segunda-feira, 6 de outubro de 2014

CAPÍTULO 10 - FIM DA LINHA, SENHOR JUSTICEIRO!


Roma, julho de 2001.

Enquanto se dirigia ao local da palestra do Dr. Makanera, Eliakim continuava lembrando das primeiras coincidências envolvendo o número 7 em sua vida.

Existiam mesmo muitas coleções envolvendo o número 7 mais do que qualquer outro. Não havia tantas coleções envolvendo outros números. Ele fechou o jornal e refletiu alguns minutos. "Por que a humanidade tem tanta obsessão pelo número 7?" - Pensou. Naquele exato momento uma moça parou diante da banca de jornais e Eliakim tomou um susto ao ver que ela vestia uma camisa de time de futebol, com o número 7 bem grande estampado nas costas.

Antes que ele pensasse qualquer coisa, um carro passou ali perto e o jovem ficou boquiaberto ao ver a placa do carro: 7777.

"Que negócio é esse? Estou ficando louco?" - Ele levantou-se depressa e resolveu ir para casa.


Bastante impressionado com tudo aquilo, tomou um copo d'água, jogou-se no sofá e ligou a televisão. Naquele momento estava passando a propaganda de um filme, um famoso filme de faroeste: SETE HOMENS E UM DESTINO, com Yul Brinner. Eliakim ficou boquiaberto. Mudou de canal, estava num noticiário e o repórter mostrava um acidente envolvendo um ônibus. Ele dizia: "Apesar do ônibus ter ficado totalmente destruído, os 21 passageiros escaparam. O interessante é que 7 ficaram feridos levemente, 7 quebraram algum membro do corpo e 7 escaparam sem ferimentos. É uma noticia bem adequada para aqueles que gostam de numerologia."

Eliakim ficou paralisado. "O que está acontecendo comigo?" Olhou para um livro de matemática sobre a mesa e resolveu fazer um teste. Abriu numa página qualquer. Exatamente a página 77. Abriu novamente. Era a página 49 (7 x 7). Fechou e abriu o livro mais uma vez. Além de ser na página 147 (3 x 7 x 7), era exatamente no capítulo 7.

"Vá pro inferno!" - Eliakim lançou o livro contra a parede, com muita raiva.

Apertou a cabeça com as duas mãos e de repente lembrou-se das palavras do homem na praça.

“Deus existe e fala de muitas maneiras, meu jovem. Ele é um Deus misterioso e cheio de surpresas. Quem sabe ainda hoje ele não fala com você?”

- Deus?! - Eliakim exclamou bem alto - Deus não existe! Estamos sozinhos no Universo! Vou encontrar uma explicação para tudo isso!

Ele estava exausto, sua mente estava perturbada. Caiu na cama e dormiu pesadamente até o amanhecer. Quando abriu os olhos, respirou fundo e imaginou que tudo tinha sido apenas um sonho. Andou desconfiado pela casa, procurando alguma coisa relacionada ao número 7. Tudo estava normal. Nada de estranhas coincidências. Ligou a televisão. Tudo normal. Ninguém falava de 7 coisas, nada. Ele sorriu. Enquanto tomava o café da manhã refletiu nos acontecimentos do dia anterior. Num espaço de algumas horas, foram muitas coincidências. Lembrou do que tinha ouvido certa vez: MUITAS COINCIDÊNCIAS SÃO COINCIDÊNCIAS DEMAIS PARA SEREM APENAS COINCIDÊNCIAS.

Será que ele não havia ficado perturbado simplesmente por causa da leitura do jornal? Bem, o importante é que aquilo havia passado.

No dia seguinte, ele dirigiu-se à única biblioteca da cidade. O ano tinha começado há pouco tempo, e ainda haveria um bom tempo antes do reinicio das aulas. Ele não gostava muito do período das férias, pois muitos amigos aproveitavam para viajar e passar um bom tempo longe. Para suportar um pouco a solidão, Eliakim costumava visitar a biblioteca.

Havia uma coleção enciclopédica feita especialmente para jovens estudantes e continha muitas curiosidades de várias áreas do conhecimento humano - Eliakim adorava esse tipo de conhecimento. No momento em que encontrou a coleção, passou o dedo rapidamente e notou que faltava um volume. A coleção completa possuia 18 livros, e ali estavam os volumes 1, 2, 3, 4, 5, 6, ... Faltava o 7. Eliakim tremeu nas bases. Faltava justamente o sétimo volume! Aquilo era demais. Parecia que alguém estava brincando com ele. Durante alguns minutos, o jovem estudante permaneceu pensativo. O que estava acontecendo com sua vida? Notou que ali perto havia três pessoas pesquisando. Ao observar as camisas dos estudantes, ficou pasmo. Dois vestiam a camisa 7 de algum time de futebol e o terceiro (uma moça) estava com uma blusa colorida. Mas no bolso direito da saia da garota havia, de forma bem nítida e desafiadora, o número 77.

Que tipo de loucura era aquela?

Enquanto as imagens do passado foram desaparecendo de sua mente, a imagem viva da garota da biblioteca surgiu repentinamente. A mente dele retornou ao tempo presente. Sim, a garota da biblioteca. A misteriosa e encantada garota da biblioteca. Quem seria ela? Por que mexera tanto com o coração dele?

Ou ele enlouquecia de vez ou ainda naquele ano iria desvendar todos aqueles enigmas.

O táxi estava se aproximando da Universidade Leonardo Da Vinci.

*******

UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

Primeira semana de Junho de 2008, quarta-feira.

A professora Zilandra foi parar no hospital universitário. Teve sorte de não perder a perna, pois a explosão, embora não muito forte, tinha condições de fazer um estrago maior. Que explosão? Ah, desculpem-me. Estou correndo demais. Ontem, à noite, quando atravessava o jardim da Universidade, Zilandra pisou numa espécie de mina. Sim, uma mina. Como desde o principio dessa série de atentados ela vive desconfiando de tudo e de todos, tomando cuidado até onde pisa, isso a livrou de algo pior. Quando ouviu o click, jogou-se de lado, e a explosão apenas feriu sua perna esquerda. A queimadura afetou do joelho aos pés. Alguns até falaram que a perna dela seria amputada, mas os médicos informaram que não será preciso. Ainda bem. Ela não merece isso.

E houve alguma mensagem do tal justiceiro? É claro. No chão, escondido na grama, havia um envelope com as seguintes palavras escritas em vermelho:

“PROSTITUTA INFERNAL. SEU TEMPO ESTÁ ACABANDO. O JUSTICEIRO DO SENHOR.”

Confesso que tremi diante daquelas palavras de ódio.

E a situação para o lado dos cristãos só tendia a piorar. O professor Miranda estava fazendo uma verdadeira campanha não para descobrir o misterioso assassino, mas para jogar a opinião pública contra os Cristãos.

Eu estava conversando com Leona a respeito dos recentes acontecimentos quando:

- Ei, que movimento é aquele? – Perguntei.

Hank estava sendo levado por dois policiais. Estava algemado. Enquanto era levado, gritava desesperado:

- Sou inocente! Não fiz nada!

- O que está acontecendo? – Perguntei ao me aproximar da cena.

- Uma denúncia anônima levou a policia a casa de Hank - explicou um estudante - e dentro do poço da casa dele foi encontrado um rifle do mesmo calibre da arma disparada contra a professora Zilandra na semana passada.

- O que você acha? – Olhei para Leona.

- Estranho demais. Agora é que acredito mais ainda na inocência dele – respondeu ela.

- Por quê?

- Ora, como comentamos recentemente, qualquer pessoa – menos Hank – poderia ter cometido essa série de atentados. E agora, uma arma do mesmo calibre da usada contra a professora foi encontrada na casa dele. Não parece óbvio demais? Se você fosse ele, não teria dado sumiço na arma?

- Mas ele deu. Foi encontrada dentro do poço.

- Imagine uma coisa dessas. Dentro do poço. Você esconderia a prova de um crime logo dentro do poço de sua casa, um poço usado por muita gente?

- Não parece a atitude de uma pessoa inteligente.

- Pois é. E sabemos que esse Justiceiro do Senhor é muito inteligente. Sabe do que mais? Pelo que eu ouvi, a polícia não levou nem dez minutos procurando a arma. Foram diretamente ao poço.

- Foram informados pela denúncia anônima.

- Sim, e esse misterioso denunciante anônimo parece saber de muitas coisas.

- Ora, alguém deve ter visto quando Hank jogou a arma no poço.

- Lembre-se que o atentado ocorreu à noite. Será que Hank aguardaria o dia amanhecer, quando haveria mais probabilidade de ter testemunhas por perto, e depois lançaria a arma no poço?

- É. Você tem razão. Esse misterioso justiceiro se aproveitou da rixa entre Hank e Zilandra e quer se livrar de um, lançando a culpa sobre o outro.

- Então a pergunta continua válida: Quem é o responsável por tudo isso?

Mais tarde, outras novidades sobre o caso. A vida de Hank se complicava cada vez mais. Por meio de um mandado, a polícia revistou o quarto dele. Debaixo do colchão encontraram alguns materiais do mesmo tipo usado tanto na bomba sob o carro de Zilandra, quanto na mina enterrada no jardim. Além do mais, em seu computador, encontraram, no histórico, várias páginas de pesquisas na Internet sobre como fabricar e armar pequenas bombas. Não havia mais dúvidas. Eu mesma passei a ter certeza. O pior de tudo é que Hank era uma das pessoas mais ativas em sua igreja. Era visto como um exemplo.

Eu estava triste com toda aquela conclusão. As evidências eram poderosas, mas Hank continuava negando tudo.

- O que você acha? – Perguntei para Leona.

- Parece perfeito demais pra ser verdade.

Com essa resposta fiquei em silêncio. Não sabia o que dizer.

*******
Roma, julho de 2001.
Universidade Leonardo DaVinci.

Eliakim aproximou-se do cartaz e parou por alguns momentos. A propaganda mostrava um homem de cabelos grisalhos, aparentando ter entre uns 40 anos. Sua ficha dizia:

Dr. Frank Makanera. Filósofo, Teólogo, Historiador, Matemático. Especialista em Profecia e Numerologia Bíblica. Autor de diversas obras, entre as quais: O CÓDIGO GÊNESIS – AS ASSINATURAS DE DEUS.

Tema da palestra: OS NÚMEROS – AS DIGITAIS DE DEUS NA CRIAÇÃO.

Parece que o negócio seria muito interessante. E certamente Eliakim estava mais ansioso do que os demais. Não exatamente por causa da palestra, mas porque aquele palestrante poderia ajudá-lo naquele enigma. Um enigma que se mostrava perigoso, muito perigoso.

Ao mesmo tempo ele olhava para todo mundo com desconfiança. A imagem da moto vindo em sua direção continuava bem viva.

Ele andou um pouco pelo campus universitário, mas, não encontrando nada interessante, resolveu voltar para o hotel e se preparar para a noite.

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- Esse negócio de números me persegue – Enquanto seguia na direção da Universidade, Ziva conversava com Jenna – Olha só para onde estou indo agora? Ver uma palestra sobre números.

- Algo contra? – Jenna perguntou para Ziva, sorrindo, logo acrescentando – Você nem faz idéia daquilo que meu pai estuda e sobre o que escreve. Acho difícil encontrar outra pessoa como ele por aí.

- É mesmo? E qual é a especialidade dele, Matemática?

- Não, minha filha. Profecia e Numerologia Bíblica.

- O quê?

- Isso mesmo. Apesar de dar palestras sobre os dois temas, a parte de Numerologia é a que mais chama a atenção, pois existem pouquíssimas pessoas por aí especialista nessa área. Na verdade, só conheço um.

- Isso é muito estranho.

- Estranho por que?

- Depois te conto. Agora fiquei mais ansiosa pela palestra.

- Peguei um folder com a propaganda sobre ele. Quer ver?

- Ah, essa não! – Exclamou Ziva, ao olhar o papel – eu conheço esse cara.

- Como assim?

- Foi meu companheiro de vôo.

- Ah, agora eu quero saber tudo.
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UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008.

Segunda semana de Junho de 2008, sexta-feira.

Fazia mais de uma semana que não acontecia nada. Coincidentemente, após a prisão de Hank não houve mais nenhum incidente atribuído ao Justiceiro do Senhor. É claro que isto não significava, de forma nenhuma, mais uma prova contra Hank, pois quem quer que fosse o tal assassino, se o objetivo dele era jogar a culpa sobre o jovem cristão, por que continuaria atentando contra a vida de Zilandra? O objetivo já tinha sido alcançado. Para sorte de Zilandra.

Na tarde daquele dia a tal estudante de Direito, Sabrina Torres, esteve na Universidade. Fiquei curiosa sobre a monografia que ela estava escrevendo cujo tema envolvia crimes nas universidades. Ela estava conversando com Leona. Fiquei apenas observando de longe.

Desde que o tal assassino começou a nos assombrar, não houve mais debates na Cova dos Leões. O último debate aconteceu em março. Agora estávamos quase na segunda quinzena de Junho e ninguém havia se apresentado para desafiar os Racionalistas. A pressão que os Cristãos estavam enfrentando era o suficiente para desencorajar qualquer um.

No final de toda aquela história só haveria um lado vitorioso: os Racionalistas. A cereja do bolo foi um cristão cometer um assassinato dentro da Universidade. E a turma de Miranda iria explorar esse fato por muito tempo. Entretanto, havia alguém que não estava disposto a ficar de braços cruzados enquanto o navio afundava. Esse alguém me procurou pessoalmente para comunicar que:

- Desafiei os Racionalistas.

- Você está doida, Leona?

Leona havia chegado na Galileu naquele ano. Era uma garota introvertida, não tinha amigos. Ninguém sabia nada dela, exceto que veio do Nordeste e que era muito inteligente. Não se ouvia uma palavra de sua boca até que começou a onda de atentados contra a professora Zilandra. Primeiro, ela se manifestou quando Zilandra acusou os Cristãos. Depois calou a professora Semaris na aula de História sobre a Inquisição. Nos tornamos amigas há pouco tempo. Ela sabia que eu era agnóstica, mas nunca me abordou sobre isso. Costumávamos conversar sobre muitas coisas, mas não sobre a Fé Cristã. Até aquele dia.

- Pode ser que eu seja doida – ela respondeu, sorrindo – mas a arrogância do Clube dos Racionalistas está com os dias contados. Não somente eles, mas as pessoas precisam conhecer certos fatos sobre o Cristianismo que raramente são pregados. O Cristianismo não é essa bobagem que estamos acostumados a ver por aí, especialmente na televisão. Nossas crenças não estão fundamentadas no vento, numa fumaça, num lugar abstrato da mente. Não nos escondemos atrás de uma fortaleza mental ou espiritual chamada fé. Temos razões concretas para acreditarmos no que acreditamos.

- Puxa, amiga. Nunca a vi falando assim. E nunca com esse brilho tão forte no olhar.

*******
Roma, julho de 2001.

A palestra do Dr. Makanera.

O auditório estava lotado. Ao fundo um homem de estatura média e sorridente. Depois de mostrar algumas imagens de números no telão, disse:

- Será que Deus é matemático? Existe alguma relação entre a Teologia e a Matemática? Desde os tempos mais antigos, sábios e filósofos sempre imaginaram haver alguma relação entre a Divindade e os números. Incontáveis obras foram escritas, originando-se uma infindável série de teorias das mais simples às mais fantasiosas. Era comum um filósofo ou matemático ter um pensamento relacionando os números (ou a matemática) à Divindade.

Permitam-me citar alguns exemplos:

·    “A matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o mundo” Galileu Galilei.

·    “Pela evidência intrínseca da sua criação, o Grande Arquiteto do Universo começa agora a parecer um puro matemático” Sir James Jeans.

·    “Tudo é número” Pitágoras.

·    “O número domina o Universo” Pitágoras.

·    “Deus é o Grande Geômetra. Deus geometriza sem cessar” Platão.

·    “Deus arimetizou a Terra e o Céu” Jacobi.

·    “Os números ímpares agradam a Deus” Virgilio.

É inegável que a Matemática alcançou um progresso extraordinário nas mentes desses homens que não viam problema nenhum em investigar os mistérios das ciências e ao mesmo tempo acreditar numa entidade superior, chamada Deus.

No passado a Matemática era irmã da Teologia e viviam em harmonia. Santo Agostinho, grande teólogo cristão, disse: “Sem a Matemática não nos seria possível compreender muitas passagens das Santas Escrituras”.

Por outro lado, os atributos de Deus (conforme a Bíblia) possuem um paralelo inegável com o caráter dos números, o que aumenta a suspeita da existência de uma intricada relação Números-Deus.

Os números – tal como Deus – não possuem inicio e nem fim;

Os números – tal como Deus – são exatos e perfeitos;

Os números – tal como Deus – não fazem acepção de pessoas ou raças. Qualquer calculadora, em qualquer parte do mundo, se efetuada a operação correta, terá o mesmo resultado;

Os números – tal como Deus – são imutáveis. 3 + 4 sempre será 7;

Os números – tal como Deus – possuem uma linguagem universal. O quadrado de 8 é 64 em qualquer língua e idioma. As fórmulas matemáticas são universais;

Os números – tal como a Mente Divina – são extremamente profundos. Nunca ninguém conseguirá entender tudo.

Os números – tal como Deus – são onipresentes.

Existem muitos números na Bíblia. Alguns deles aparecem em contextos que levam a crer que possuam significados ocultos. Inicialmente, desejo apresentar três exemplos. Existem três números maiores que 100, que aparecem apenas uma vez no Novo Testamento. Dois deles só aparecem UMA VEZ na Bíblia toda.

1.º exemplo – O número 153.

Quando Jesus ressuscitou, o Evangelho de João conta que os discípulos, que passaram a noite sem pescar nada, sob o comando de Cristo, apanharam surpreendentemente 153 grandes peixes (João 21.11). Por que exatamente 153? Se é simplesmente história de pescador por que não falar de 150, 160, 200 ou 300 peixes? Por que exatamente 153?

Coincidentemente o número 153 não é um número qualquer, mas possui algumas propriedades interessantes. É um número triangular. O que é um número triangular? Todo número que é a soma de uma seqüência a partir do 1. Exemplos:

1
1 + 2 = 3
1 + 2 + 3 = 6
1 + 2 + 3 + 4 = 10
1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15
1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 = 21
etc.

Agora, observem: Pelo calendário judaico, Jesus teria ressuscitado no dia 17 do primeiro mês (Nisan). Somando-se 1 + 2 + 3 + ... até 17, teremos exatamente 153. Em outras palavras: 153 é o triangular de 17. Coincidência?

Outra curiosidade do 153 é que ele é um dos quatro únicos números (dentre todos os que existem no Universo) que possuem a estranha propriedade da soma do cubo de cada algarismo ser igual ao próprio número. Vejam só (e apontando para o telão, continuou):

·    153 = 1³ + 5³ + 3³

Os outros são:

·    370 = 3³ + 7³ + 0³
·    371 = 3³ + 7³ + 1³
·    407 = 4³ + 0³ + 7³

Repito: Em todos os infinitos números do Universo, somente quatro possuem a estranha propriedade de convergirem para eles mesmos, quando elevados ao cubo. E um deles é exatamente 153, o número de peixes na Pescaria Milagrosa.

2.º exemplo – o número 276.

Quando aconteceu o naufrágio do navio em que o apóstolo Paulo era mantido como prisioneiro dos romanos, a Bíblia declara, de forma inequívoca, que o número dos tripulantes era de exatos 276 (Atos 27.37). Novamente um número exato. Por que não 250, 300, etc.?

Surpreendentemente 276 é outro número triangular. É triangular do número 23. Por que 23? Não sei, mas no mesmo livro de Atos, Lucas cita a palavra EKKLESIA 23 vezes. Como sabem, a palavra IGREJA vem dessa palavra grega.


3.º exemplo - O número 666 – Esse, certamente é o número bíblico mais famoso do mundo. Centenas de teses foram levantadas no decorrer da história, em várias (e muitas vezes vãs) tentativas de se desvendar o significado desse número misterioso.

Ele é citado num contexto sinistro. É o número da Besta (Apocalipse 13.18), símbolo de um grande ditador, que governará o mundo em um futuro próximo. Bem, não é meu propósito falar desse tema aqui.

O interessante é que o texto bíblico afirma que 666 é o número do nome de alguém e que, os sábios poderão calcular esse número. Como é que alguém pode calcular um nome?

Quem conhece um pouco da história dos algarismos sabe que os antigos hebreus e gregos não tinham símbolos para representar os números como nós temos hoje. Por isso, criaram um sistema onde numeravam as letras dos seus alfabetos.  Vejam os quadros:

O ALFABETO HEBRAICO

 O ALFABETO GREGO


Para efetuarem cálculos eles somavam as letras. Por isso, logo alguém notou que, se as letras tinham valores numéricos, conseqüentemente, as palavras também deveriam ter. A isso deram o nome de GEMATRIA. Alguém deve ter observado que no quadro do alfabeto grego faltam as letras de valores 6 e 90.  O famoso especialista em história dos números, o marroquino Georges Ifrah explica isso em sua obra HISTÓRIA UNIVERSAL DOS ALGARISMOS. Ele escreveu:

“A numeração em questão emprega, com efeito, as vinte e quatro letras do alfabeto grego clássico às quais acrescentava os três sinais alfabéticos digama, kopa e san, que pouco a pouco caíram em desuso.”
        
As letras digama, kopa e san, correspondiam, respectivamente, aos valores 6, 90 e 900. Diga-se, de passagem, que essas três letras não aparecem no texto grego do Novo Testamento, por isso não constam nessa tabela.

Portanto, é fácil concluir que, quando o enigma do 666 foi apresentado, os cristãos da época não ficaram muito surpresos. Para nós é estranho alguém pedir para calcular O NOME DE alguém. Como se calcula um nome? Permitam-me ler parte do texto bíblico que cita esse número espetacular.

“... para que ninguém pudesse comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.” (Apocalipse 13.17-18).

Vejam só: “O NÚMERO DO SEU NOME”. Como se calcula um nome? Para os gregos e hebreus de 2000 anos atrás era muito simples, pois as letras tinham valores numéricos.

Bem, não faz parte desta palestra tentarmos descobrir quem é o Anticristo, a Besta. O que nos interessa agora é:

Por que o número da Besta é 666?

O auditório estava lotado. Apesar de muitos terem zombado quando foram notificados sobre a palestra, a curiosidade falou mais alto. Céticos, cristãos, agnósticos, ou qualquer outro tipo de mentalidade religiosa, naquela noite parecia haver um representante de cada categoria.

Mas no meio de tanta gente havia alguém que não estava interessado na palestra, mas sim em um dos ouvintes. Alguém não perdia Eliakim de vista. Vigiava todos os seus passos, todos os seus movimentos. 

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