domingo, 30 de novembro de 2014

CAPÍTULO 28 - COM DEUS TODA HISTÓRIA TEM UM FINAL FELIZ

Miranda estava pensativo. E o ambiente era o mais propício possível. Uma ponte sobre um riacho, ao entardecer. Próxima a uma pracinha muito linda.

Em sua mente um caldeirão dos acontecimentos recentes. O debate com Eliakim, as incríveis coincidências envolvendo os números 3 e 7, e principalmente, a história de amor entre Eliakim e Ziva. Aquilo era o mais estranho de tudo. Como é que eles se olharam apenas uma vez e ficaram amarrados um no outro? E como é que Eliakim, quase esquizofrênico com o número 7 foi topar logo com uma paranóica pelo número 3? Não. Aquilo era absurdo demais. À principio, pensou que Eliakim tinha imaginado tudo, mas não havia como negar a história.

Naquele momento, enquanto sentia uma brisa suave tocando seu rosto, ele se perguntou:

“Por que Deus não fala comigo usando de algo extravagante tal como usou com Eliakim e Ziva, se é que Ele existe? Mesmo negando Sua existência durante tantos anos, no fundo, no fundo sinto que minha negação nunca foi 100%. Não consigo negá-lo 100%. Por que? E se Eu pedisse uma prova pra Ele?” Por um momento, Miranda riu. “Imagine se o pessoal do Clube souber que estou fazendo estes questionamentos”.

Mas ele voltou a ficar sério e disse em pensamentos: “Senhor, se Tu não existe meu pedido não fará nenhum sentido. Ninguém pode ler meu pensamento e, portanto, não passarei vergonha. Mas, se Tu de fato existe e me ama como dizem por aí, mostra-me um sinal. Revela-me algo que me deixe sem palavras, algo que me surpreenda.”


Miranda tornou a rir, após fazer a estranha oração. Enquanto olhava as nuvens, pareceu ver o formato de um triângulo. Sim, qualquer pessoa podia ver o que quisesse nas nuvens. Mas, naquele momento, a figura daquele triângulo o fez lembrar de uma certa aula de matemática, quando ele ainda estava no Ginasial. Como a maioria das pessoas, ele simplesmente odiava aulas de matemática. Mas quando aquele novo professor surgiu na sala, conseguiu uma proeza inimaginável. O saudoso professor Samuel Sardenberg apresentou uma matemática que Miranda nunca tinha visto antes. O velho professor ensinava com tanta paixão que levou toda a classe a se amarrar naquela disciplina. Ele mostrou uma matemática linda, divina, inacreditável. Isso marcou a vida de Miranda. E o motivou a fazer, mais tarde, uma faculdade de Matemática.


Uma das coisas que ele nunca haveria de esquecer e que foi apresentado de forma tão brilhante era conhecido como o TRIÂNGULO DE PASCAL.
 Esse triângulo numérico é chamado assim em homenagem ao matemático Blaise Pascal, filósofo, matemático, teólogo e físico francês, que viveu entre os anos 1623 e 1662. Por ter estudado e divulgado muitas das estranhas propriedades desse triângulo, o nome de Pascal ficou para sempre associado a essa figura numérica.

O Triângulo de Pascal é muito estudado pelos matemáticos, pois possui muitas propriedades interessantes.

Podemos encontrar nele todos os números NATURAIS em ordem.


Podemos encontrar todos os números TRIANGULARES.


Podemos encontrar todos os números TETRAÉDICOS.


Um número tetraédico ou número piramidal triangular, é um número figurado que pode ser representado por uma pirâmide com uma base e três lados, isto é, um tetraedro.

Os primeiros números tetraédicos são:

1, 4, 10, 20, 35, 56, 84, 120, 165, 220, 286, 364, 455, 560, 680, 816, 969.





A soma de todas as linhas gera uma potência de 2.


Mas havia muito mais surpresas nesse Triângulo encantado.

Lembram-se da famosa seqüência de Fibonacci? Por incrível que pareça, ela também é encontrada nesse espantoso triângulo numérico. É só somarmos os números em diagonal.



O Triângulo de Pascal era realmente interessante e muito misterioso. Parecia até divino. Nesse momento, Miranda franziu a testa. Divino? Será que Deus havia colocado Sua assinatura ali também? Ele olhou novamente para as nuvens. O triângulo havia se desmanchado. Agora, pertinho dali havia outra figura formada por nuvens. Parecia uma estrela hexagonal. Miranda estava vendo coisa demais. Ele lembrou do debate com Eliakim. Estrela hexagonal. Números estrelares hexagonais. Cristais de neve. Daqui a pouco iria escurecer. Miranda tornou a pensar no Triângulo de Pascal. Começou a se questionar. Fazia tanto tempo que não lembrava daquela figura e agora de repente, não conseguia deixar de pensar nela. Ele procurou no chão algo pra escrever. Encontrou uma pedra. “Vão pensar que sou algum maluco”. Ele começou a escrever no chão da ponte. Desenhou o Triângulo de Pascal. Fez até 17 linhas. Levantou-se e começou a olhar, meio de longe, como se procurasse ver alguma coisa. Olhou novamente para a nuvem. A estrela hexagonal continuava lá. Abaixou-se e começou a riscar dentro do triângulo. Quem quisesse traçar uma estrela hexagonal dentro do Triângulo de Pascal teria que começar pelo número 2, que ficava bem no centro da terceira linha. A partir dali era só marcar 13 números, pois a primeira estrela hexagonal só é possível a partir de 13 pontos.

 Após selecionar os 13 números, Miranda resolveu calcular o valor total. Seu coração palpitava cada vez mais rápido.

2 + 1 + 3 + 3 + 1 + 4 + 6 + 4 + 5 + 10 + 10 + 5 + 20

E o resultado é: 74.

“Caramba! 37 + 37?” Exclamou Miranda em pensamentos.

Sim. Não havia como negar. A primeira estrela hexagonal que podia ser encontrada dentro do famoso triângulo matemático era exatamente um múltiplo exato de 37, um dos tais códigos da assinatura de Deus, segundo a tese de Eliakim. O sangue de Miranda gelou.

Aquela era a primeira estrela, mas, à medida em que o triângulo se expandia, podíamos visualizar a segunda estrela, a terceira, etc. Pelo tamanho do triângulo desenhado por Miranda dava pra se localizar a segunda estrela. E ele, ainda abalado, destacou todos os 37 números que formavam a segunda estrela.


6 + 10 + 10 + 6 + 1 + 7 + 36 + 45 + 120 + 462 + 462 + 924 + 45 + 120 + 36 + 1 + 6 + 7 + 15 + 20 + 15 + 21 + 35 + 35 + 21 + 28 + 56 + 70 + 56 + 28 + 84 + 126 + 126 + 84 + 210 + 252 + 210 =


Respirou fundo e começou a calcular. Quando chegou ao resultado, 3796, sentiu um frio na espinha.

“3796! Tinha que vir com o 37 na frente?”

Mas isso não era nada. Experiente como era, resolveu converter o número 3796 em seus fatores primos, para saber quais eram seus divisores.

Dois minutos depois não conseguiu segurar a exclamação:

- Jesus Cristo, não é possível!

Os fatores de 3796 são: 2 x 2 x 13 x 73

Os números da segunda estrela somavam exatamente um número múltiplo de 73!

Raios! A primeira estrela, um múltiplo de 37 e a segunda, de 73. Como isso era possível?

O coração de Miranda acelerava-se cada vez mais. Os fatos matemáticos não podiam ser contestados. Desde que o Triângulo de Pascal existe, a soma dos números que forma a primeira estrela hexagonal gera um múltiplo de 37, e os números da segunda geram um múltiplo exato de 73.

E tem mais: o valor da primeira estrela é 74, exatamente o valor numérico do nome JESUS, pelo número de ordem das letras do alfabeto. Tanto em português, quanto em inglês.

Estava anoitecendo. O orgulhoso professor de Matemática ajoelhou-se.

- Senhor, perdoa-me. Me ajuda a entender melhor os Teus Caminhos.

Naquele momento ele sentiu uma paz tão profunda e suave como se um enorme peso tivesse sido arrancado de sua alma.

Não sabe quanto tempo permaneceu ali ajoelhado, em silêncio. As lâmpadas públicas já estavam acesas. Algumas pessoas começavam a chegar na pequena praça. Miranda se levantou. Agora era um novo homem. Inacreditável. Enquanto caminhava em direção à pracinha lembrou-se de alguém. Yamara. Engraçado, a imagem dela surgiu tão de repente que ele ficou intrigado. Nunca havia pensado nela antes. Sim, eram grandes amigos, ele gostava dela. Mas, naquele momento pensava nela de uma forma como nunca tinha pensado antes.

“Jesus! O que está acontecendo?” Ele sentiu uma saudade dela tão grande que ficou preocupado. Enquanto caminhava, tentando entender todas aquelas emoções estranhas, ouviu uma voz cujo som fez todo seu corpo estremecer.

- Miranda! Você por aqui?

Voltou-se. Era ela. Sim. Ela estava sentada num dos bancos daquela pracinha encantada. Aquilo era inacreditável.

- Você parece... diferente. O que aconteceu? – Ela perguntou.

Puxa. Como ela estava linda. Ele respirou fundo. Aproximou-se e perguntou:

- O que você faz aqui?

- Ando por aqui freqüentemente. É meu refúgio secreto, quando quero refletir na vida.

- É. O lugar é muito bonito – disse Miranda – virei mais vezes por aqui.

- Senta aqui um pouco. Você parece transtornado. O que aconteceu?

Ele sentou-se e estremeceu, quando ela pegou em sua mão.

- Você está gelado, Miranda. Está passando mal?

- Sabe, algumas coisas estranhas aconteceram comigo hoje... – ele segurou nas duas mãos dela e olhou em seus olhos, aqueles maravilhosos olhos castanhos claros. Depois continuou – mas, antes de qualquer coisa preciso te dizer... quero te dizer...

Então ele a beijou. De forma surpreendente. Apaixonada. Ardentemente apaixonada.

Ela o abraçou com todas as suas forças. Temia estar sonhando. Mas se fosse um sonho, não queria acordar nunca mais.

Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor.” (1 João 4.8).

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