quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Capítulo 3 – A TENTAÇÃO DO PODER

Cairo, Egito. Próximo à pirâmide de Gizé. Um senhor de meia idade – com típicos trajes de turista – fotografava aquelas exóticas paisagens milenares. De repente, soltou um grito e caiu, deixando as pessoas intrigadas. Muito curiosos se aproximaram, alguém se abaixou, tocou no pulso do sujeito estranho, levantou-se e disse:

- Ele está morto.

- Alguém chame a policia.

No meio da multidão de curiosos, havia alguém que conhecia aquele homem. Era uma jovem jornalista. Seu nome: Moyra Stanley. Ela aproximou-se do homem morto e conseguiu observar uma corrente no braço esquerdo dele. E então viu um misterioso medalhão, do tamanho de uma moeda comum, tendo no centro o desenho de um número 7.


Assustada, afastou-se dali rapidamente. Chegara tarde demais. Os misteriosos assassinos foram mais rápidos e eliminaram o homem que estava com muitas respostas. Ela conseguira escapar dos assassinos na Biblioteca do Cairo. Mas antes tinha ouvido da boca do estranho barbudo, assassinado na biblioteca, um nome e um endereço: Selton Samael, pirâmide de Gizé. Este deveria saber o significado daquilo que estava acontecendo. Mas ela chegou tarde. Agora tinha que sair daquele país o mais rápido possível. Já estava sabendo demais. E aquele conhecimento precisava chegar aos ouvidos do pessoal do Arquivo7 no Brasil.

Enquanto se afastava dali, notou um homem de vestes orientais aproximando-se dela. Moyra Stanley correu. Para despistar o estranho resolveu usar um velho estratagema: entrou em um beco que dava acesso a uma feira de antiguidades. Mas diante dela surgiu um homem com uma adaga, pronto para atingi-la. Parecia que ela estava num beco sem saída. Mas uma pedra vinda não se sabe de onde atingiu o inimigo no rosto, derrubando-o violentamente. Mais do que depressa, ela conseguiu fugir.

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UNIVERSIDADE DE ROMA, FINAL DOS ANOS 80...

- O que Deus significa para vocês? É possível ainda acreditar na existência dEle num mundo totalmente dominado pelas máquinas e pelo prazer carnal? Todos dizem que o mal de nossa geração é a depressão, acompanhada de dezenas de outras doenças psicológicas. O aumento da violência, terrorismo, desemprego, doenças mortais, etc., leva-nos a desejar a morte, pois a vida é uma tortura angustiante. Mas será que viemos a este planeta só para vivermos alguns dias, sofrendo todo tipo de angústia e depois morrer, desaparecer no nada, extinguir-se? NÃO!!! O ser humano possui uma estrutura complexa demais para ser considerado uma simples obra do acaso.

Não faz sentido acreditar que nascemos só para sofrer e morrer. Há algo mais por trás da cortina. Aliás, há muita coisa por trás daquilo que pensamos conhecer. As religiões têm atrapalhado o relacionamento do homem com Deus, quando deveria ter ajudado. Infelizmente, há muitas pessoas que odeiam Deus por culpa das religiões.

 

         Naquele momento, um adolescente de 12 anos chamava a atenção com seu discurso religioso. Seu nome era Luigi Gianne, um gênio que há 6 anos assombrava os maiores intelectuais de Roma. Ele era especial e começava a se orgulhar disso.

- Mas os dias são outros, Luigi – disse uma adolescente chamada Sônia – hoje há muitas pessoas buscando novamente a religião, até mesmo os intelectuais. E não somente a religião cristã, mas as crenças do Oriente tem tido grande destaque.

- Mas a verdade só pode ser uma.

Sônia olhou nos olhos de Luigi – um olhar de admiração e reverência - e disse:

- Puxa, Luigi. Eu admiro demais sua fé, sua dedicação, sua inteligência. Se a doutrina da Reencarnação fosse verdadeira, você deveria ser a reencarnação de algum deus, um dos iluminados do passado: Jesus, Buda, Krisna ou Hermes.

Aquelas palavras mexeram com o coração de Luigi. Ele já sabia que havia algo de especial nele. E sentia que estava chegando a hora de demonstrar isso ao mundo.

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Idade Média, ano 1421.

Após um revigorante banho e uma refeição rápida, Samuel foi levado a uma grande sala, uma grande biblioteca, cheia de livros, pergaminhos e vários documentos, onde muitas pessoas (rapazes, moças e alguns anciãos) pesquisavam e discutiam coisas relacionadas a Filosofia, Religião e Bruxaria.

Enquanto caminhava passando o visto em cada título organizado naquela estranha biblioteca, o noviço fugitivo ouvia as explicações do moço que o salvara dos guardiões.

- Está mais do que na hora de você saber o que tudo isto significa. Meu nome é Jean Almazinni, e, assim como as outras pessoas que vivem por aqui, sou um pesquisador e estudioso do homem, da natureza e de várias áreas do conhecimento universal. Acima de tudo somos cristãos que conseguiram escapar das garras da inquisição e fomos obrigados a procurar um refúgio secreto por discordamos das doutrinas ensinadas pela igreja oficial estabelecida em Roma. Um príncipe da Alemanha foi obrigado a fugir de sua terra por concordar com o ensinamento dos chamados hereges e foi justamente ele, com seus recursos, que construiu esta espécie de santuário do conhecimento. Aqui há copistas que traduzem as Escrituras Sagradas para várias línguas européias e, por meio dos nossos espiões, temos levado cópias da Palavra de Deus a reis e nobres sedentos da verdade. Temos muitos amigos dentro dos mosteiros controlados por Roma, e por meio deles temos acesso a várias obras raras condenadas pelos inquisidores.

- Há algum de vocês no mosteiro onde eu vivia?

Jean sorriu antes de responder:

- Você se lembra do noviço que foi duramente disciplinado por dormir na hora das orações da tarde?

- Sim, mas não entendo o que...

- Ele inventou que tinha dormido para esconder um “crime” ainda maior: na hora daquelas orações ele tem o costume de visitar a biblioteca secreta do mosteiro a fim de copiar obras valiosíssimas para nós.

- Essa não! E eu pensando que fosse o único a me atrever a entrar naquela biblioteca.

- Foi por meio dele que tomamos conhecimento de sua história.

- Minha história? O que vocês sabem dela?

- Siga-me.

Eles saíram da Biblioteca e entraram numa sala com uma grande mesa redonda. Samuel contou cerca de 50 cadeiras.

- 49 – disse Jean.

- 49 o quê?

- 49 cadeiras e não 50 – disse Jean, como se estivesse lendo o pensamento de Samuel.

- Como você sabe que eu estava contando as cadeiras?

- Ora, qualquer curioso ao entrar nesta sala e fica olhando admirado todas estas cadeiras não faz outra coisa.
Havia mais pessoas na sala naquele momento, e sentadas ao redor da grande mesa.

- Veja, nossos amigos estão discutindo alguma coisa importante. Venha. Preciso apresentá-los.

E Samuel foi apresentado às cinco pessoas que conversavam naquele momento.

Algumas horas depois.

- Ordem dos “SETES”? Por que esse nome?

- Meu caro Samuel – respondeu Jean enquanto passeava naquele jardim que parecia tirado daquelas ilustrações sobre o paraíso – essa é uma longa história, que você conhecerá pouco a pouco. Não precisa ter pressa. Por enquanto é importante que você conheça nossos princípios e planos. Vou lhe mostrar algo.

Caminharam mais alguns passos e uma obra de escultura causou novo espanto ao noviço fugitivo. Uma estranha escultura próximo a uma árvore seca – único ponto feio naquele jardim – mostrava uma mulher de aspecto sedutor e bizarro montada numa fera de 7 cabeças, cheia de nomes escritos em línguas desconhecidas. A mulher tinha os lábios manchados com um vermelho escuro de uma forma tal que parecia sangue a escorrer pelo seu queixo. E realmente representava sangue. Na sua mão havia uma taça com o mesmo liquido que escorria de seus lábios. A mulher tinha uma aparência obscena e seu olhar parecia hipnotizar quem o fixasse bastante tempo.

- O que é isso? – Perguntou o noviço fugitivo.

- Você nunca ouviu falar da Prostituta da Babilônia? Ah! Claro que não, pois no convento é proibido se falar de todas as partes da Bíblia, principalmente o Apocalipse.

- Eu já ouvi essa palavra antes. Certa vez ouvi alguns noviços falando em coisas proibidas e alguém citou a palavra “apocalipse”.

- É, eu preciso contar tudo do começo mesmo.

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Mitla continuou a leitura.

Morganne passou a trabalhar numa pequena empresa bancária e como todo funcionário, possuía uma conta. Todos os 12 funcionários tinham uma conta de 8 algarismos, começados com qualquer número: 5,6,9,2, etc. NENHUMA CONTA COMEÇAVA COM O NÚMERO 7... ATÉ ELE CHEGAR! Sua conta era a única que começava com o número 7. Seria somente coincidência?
        
Certo dia, uma experiência esquisita o deixou mais perturbado. Na cantina do seu local de trabalho havia 7 copos de vidro. No fundo de cada um tinha um número qualquer. Somente havia um copo com o número 7. Certo dia, o Supervisor Geral quebrou um copo sem querer. Era exatamente o de número 7. Ele sorriu, olhou para Morganne e disse: “Por que tu não contas os cacos?” (Ele sabia que Morganne estava pesquisando sobre o número 7). O jovem sorriu também. “Claro que eu não farei uma besteira dessa”. Pensou. Porém, quando o supervisor saiu, Morganne ficou inquieto e curioso. Como estava sozinho, resolveu contar os cacos. Teve outro susto. O copo tinha se quebrado em exatamente 7 cacos. Aquilo já estava parecendo alguma espécie de feitiçaria e não mais coincidência.

Aquilo começou a virar uma obsessão. Tudo que ele fazia aparecia alguma coleção de 7 coisas pelo meio. Às vezes ele pedia para algum amigo abrir numa página qualquer de um livro, e depois fazia o mesmo. Sempre era uma página onde aparecia o número 7.

Mitla parou um pouco e fechou o livro. Depois o abriu numa página qualquer. Era a página de número 77.

- Que bruxaria é essa?!! – Ela não conseguiu evitar uma exclamação, e logo olhou ao redor, desconfiada que alguém tivesse ouvido. Continuou a leitura.

“Chegou ao final do ano e ele ficou ansioso para que começasse logo o ano letivo do ano seguinte, para provar de uma vez por todas que aquilo tudo era somente coincidência. Ele teria um novo número no colégio e esse número nada teria a ver com o número 7. “

         “Mas no segundo ano do Ensino Médio, seu número foi novamente 34 (mesmo com uma quantidade diferente de alunos). É claro que ele ficou mais inquieto. Dois anos seguidos, com o mesmo número relacionado ao número 7. Já era algo para pensar. Mas por que não mais uma coincidência? Porque as coisas não pararam por ai. No inicio daquele ano, ele havia levantado bem cedo, ligou a TV e, enquanto se vestia, entretia-se com um filme de artes marciais que estava passando. Mas no momento em que apareceu o letreiro com o nome do filme, ficou inquieto. O filme se chamava “OS 7 HERÓIS DO KUNG FU”.  Isso poderia não ter importância (= Há centenas de filmes, cujos títulos envolvem o número 7)” .

“Porém as coincidências só aumentavam. No mesmo dia aconteceram outras e outras e outras, sem pausa para respirar. Aquele dia era dia de renovação de matrícula. Quando ele chegou ao Colégio para se matricular para o 2.º ano do Ensino Médio, perguntou para a Secretária quantas pessoas já tinham se matriculado. Ela disse calmamente que 6 pessoas já tinham se matriculado... e ele seria a SÉTIMA. SERÁ QUE ESTOU FICANDO DOIDO? – Pensou Morganne, seriamente preocupado”.

         “Ora, ele não queria um mistério? Pois estava ali. Mas o que aquilo teria a ver com Deus, se parecia mais coisa do diabo? Quando as aulas recomeçaram, as coincidências triplicaram, e ele lutou muito para se concentrar nos estudos.”

“Alguns dias depois, resolveu visitar a Biblioteca. Queria relaxar um pouco, arejar as idéias, encontrar um sentido para a vida, etc. Ele gostava de romances de mistério. Aproximou-se da seção de romances policiais e resolver pegar um livro na sorte. Fechou os olhos, passou a mão sobre alguns e sorteou um.”

“Era um livro de Agatha Christie (grande escritora inglesa, conhecida como “a rainha do crime”). O título era: “O MISTÉRIO DOS 7 RELÓGIOS”. Ele tremeu dos pés à cabeça. Parou um pouco e resolveu abrir numa página qualquer. Foi exatamente no capítulo 7, e a página tinha o número 47. ‘Isso é só coincidência, só coincidência’ – disse para si mesmo. Fechou o livro e notou que alguém mais estava naquela seção. Uma moça vestia uma camisa de time de futebol. E era a de número 7. “Mas que coisa” ele guardou o livro e resolveu pegar outro. Viu um sobre Sherlock Holmes, o grande detetive inglês. E o título era: A SOLUÇÃO 7 POR CENTO. Olhou para a moça e pensou em contar tudo pra ela, mas se conteve. Ia devolver o livro, quando, não resistindo, resolveu abrir numa página qualquer. Foi exatamente a de número 77.”

- Que macumba é esta?!!! – Exclamou em voz alta.

Mitla sentiu um calafrio. Há poucos minutos ela tinha pronunciado uma frase estranhamente parecida, diante de uma coincidência semelhante. Continuou a ler.

“O jovem estudante ficou alguns minutos pensativos. De repente, teve um sobressalto. Olhou para o relógio. Era 7 de Abril. Olhou desconfiado ao redor, como se temesse que alguém estivesse observando o que estava acontecendo, ou lendo seus pensamentos. Resolveu sair dali imediatamente. Enquanto saia da Biblioteca, ouviu quando uma estudante falava pra outra:

- Ah, amiga. Pra mim a questão mais difícil foi a sétima. Isso só porque eu passei o final de semana estudando feito uma louca.

Morganne estava assustado. Tudo que ele ouvia por parte dos estudantes era como uma seta que atravessava o seu coração da maneira mais mortífera possível. As conversas dos estudantes naquele dia pareciam planejadas, parecia uma conspiração.

- Rapaz, se eu tirasse pelo menos 7 naquela prova de quinta-feira.

- Quando olhei para aquele trabalho, era como se estivesse vendo o famoso bicho de 7 cabeças.

- Se eu não tivesse passado o final de semana pintando o 7, tinha tirado uma boa nota.

Naquela noite, Morganne ligou a TV. Havia uma sessão de ótimos filmes de faroeste. Mas o jovem por pouco não caiu da cadeira ao ver que ia passar o clássico de faroeste “7 HOMENS E UM DESTINO”, com Yul Brinner.

- Isso é demais! Ele desligou a TV e levantou-se aborrecido. O que estava acontecendo? Que brincadeira era aquela? E quem era o responsável?

         Mitla respirou fundo. “Como tudo isso irá terminar?”

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UNIVERSIDADE DE ROMA, ANO 1996...

- Luigi!

O jovem olhou para um lado e avistou seu amigo Paolo Massini, um homem de uns trinta e dois anos, que lecionava Psicologia naquela Universidade, um grande amigo que o acompanhava desde os 6 anos.

- Oi, professor. O que aconteceu?

- Oh, nada demais. Eu queria saber se você tem um tempo para a gente conversar.

Logo depois, num local afastado da agitação do campus universitário...

- Luigi – O professor Massini falava de uma maneira que parecia estar numa cerimônia especial – o que você pretende ser no futuro?

- Uma pessoa que mude o futuro daqueles que não acreditam mais no futuro – ele respondeu sem hesitar.

- Você poderia explicar melhor? – Massini tentou disfarçar uma certa satisfação interior.

- Deus me deu um dom especial e quero compartilhá-lo com as pessoas, quero ajudar os outros.

- Mas para que você ajude as pessoas precisa estar numa posição necessária.

- Que posição necessária?

- Por exemplo, você não poderá ajudar o mundo, se ficar escondido numa Universidade, ou quem sabe, se, como um advogado, ficar defendendo causas isoladas aqui e ali. Ou, se como um médico, ficar trancado em algum hospitalzinho só cuidando de doentes. As pessoas normais já fazem isso, mas as pessoas com dons especiais como você tem um destino diferente e mais privilegiado.

- Eu acredito que Deus me mostrará o que fazer.

- Não está escrito na Bíblia que os Cristãos devem fazer sua luz brilhar? Pois é isso que você precisa fazer. Onde uma lâmpada ficaria mais bem localizada para iluminar um vale inteiro?

- No alto de uma montanha, evidentemente.

- É isso. No alto para que todos possam ver. Você nunca sentiu em seu coração que Deus quer fazer de você um líder?

- Um líder? Como assim?

- Você tem um dom, você tem carisma, você nasceu para iluminar o mundo e para ser reverenciado por ele. Você tem uma inteligência fora do normal. Você tem uma bela aparência. Veja como as garotas olham para você com desejo e os rapazes com inveja. Você é único.

Aquelas palavras lisonjeiras pareciam de um adorador diante de um deus, e Luigi – como todos os seres humanos – começava a olhar para si, começava a ser seduzido pela fraqueza de todos os mortais, a tentação do poder.

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Mitla e o Arquivo 7.

         Muitas coisas envolvendo o número 7 começaram a perturbar Morganne. Aconteceu um caso que ultrapassou todos os outros em matéria de coincidência. Ele conversava com seus amigos sobre suas pesquisas sobre o número 7. Então um certo jovem começou a desacreditar daquela história e passou a dizer que tudo era mentira.

- Vocês não têm o que fazer? Eu queria que acontecesse comigo – o rapaz deu um passo em direção a Morganne e o desafiou.

- Tu queres uma prova? – Disse um jovem, que, naquele exato momento, saía de uma igreja bem diante da praça, onde eles estavam debatendo. Ele conhecia as coincidências envolvendo Morganne e o número 7 e sem hesitar, entregou uma Bíblia para o jovem desafiante e pediu-lhe para abrir numa página qualquer.

O zombador sorriu. Quando abriu o Livro Sagrado, pareceu ter um choque. Espantado, tentou fechar a Bíblia, mas foi impedido por um dos amigos de Morganne. A página aberta foi mostrada para quem quisesse ver. Era a página de número 777! Isso mesmo: três números 7 de uma só vez.

- Ora, isso é feitiçaria! – Ele saiu dali rapidamente, transtornado e confuso. Soube-se depois que ele passara o resto da noite rezando, achando que estava mexendo com jovens feiticeiros.

         Por causa das absurdas coincidências envolvendo o número 7 Morganne começou a ser observado com olhares desconfiados. As pessoas achavam que ele era realmente algum bruxo. Mas será que aquilo que estava acontecendo era obra maligna?  Naquele mesmo ano ele começaria a descobrir a verdade.

Qual o significado desses mistérios? O que todas essas coincidências envolvendo o número 7 queriam dizer? Isso era coisa boa ou má? Era uma mensagem de Deus ou do Diabo? Uma coisa era certa: Aquela oração pedindo o mistério estava sendo atendida. E ele acreditava que somente Deus podia estar fazendo aquilo. Com qual propósito ele não sabia.

Mitla tornou a lembrar de seu noivo Constantine. Por que ele estava tão preocupado com esse tal Morganne?

Ela continuou a leitura.

“De repente, uma reviravolta na vida de Morganne. Um amigo o convenceu a visitar uma Igreja Evangélica. E ele fez uma aliança com Deus. Agora tinha esperança de que os mistérios envolvendo o número fossem desvendados. Ele resolveu ler a Bíblia... e passou a se surpreender com a enorme quantidade de setes espalhadas por todas as páginas do Livro Sagrado.  “A resposta do enigma deve estar aí” – pensou ele. Sempre ouvira alguém dizer que o número 7 era conta de mentiroso, mas estava descobrindo o contrário. O número 7 era o número da verdade. Do primeiro ao último livro da Bíblia, o número 7 aparece milhares de vezes claramente ou ocultamente, formando coleções. É uma coleção impressionante.”

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UNIVERSIDADE DE ROMA, ITÁLIA, ano 1996.

- Seu destino é liderar o mundo – dizia Paolo Massini, para um jovem inteligente e que começava a revelar o outro lado de sua personalidade – Você irá levar a Europa de volta a sua grandeza do passado. O que é Roma hoje? Apenas uma cidade do passado, que atrai milhares de turistas cristãos e não cristãos. Onde está a Roma gloriosa que fazia todas as nações se ajoelharem à seus pés?

- E você acha que eu sou capaz de fazer tudo isso? – Perguntou Luigi, num tomo como se já soubesse a resposta.

- Sim, e só você pode fazer isso. Repito que você tem um dom, Luigi. Um dom que ninguém mais possui neste mundo.

- E você acha que Deus quer que eu seja esse grande líder?

- Por que outra razão você seria tão especial?

O jovem parou um momento. Parecia estar refletindo sobre todas aquelas coisas. Alguns minutos depois, olhou nos olhos de Massini e disse:

- Por que é que Deus não me fala claramente sobre o que devo fazer?

A resposta de Massini foi chocante:

- Porque Ele não se importa com você. Mas existe alguém que se importa.

- O que você está dizendo? – Luigi deu um passo para trás.

- O que eu disse claramente – respondeu Paolo, com firmeza - Deus não se importa com você, Ele não se importa com nenhum ser humano. Na verdade, Ele tem prazer em ver as pessoas sofrerem.

- Você não pode estar falando sério.

- Quando você entender, irá falar a mesma coisa. O que quero dizer é que há um Deus que se importa com você e outro que não se importa.

- Espera aí. Que história é essa de dois Deuses? Só existe um e...

- E quem é Ele? – Perguntou Paolo quase gritando - Qual o nome dEle? Você está se referindo Àquele Deus da Bíblia, adorado pelos judeus e pelos cristãos? Não, meu jovem. A história está errada, muito errada. Chegou a hora de você saber a verdade.

Luigi não estava assustado com aquelas revelações. Deveria estar, mas não estava. E por que? Porque na verdade seu coração já estava dominado por uma outra entidade há muito tempo.

- PAOLO! – Luigi começou a falar de uma maneira estranha, um tom de voz perturbador, que fez Massini tremer nas bases – EU JÁ SEI DE TUDO ISSO. EU SEI QUE FUI PREDESTINADO PARA GOVERNAR O MUNDO. EU SEI QUE EM BREVE TODO O PODER DO UNIVERSO ESTARÁ NAS MINHAS MÃOS. EU SEI QUEM É O VERDADEIRO DEUS. EU TIVE UM ENCONTRO COM ELE NO INICIO DESTE ANO. ELE ME ABRIU OS OLHOS. ELE ME FEZ VER QUE EU SOU SUA GERAÇÃO, EU TRAGO O PODER DELE, O PODER QUE FARÁ O MUNDO REJEITAR O FALSO DEUS JAVEH, O FALSO MESSIAS. EU VIM PARA DESTRONAR O FALSO MESSIAS JESUS DE NAZARÉ.


Paolo Massini ficou assombrado. Ele se ajoelhou diante de Luigi, cujos olhos pareciam arder como fogo, como chamas infernais. Luigi sorria. Olhou para o alto e continuou sorrindo, enquanto seis corvos sinistros voavam em círculo como se estivessem lhe prestando uma homenagem, uma adoração.

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