UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO
ALEGRE, BRASIL, 2008.
- Muito bem – Eliakim
reassumiu o comando – as evidências históricas, arqueológicas e lingüísticas
apontam para Moisés como autor não somente do Gênesis, como de todos os livros
do chamado Pentateuco. Mas a questão é: De onde Moisés retirou tal idéia?
- Imaginou. Só isso. Seria
tão difícil assim? – Miranda resolveu entrar no jogo, assim que notou que Eliakim,
aparentemente, havia esquecido sua fórmula matemática descrita no quadro.
- Bem, espero que vocês não
tenham cochilado na aula de História, ou pior, matado aula – disse Eliakim -
mas, na época em que a Bíblia foi escrita, especialmente no período dos
primeiros livros, o conhecimento popular sobre a origem do mundo não tinha nada
a ver com o que Moisés escreveu. De acordo com a Bíblia, Flavio Josefo e outras
fontes extra-bíblicas, Moisés viveu no Egito durante muitos anos (40 segundo a
Bíblia), e certamente foi educado na maior faculdade da época, a Universidade
egípcia. Alguém sabe qual era a concepção dos egípcios a respeito da origem do
mundo?
- Eles acreditavam que, no
principio surgiu um ovo, e desse ovo veio a terra e os planetas. Acreditavam
que os seres humanos haviam evoluído de umas minhocas do rio Nilo – Mais uma
vez Elvis surpreendeu ao abrir a boca.
- Acho que os baseados que
esse cara fuma todo dia são feitos das páginas dos livros da biblioteca. Só
pode – comentou em voz baixa um estudante chamado Jones.
- É isso aí, Elvis –
aprovou Eliakim – do outro lado, a concepção mais avançada que os povos tinham
da origem do mundo vinha da Babilônia. Os sábios da época acreditavam que uma
briga entre os deuses originou tudo. Segundo eles o mundo teria sido feito a
partir do corpo de um deus morto. Os seres humanos vieram dos cuspes de um
desses deuses. Foi num ambiente desse que Moisés escreveu: “NO PRINCIPIO CRIOU
DEUS OS CÉUS E A TERRA”.
- Mas eu estou curioso é a
com essa fórmula aí – falou Florêncio – por que não deixamos Moisés pra lá e
vamos à fórmula?
- Vou chegar lá. Pra que a
pressa? Meu desafio para vocês é o seguinte: SE PUDERMOS PROVAR QUE O PRIMEIRO
VERSÍCULO DA BÍBLIA FOI INVENTADO POR MOISÉS OU POR OUTRO HUMANO QUALQUER E NÃO
INSPIRADO POR DEUS, não precisamos nos preocupar com as outras partes da
Bíblia.
- E como podemos provar
isso? – Perguntou Miranda – alguém imaginou, criou uma teoria diferente e
mandou ver. Qual o problema?
- Eu desafio qualquer gênio
a criar uma frase nos mesmos padrões que a primeira frase da Bíblia.
Com essas palavras, Eliakim
conseguiu a atenção de 100% dos universitários. O que ele pretendia afinal?
- Explique-se melhor –
pediu Miranda.
Eliakim
ligou o projetor de slides, mostrou duas tabelas e continuou:
- Alguém conhece esses
alfabetos?
- Logicamente é o alfabeto
hebraico e o grego – respondeu Miranda.
- Exatamente. E por que
esses números ao redor de cada letra?
Miranda,
como bom professor de Matemática, fez questão de explicar:
- Os hebreus e os gregos
não conheciam os sinais modernos que usamos para os algarismos e, em razão
disso, criaram um sistema onde numeravam as letras do alfabeto com determinados
valores, conforme vemos nas tabelas.
- E quando,
aproximadamente, os hebreus criaram tal sistema?
- As opiniões mais
conhecidas dizem que foi lá pelos anos 200 antes de Cristo.
- Ou seja, uns 1.200 anos
DEPOIS da existência de Moisés, segundo muitos historiadores – completou Eliakim.
- Pode ser – disse Miranda,
meio a contragosto.
- De modo que podemos
afirmar que, na época de Moisés, o sistema de numeração das letras hebraicas
não era conhecido...
Miranda
não respondeu com palavras, mas sua expressão era bem clara.
- Bem, meus amigos – Eliakim
voltou-se para os estudantes – agora que alguns fatos estão claros e bem
definidos, vamos ao que interessa. A Bíblia foi escrita em hebraico e Grego,
respectivamente, Antigo e Novo Testamento (com pequenas porções de aramaico).
Se as letras hebraicas e gregas possuíam valores numéricos, logicamente as
palavras também possuiam valores numéricos.
Por
exemplo, as três letras que formam o nome DAVI, em hebraico, DALET, VAV e
DALET, possuem os valores 4, 6 e 4, que totalizam 14. Esse é o valor numérico
do nome DAVI. Muito simples, não?
- Agora vamos brincar de
numerologia? – Perguntou Yamara, ainda irritada.
Eliakim
preferiu não responder. E prosseguiu:
-
De acordo com a Bíblia Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo. Por
que? Por que Ele não fez o mundo num segundo só, num piscar de olhos? E por que
não em 3 dias, 4 dias, 8 dias, sei lá, qualquer outro número?
-
Ora essa! Por acaso Ele escolheu 7 dias, e daí? Ele deve ter percebido que 7 é
o número da sorte... – Yamara queria
mesmo chamar a atenção de Eliakim.
-
Mas por que é que em centenas de casos na Bíblia, o número 7 aparece com grande
freqüência?
-
Ora, ora. Todos os outros escritores resolveram aderir a mesma idéia... –
Explicou Miranda.
-
Tudo bem. Vamos ao que interessa. O primeiro versículo da Bíblia é também o
mais importante sobre a origem do Universo. Se ele não for verdadeiro, todos os
outros não merecem confiança. O que quero dizer é que, se for provado que a
primeira frase bíblica foi apenas uma invenção humana, e não inspirada
divinamente como os cristãos acreditam, nenhuma outra parte da Bíblia é digna
de crédito.
-
Não vejo como lançar tanta fé numa simples frase – disse Miranda.
-
Mas eu aposto minha vida como uma mente humana é incapaz de escrever um verso
igual ao que está escrito em Gênesis 1.1.
As palavras de Eliakim causaram sensação. Todos
estavam em silêncio, ansiosos, aguardando o desenrolar daquele debate.
Ele mostrou um slide com uma estranha expressão.
צראח חאו םיסשה תא םיהלא ארב תישארב
- Vejam. É a primeira frase da Bíblia, como foi
originalmente escrita. Observem que são 7 palavras e 28 letras, ou seja: 4 x 7.
Em hebraico, lê-se da direita para a esquerda. Mais um detalhe: O número 28 é o
triangular de 7. Um número triangular é a soma de uma seqüência desde o número
1. Assim 28 é a soma dos 7 primeiros números: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7. Em
resumo: A quantidade de letras é o triangular da quantidade de palavras.
*******
Londres,
agosto de 2001.
Ziva estava diante do rio Tâmisa, olhando para o por do
sol. Gostava de ver o crepúsculo. Era triste, mas gostava.
“Será que ele viu o entardecer hoje? Onde estará neste
momento? O que estará fazendo agora? Será que está pensando em mim? Será que
sente por mim o mesmo que sinto por ele?”
Muitas reviravoltas em sua vida nos últimos dias.
Desde que deixara Roma para trás nunca parou de conversar
com Jenna, a filha do Dr. Makanera. Compartilhou com ela alguns segredos de sua
vida. As misteriosas coincidências envolvendo o número 3. Jenna, assim como sua
família, participava ativamente de uma igreja cristã no Canadá. Ela estava
muito feliz, pois, na linguagem dos cristãos, havia “ganhado mais uma alma pra
Jesus”. Uma alma muito especial: Ziva. Sim, a garota de coração de aço, que não
acreditava em Deus, no amor e nas pessoas.
Mas Deus havia marcado um encontro com ela. E, na hora
certa, os laços de amor divino cercaram Ziva de tal forma que era impossível
fugir. Ela não fugiu. Ela não queria fugir. Somente uma coisa faltava na vida
dela agora: encontrar o amor de sua vida. Já sabia que ele existia, que estava
em algum lugar do planeta. Esperando por ela. Sua alma gêmea.
“Onde estará você, meu amado?” Ziva continuava olhando
para o poente. O sol estava desaparecendo. Mas ele iria nascer novamente. E a
cada manhã as esperanças se renovavam. Ziva sorriu. A cada novo dia Deus
poderia surpreendê-la novamente.
*******
Universidade Galileu, 2008.
A apresentação de Eliakim.
- Meus amigos, o versículo mais importante sobre a origem
do Universo foi escrito com apenas 7 palavras. Na Bíblia, o número 7 chama a
atenção por aparecer com grande freqüência, envolvendo acontecimentos
importantes. Permitam-me citar alguns exemplos (só no livro de Gênesis):
E Eliakim citou rapidamente
dezenas de passagens bíblicas do livro de Gênesis onde aparecia alguma coleção
de 7 coisas ou onde o número 7 era citado explicitamente.
- E então, meus amigos? Coincidência, acaso, ou um
projeto elaborado? Por que? Para que? Por quem?
Por que essa preferência
misteriosa de Deus com o número 7? A primeira coisa que Ele disse ao criar o
mundo, foi: HAJA LUZ! E como sabemos, quando a luz atravessa um prisma ótico,
se decompõe em exatamente 7 cores. Vamos olhar Gênesis 1.1 mais de perto.
O versículo divide-se em duas
porções iguais: As três primeiras palavras (NO PRINCIPIO CRIOU DEUS) possuem
exatamente 14 letras (2 x 7); e as últimas palavras (OS CÉUS E A TERRA) também.
Os três substantivos do texto
(DEUS, CÉUS E TERRA) possuem ao todo 14 letras (2 x 7). E o restante também tem
14 letras. Coincidência?
A segunda parte do versículo
divide-se em duas partes iguais: a primeira parte (OS CÉUS) contém exatamente 7
letras; a segunda parte (E A TERRA) também contém 7 letras. Isso seria por
simples acaso?
A palavra CENTRAL do
versículo, quando conectada com a palavra da direta (DEUS) forma 7 letras; e
quando agrupada com a palavra da esquerda (CÉUS) forma também 7 letras.
Pergunto novamente: Isso seria
por acaso?
- Ora, há certamente milhares de frases, cuja quantidade
de letras e palavras são múltiplos de sete – disse Miranda. Isso não tem
significado nenhum. E qualquer pessoa, com um pouco de habilidade e paciência é
capaz de fazer isso.
- Mas ainda estamos no tapete, meu caro – disse Eliakim,
sorrindo – vamos entrar no templo agora. O senhor já explicou para todos nós há
poucos minutos que os hebreus não possuíam sinais para representar os números,
e por isso usavam letras do alfabeto. Vocês estão vendo aqui como isso era
feito. Com estas informações em mente, iremos agora desvendar mais mistérios
numéricos em Gênesis.
Se trocarmos cada letra desta
frase pelos seus respectivos valores numéricos, as 7 primeiras palavras da
Bíblia tem os seguintes valores em hebraico:
NO
PRINCIPIO = pronuncia-se BERESHIT – Valor 913
CRIOU
= pronunciamos BARA – Valor 203
DEUS =
pronunciamos ELOHIM – Valor 86
OS
CÉUS = pronunciamos ET SHAMAYN – Valores 401 e 395
E A
TERRA = pronunciamos VAETE HAERETZ – Valores 407 e 296.
O que esses valores tem de
interessante?
A primeira surpresa
encontramos nas três palavras principais do texto. Quais são essas três
palavras especiais? DEUS, CÉUS e TERRA. Ora, somando-se DEUS (86) + CÉUS (395)
+ TERRA (296), teremos o que?
- 777! - Respondeu em coro uma
boa parte dos estudantes.
- Que surpresa, não?
Exatamente 777. Por que não outro valor? Vejam bem que não são valores
inventados ou manipulados. Qualquer pessoa pode calcular o valor dessas
palavras em hebraico. O valor não pode ser outro. Pergunto: Por que o escritor
do Gênesis (Moisés) escreveu de tal forma que as palavras viessem a formar
valores ligados ao número 7? As Escrituras indicam que 7 representa a
perfeição, a harmonia do Universo. Se o valor das três principais palavras do
primeiro versículo da Bíblia gera o valor 777, isso indica que o Universo só
será perfeito no dia em que DEUS, CÉUS e TERRA estiverem unidos. É a única
combinação que gera esse valor.
Não haverá perfeição se
somente Deus e Céus estiverem juntos (a soma dos dois é 481 e esse número NÃO É
múltiplo de 7);
Não haverá perfeição se Deus
estiver unido à terra e separado do Céu (DEUS + TERRA dá 382, e esse número NÃO
É múltiplo de 7);
Não haverá perfeição se o Céu
estiver unido à Terra, SEM a presença de Deus (Isto é impossível, e
numericamente também é significativo: CÉU + TERRA dá 691, que NÃO É múltiplo de
7).
A harmonia só acontecerá
quando ocorrer a seguinte equação:
TERRA (296) + CÉUS (395) + DEUS (086) = 777
Ninguém pode me acusar de ter
inventado esses valores. Está registrado em qualquer enciclopédia. Essas
palavras hebraicas são encontradas em qualquer Bíblia hebraica, pois como se
sabe, o hebraico é uma língua antiga, mas é falado novamente hoje em Israel.
Qualquer professor de hebraico concordaria comigo.
Por que
alguém se daria ao trabalho de organizar um esquema assim se ele não possui
significado algum? E quanto tempo alguém levaria para fazer isso?
Algo a dizer, professor?
- Continue – disse Miranda como se estivesse dando uma
ordem.
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Porto
Alegre, Setembro de 2001.
Eliakim estava muito ansioso. Crescia cada vez mais a
vontade de passar uns dias em Nova York. Ele acreditava que aquela reportagem
era um aviso de Deus. Só podia ser. Como é que pode? Ele acabara de chegar em
casa, cansado. Liga a televisão, passa canal por canal e topa com aquela cena?
Não podia ser por acaso.
“Ela só pode ser americana. Não tem cara de turista. E é
cristã. Possivelmente cristã protestante. Seu fizer algumas visitas a algumas
igrejas, quem sabe?”
Eliakim esteve em Nova York em 1999, numa conferência
sobre matemática. Na ocasião o palestrante mais aguardado era o famoso Andrew
Wiles, conhecido mundialmente como “o cara que demonstrou o Último Teorema de
Fermat.”
Eliakim era fã do sujeito. E, na época, convidou alguns
amigos para dividirem as despesas e passarem uma semana em Nova York. E valeu a
pena.
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Londres,
agosto de 2001.
Ziva está, há dias, desenvolvendo um trabalho sobre o
Último Teorema de Fermat. Continuava apaixonada pela matemática. Agora mais
ainda, depois que teve o encontro com a Matemática Divina, apresentada pelo Dr.
Makanera. Ela conhecia bastante a vida de Andrew Wiles, seu conterrâneo, o
homem que decifrou um dos maiores enigmas da matemática. Já o vira muita vezes,
pois acompanhava quase todas as suas palestras. Ela possuía um enorme arquivo
sobre os grandes matemáticos.
Naquele momento, enquanto remexia em velhos arquivos,
levou um choque.
“Não é possível!”
Estava diante de uma foto retirada da Internet. Uma foto
sobre uma conferência de matemática ocorrida há dois anos nos Estados Unidos. O
professor Wiles estava na foto, cercado por três outras pessoas. Três jovens
rapazes. Um deles era... Eliakim!
- Não
é possível! – Ziva levantou-se, olhando para a foto, sem piscar, como se
estivesse enfeitiçada – Meu Deus! Não é possível!
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