativo e Judiciário.

- 3 as medalhas olímpicas (ouro, prata e bronze).

- Geralmente numa competição existe premiação para o 1.º, 2.º e 3.º lugar.

- A educação em muitos países é dividida em três graus: Ensino fundamental, Médio e Superior.

- 3 estados da água: líquido, sólido e gasoso.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

CAPÍTULO 1 - POR QUE GOSTAMOS DE PERGUNTAR O “POR QUE” DAS COISAS?

“A vida tem algum propósito?”

Não era a primeira vez que Ziva fazia essa pergunta a si mesma. Tinha 28 anos. Cresceu numa cidadezinha desconhecida da Inglaterra, mas hoje morava em Londres. Já havia concluído três faculdades. História, Antropologia e Matemática. Não havia se tornado historiadora ou antropóloga. Mas foi parar numa Universidade inglesa como professora de... Matemática.

“Se não existe nenhum propósito nesta vida, por que há alguma coisa ao invés de nada?”

As interrogações não paravam, enquanto Ziva via as nuvens passando. Sim, ela estava à bordo de um avião. Participava de uma organização de intercâmbios e havia sido sorteada para passar duas semanas na companhia de vários professores de vários países, em Roma. Aquela viagem veio na hora certa. Ela precisava respirar novos ares, conhecer novas pessoas. Era uma pessoa livre, independente. Morava sozinha. Não tinha namorado. Seus amigos eram poucos. Não se podia dizer que Ziva era uma pessoa sociável.

Estava tão absorta em seus pensamentos que nem observou direito quem se sentava ao seu lado. Parou um pouco e procurou observar sem dar na vista. Era apenas um homem que aparentava ter uns 40, 41 ou 42 anos, de acordo com o aspecto físico. Ziva se gabava de ser capaz de “ler” a idade dos outros só pela cara e geralmente acertava.

O “quarentão” era atraente, mas Ziva queria distância daquele tipo de coisa. Na verdade, os poucos amigos a chamavam de “coração de aço”, pois ela não dava a mínima para os relacionamentos amorosos. Ninguém saberia dizer se um dia já a vira saindo com alguém. A opinião dela sobre essas coisas resumia-se numa só palavra: BOBAGEM!

Ela gostava de dizer que não acreditava em três coisas: Em Deus, nas pessoas e no amor.

Ela não via nenhum sentido neste Universo. Somente uma coisa a perseguia. Algo que a intrigava desde a infância. Quando olhou sua passagem e viu o número da sua cadeira, mordeu os lábios.

“Que coisa! Até aqui?”

Sua cadeira era a de número 33. Por que não a 32 ou 34? Que tipo de maldição seria aquela?

sábado, 6 de setembro de 2014

PRÓLOGO - QUANDO O 3.º SE ENCONTRAR COM O 7.º DIA...


Biblioteca Universitária Alessandrina, Roma, julho de 2001.

“Quando o 3º dia se encontrar com o 7.º,
quando as 37 semanas se completarem,
Iracema deverá morrer.”

Eliakim, um jovem professor de matemática, suava frio. Estava de posse de uma folha de papel. E a mensagem que acabara de ler o fez se arrepender amargamente por ter se metido naquela situação insólita.

“O que farei agora? Em quem confiar?”

Se tivesse lido aquilo em outras circunstancias não teria dificuldade em achar que era apenas uma brincadeira. Mas alguém foi morto. Ele colocou o livro de volta na estante, guardou o papel e ficou alguns minutos olhando para o vazio, tentando imaginar o que poderia fazer de agora em diante.

Resolveu sair dali. Seu andar denotava preocupação e nervosismo. Ao sair daquela seção de livros, esbarrou em uma moça que vinha na direção contrária, trazendo vários livros.

Caiu livro para todo lado, e, naquele silêncio de biblioteca, a “trombada” chamou a atenção de todos.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

ALMA GÊMEA MATEMÁTICA - Um Amor Além da Imaginação


No capítulo final do romance anterior, prometemos que o próximo a ser publicado seria uma espécie de continuação, e até apresentamos algumas cenas. Porém, devido a várias razões (que não dá pra detalharmos aqui agora), iremos apresentar, a partir de hoje, uma história inédita, contendo alguns dos personagens do romance anterior, porém numa perspectiva diferente.

Essa nova história (no estilo Arquivo7, ou seja, recheada de conceitos bíblicos, matemáticos e proféticos, e ainda com altas doses de suspense e arrebatadoras histórias de amor) será contada em capítulos, os quais serão publicados a cada dia múltiplo de 3 do calendário (3, 6, 9, 12, etc.), até a conclusão final.

Se você gostou do romance anterior, certamente apreciará também este novo.

E não se esqueça:

1 – É um romance fictício, porém, os conceitos bíblicos, históricos e matemáticos apresentados são reais.

2 – As interpretações proféticas apresentadas podem conter alguns erros, porém as profecias citadas certamente se cumprirão de uma forma ou de outra.

3 – Mantenha a mente aberta: examine, julgue, critique as evidências apresentadas, sabendo que: O QUE FOR FICÇÃO O VENTO SOPRARÁ PARA BEM LONGE; O QUE FOR VERDADE PERMANECERÁ COMO VERDADE, PARA SEMPRE, E NADA PODEREMOS FAZER CONTRA ELA, A NÃO SER ACEITÁ-LA E PONTO FINAL.
  

Moacir R. S. Junior – morganne777@hotmail.com