sexta-feira, 12 de setembro de 2014

CAPÍTULO 2 – OBSESSÃO!

Ano 2001. Em algum lugar sob os céus da Europa.

- Quer ler alguma revista, senhorita? – Ziva abriu os olhos repentinamente. O “quarentão” estava sorrindo, estendendo uma revista para ela.

- Não, obrigada – Disse, aborrecida, pois estava quase pegando no sono. Mas antes que o homem guardasse a revista mudou de idéia – Desculpe-me. Estou mesmo precisando ler algo.

Ela já estava viciada naquele tipo de experiência. Abriu a revista numa página qualquer, sorrindo como se já esperasse ver o que iria ver. Mas a surpresa foi maior do que esperava.

Havia aberto não somente na página 33, mas a matéria tinha como título...

“A FORÇA E A BELEZA DO NÚMERO 3”.

Ziva arregalou os olhos e fitou o “quarentão” como se ele soubesse de algo.

- Algo errado, senhorita?

- Não, não. Nada não. Desculpe-me – Voltou a olhar para a revista. O coração estava batendo muito forte. Aquilo já estava passando dos limites.

O artigo dizia, entre outras coisas, o seguinte:

“Para os romanos, e também para os gregos, o número três era dotado de poder misterioso e oculto: três eram as Graças, três as Fúrias, três os deuses principais, etc.”

- 3 as fases da existência humana: nascimento, vida e morte.

- 3 as divisões do tempo: passado, presente e futuro.

- 3 os reinos da Natureza: animal, vegetal e mineral.

- 3 as partes principais do corpo humano: cabeça, tronco e membros.

- 3 as dimensões do espaço: comprimento, largura e altura.

- 3 as palavras do lema da Revolução Francesa: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

- 3 os poderes que regem a nação: Executivo, Legislativo e Judiciário.

- 3 as medalhas olímpicas (ouro, prata e bronze).

- Geralmente numa competição existe premiação para o 1.º, 2.º e 3.º lugar.

- A educação em muitos países é dividida em três graus: Ensino fundamental, Médio e Superior.

- 3 estados da água: líquido, sólido e gasoso.


A história da Humanidade ou Criação de tudo que existe está, direta ou indiretamente, Ligada ao número três.

- As três linhas geográficas imaginárias que dividem nosso planeta: Trópico de Câncer, Equador e Capricórnio;

- Os três principais povos (ou civilizações importantes e mais estudadas) da América: Maias, Incas e Astecas; 

- As três moléculas da substância mais importante da vida: H2O (duas moléculas de hidrogênio e uma de oxigênio);

- O átomo (a partícula da qual todo o Universo é formado) é composto por três elementos principais: Prótons, Nêutrons e Elétrons;

- A Terra é o Terceiro Planeta do Sistema Solar;

- As três Américas: América do Sul, Central e América do Norte;

- Neil A. Armstrong, Michael Collins e Edwin E. "Buzz" Aldrin, os três primeiros homens a  caminharem  na Lua;

- Forças Armadas: Três Instituições:  Exército, Marinha e Aeronáutica;

- As três esferas político-administrativas: Municipal, Estadual e Federal;

- As três cores universais usadas nos semáforos: Vermelho, Amarelo e Verde;

- As células do sangue são de 3 tipos: hemácias (ou eritrócitos, glóbulos vermelhos), leucócitos (ou  glóbulos brancos) e plaquetas (ou trombócitos);

- Os três pronomes universais: Eu, Tu, Ele (o resto é plural), ou seja, 1ª, 2ª e 3ª  pessoas do singular;

- As três letras universais da Internet: “WWW” (Word Wide Web);

- S.O.S. do inglês: Save Our Souls, as três palavras usadas para pedido de socorro integrante do código  internacional de sinais;

- Os três tenores: Luciano Pavarotti, Plácido Domingo e José Carreras;

- Na área pedagógica os professores costumam ensinar As três Palavrinhas Mágicas: Com licença, por favor, e Obrigado;

A grande maioria das histórias, grupo de heróis ou heroínas dos filmes, lendas, contos, e fábulas conta sempre com três principais elementos ou personagens que fazem o tripé de toda trama, por exemplo:

     - Os três patetas;

- Os três porquinhos;

- Os três mosqueteiros;

- As três panteras;

- Chapeuzinho vermelho, Vovozinha e o lobo mau;

- Pinóquio, Gepetto e a Fada azul;

- Branca de Neve, os sete anões e a rainha má;

- Cinderela, a madrasta e o príncipe;

- A Bela adormecida (Aurora), o príncipe (Felipe) e a bruxa (Malévola);

- A Bela, a Fera e a feiticeira;

- A Pequena Sereia (Ariel), o príncipe (Eric) e a bruxa do mar (Úrsula).

- Um provérbio popular: “Um é pouco, dois é bom; três é demais”;

- O Gênio da Lâmpada Maravilhosa e os três pedidos concedidos para quem o libertar;

- Os três sobrinhos do pato Donald: Huguinho, Zezinho e Luizinho;

- As Meninas Super Poderosas.

Enquanto lia, Ziva balançava a cabeça como se dissesse: “Aonde isso vai parar?”

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UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

Bem, o pobre Hank perdeu o debate. Sua tese era boa. Ele citou várias personalidades, que foram grandes benfeitoras da humanidade e que eram cristãs. Mostrou a boa influência do cristianismo no progresso, na educação, nas descobertas científicas, nas artes, na política, etc.

O problema é que ele não se preparou para responder aos adversários sobre a Inquisição, as Cruzadas, as guerras entre católicos e protestantes e coisas do gênero. Ele se preparou para apresentar bem sua tese, mas se esqueceu de pensar no que seus críticos iriam pensar. Certa vez ouvi um instrutor militar dizer que uma das estratégias para se vencer uma guerra era CONHECER AS ARMAS E OS PENSAMENTOS DO INIMIGO.

Bom, mas o debate não terminou exatamente como os anteriores. Infelizmente acendeu-se uma fagulha que ameaçaria depois incendiar todo o campus. Apesar do professor Miranda ser o mais ativo no grupo dos críticos, desta vez a professora Zilandra roubou o papel. Passou a provocar Hank, lançando todo tipo de seta envenenada. Como Hank tinha escolhido um tema baseado em moralidade, tornou-se um alvo fácil, pois era daqueles cristãos com várias manchas no currículo. Senti pena dele. Ah, antes que alguém pergunte, na época em que os fatos, que estou narrando, ocorreram, eu era agnóstica. Você sabe o que significa essa palavra?

O crente afirma: DEUS EXISTE.

O ateu diz: DEUS NÃO EXISTE.

O agnóstico apenas responde: NÃO SEI SE DEUS EXISTE OU NÃO.

É claro que nunca fiz nenhuma pesquisa no sentido de descobrir se Deus existe ou não. Nunca me senti inclinada para isso. Mas em 2008, a estranha série de acontecimentos espetaculares que narrarei a seguir, acabou com meu agnosticismo. Um incêndio varreu a Universidade. Estou falando metaforicamente, é claro.

Zilandra acabou com a graça de Hank ao lançar insinuações que o deixaram extremamente nervoso. Geralmente quando certas insinuações nos deixam nervosos é indicativo de que devem ser verdadeiras. Ela acusou Hank de ser um cristão hipócrita – lançou até algumas setas relacionadas a sexualidade dele. A verdade é que o debate terminou com alta dose de tensão no ar. Hank saiu apressadamente e não deu atenção nem para os amigos. E, como sempre acontecia, os “leões” foram comemorar no barzinho universitário.

Primeira Terça-feira de Maio de 2008.

Dia de aula de Filosofia, no horário da manhã. Com a professora Zilandra. Mas aquela manhã não seria monótona como as demais. Havia uma agitação anormal na sala 14, a minha sala. No quadro negro havia uma folha de papel A4 com as seguintes mensagens digitadas:

“Os ímpios irão para o inferno, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.” (Salmo 9.17)

“Diz o néscio no seu coração: Não há Deus.” (Salmo 14.1)

“Também a este respondeu Elias: Se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu, e te consuma a ti e aos teus cinqüenta. Então o fogo de Deus desceu do céu, e consumiu a ele e aos seus cinqüenta.” (2 Reis 1.12)

Você pode se achar a tal, mas não pense que irá escapar do JUSTICEIRO DO SENHOR.

- Que diabo é isso? – Zilandra arrancou o papel, irritada.

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Jerusalém, agosto de 1985.

- Estou aqui, pai. Pode falar – Matias Salomon, um jovem israelense, inclinou-se, beijou a mão do seu pai e sentou ao seu lado, acariciando sua cabeça.

- Filho, sei que o meu tempo está acabando – o ancião falava com certa dificuldade – eu não verei a paz sobre Israel nesta vida. Mas sei que meu Redentor vive e que um dia, um dia que se aproxima cada vez mais, restaurará a minha vida e me trará novamente a Jerusalém, onde finalmente verei a redenção de Israel.

- Quem sabe o senhor não veja a paz sobre Israel ainda nesta vida, meu pai?

- Não, filho. Eu verei a paz sobre Israel... mas não nesta vida. Vá até a minha biblioteca e procure uma edição do Livro do SENHOR em inglês. Está guardada perto do candelabro.

- Eu sei qual é – disse Matias, levantando-se – é aquele livro que o senhor ganhou de presente de um missionário americano no ano passado.

- Muito bem, meu rapaz. Traga o Livro do SENHOR pra mim.

Alguns minutos depois, o ancião pegou um envelope guardado dentro da Bíblia inglesa e entregou para o seu filho.

- Quero que me faça um juramento.

Matias ficou sério. Aproximou-se, inclinou-se próximo do ancião e disse:

- Que deseja que eu faça, meu pai?

- Nesse envelope tem uma carta, explicando certas coisas. Fala de uma visão que tive há treze anos. Uma visão da parte do SENHOR. Quero que leia, estude e procure entender a mensagem. Mas ao mesmo tempo quero que me prometa que entregará essa mensagem a duas pessoas. Duas pessoas que não sei onde estão. Um menino e uma menina. Neste momento eles têm 12 anos. Durante anos fiz o que pude para encontrá-los, mas fracassei. Contudo, consegui algumas informações que poderão ajudá-lo na busca. Encontre-os, meu filho. É muito importante. O futuro deles está ligado ao futuro do nosso povo. Prometa-me que fará tudo para encontrá-los.

O jovem Matias apertou a mão do pai e fez uma promessa. Samuel Salomon sorriu. Seu coração estava velho e cansado. Mas ele descansava nas promessas do Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Aquele que prometeu em Jeremias 31.17:


“Há esperança para o teu futuro, diz o SENHOR; pois teus filhos voltarão para os seus termos.”

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