quinta-feira, 9 de outubro de 2014

CAPÍTULO 11 - DEUS EM BUSCA DO HOMEM

O professor Makanera tomou um pouco d’água e continuou.

- Em muitas passagens bíblicas o número 6 aparece relacionado ao homem em algum momento especial de rebelião contra o Criador. Exemplos:

a) O gigante Golias, que desafiou o povo de Deus, tinha 6 côvados de altura (aprox. 3 metros) e a ponta de sua lança pesava 600 siclos (100 x 6). 600 siclos era aprox. 7 kg. O gigante possuía ainda 6 armas ou peças de defesas (1 Samuel 17.4-7). Portanto, é evidente o destaque do número 6 na vida de Golias. Surpreendentemente, seu nome aparece apenas 6 vezes na Bíblia.

b) O rei Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua, que tinha exatamente 60 côvados de altura (aprox. 30 metros) e 6 de largura, e ordenou que ela fosse adorada (Daniel 3.1).

c) O Faraó do Egito perseguiu o povo de Israel com 600 carros (Êxodo 14.7). 

d) Foi no ano 600 de Noé que veio o Dilúvio sobre a terra e justamente no versículo 6 do 6.º capítulo do primeiro livro da Bíblia (Gênesis), DEUS SE ARREPENDE DE HAVER CRIADO O HOMEM!  É exatamente no capítulo 6 da Bíblia que ocorre a corrupção universal do ser humano.


e) O primeiro livro da Bíblia com nome de homem (JOSUÉ), é justamente o 6.º e no capítulo 6 desse livro mostra a destruição de Jericó uma cidade rebelde. É bom observar também que esse 6.º livro tem exatamente 24 capítulos, ou seja, 4 x 6.

f) Na Bíblia, o homem sem Deus é chamado de VELHO HOMEM e esta expressão aparece no 6.º livro do Novo Testamento (ROMANOS), no 6.º capítulo e no 6.º versículo.

g) O tempo do homem na terra está dividido em ciclos de 6. A demonstração é simples: O ano está dividido em 12 meses (2 x 6). O mês está dividido em 30 dias (5 x 6). O dia está dividido em 24 horas (4 x 6). A hora tem 60 minutos (10 x 6). De igual forma o minuto, que tem 60 segundos.

h) Jesus sofreu 6 horas na cruz, no 6.º dia da semana, para resgatar o homem de volta para Deus. E além do mais, Ele teve 6 ferimentos especiais (nas duas mãos, nos dois pés, no peito e na cabeça).

i) Quando criou o homem, Deus lhe outorgou 6 domínios. 6 são revelados em Gênesis 1.26:

01 - Sobre os peixes do mar;
02 - Sobre as aves do céu;
03 - Sobre os animais domésticos;
04 - Sobre toda a terra;
05 - Sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra;
06 - O 6.º é revelado em Gênesis 4.7, quando Deus fala para Caim:

“Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar”.

O 6.º domínio é o domínio próprio, ou seja, o domínio de si mesmo.

j) Há exatamente 6 palavras significando HOMEM, nos textos originais da Bíblia: São 4 em hebraico e duas em grego:

1 – ADAM (Gn 1.26; 2.7; 3.24, etc.), que significa somente HOMEM;
2 – ICHE (Zc 6.12), significa VARÃO COMPLETO, HOMEM FORTE;
3 – ENOX (Sl 8.4; 73.5): quer dizer: MORTAL, HOMEM FRACO; 4 – GEHVER (Ex 10.11; Zc 13.7), é HOMEM DE VALOR OU DE PRESTIGIO;
5 – ÂNTROPOS, em grego é igual a ADAM, do hebraico;
6 – ÂNER, no grego, é igual ao hebraico ICHE.

Nos exemplos citados observamos claramente a relação entre o homem e o número 6. Se lembrarmos que, de acordo com a Bíblia, Deus criou o homem no 6.º dia da criação, e mais tarde ordenou-lhe que trabalhasse 6 dias na semana, é impossível não relacionar esse número com  a humanidade.

Portanto, o escritor do Apocalipse não citou o número 666 de forma aleatória. Outro fato surpreendente é que a palavra BESTA, relacionada ao futuro ditador mundial, aparece 36 vezes em Apocalipse. E, vejam só, senhoras e senhores, o número 666 é um número triangular e exatamente o triangular do número 36, o quadrado de 6. Essa é forte, hein?

Seriam puramente coincidências?
        
Por isso, excetuando-se as teorias mirabolantes que “provam” que este ou aquele líder mundial é o Anticristo, a maioria dos teólogos cristãos concorda que o número 6 simboliza o homem e 666 representaria o homem na sua rebelião total contra o Deus Trino da Teologia Cristã.
        
Se 6 é o número do homem, na outra extremidade temos o número 1, que claramente indica a Divindade Suprema. Existem dezenas de referências bíblicas mostrando a identificação do Criador com o número 1.

a) Deuteronômio 6.4: “Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o ÚNICO Senhor”;

b) João 17.3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o ÚNICO Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste”;

c) 1 Timóteo 1.17 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao ÚNICO Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.”;

d) Efésios 4.6: “[Há] UM só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos”;

e) I Timóteo 2.5: “Porque há UM só Deus, e UM só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem”;

f) “Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Isaias 43.11); “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Isaias 44.6); “Lembrai-vos das coisas passadas desde a Antigüidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim” (Isaias 46.9);

g) “E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia UM será o Senhor, e UM será o seu nome” (Zacarias 14.9).

Por toda a Bíblia, a mensagem é clara: Há um Único Deus, e os outros são falsos. Nos tempos antigos (como hoje), a humanidade sempre foi tentada a adorar centenas de deuses. Mas as Sagradas Escrituras se destacam de todas as outras escrituras religiosas por enfatizar que o Universo foi criado por apenas um Deus.

Se o número do homem é 6 e o número de Deus é 1, fica fácil entender porque o número 7 é, de longe, o número mais célebre da Bíblia – além de possuir um destaque notável em outras tradições religiosas.
        
A mensagem dos escritores bíblicos é que o homem (número 6) não pode viver alienado de Deus (número 1). Por isso, 6 + 1 ou HOMEM + DEUS é igual a 7.  É impressionante o número de coleções envolvendo o número 7 e a importância que as religiões e filosofias dão a ele.

A platéia estava atenta. Os olhos pareciam nem piscar. Quando ouviram falar de uma palestra sobre Numerologia Bíblica, alguns reagiram com desdém imaginando que iriam ouvir mais um maluco metido a esotérico ensinando que os números regulam as vidas humanas, podem ser usados para decidir o futuro do homem, etc., etc. Porém, o que estava sendo ensinado naquela noite, era muito diferente.

Por isso, naquele momento o Dr. Makanera deu uma pausa e deixou bem claro:

- Meus amigos, antes de prosseguirmos, preciso dizer o seguinte:

01 – Deus usa os números na Bíblia SOMENTE para nos ensinar (ou lembrar) Suas verdades e doutrinas – nada mais além disso.

02 – Os números não possuem influência nenhuma em nossa vida. Mesmo que, na Bíblia, o número 6 seja apresentado como número da imperfeição e o 7 como o da perfeição, isto não significa, de forma alguma, que você será mais abençoado por ter nascido em 07/07/1977 ou mais amaldiçoado por vir ao mundo em 06/06/1966.

03 – Nunca – em hipótese alguma – uma doutrina deve ser criada baseando-se no significado de um número. Os números são usados na Bíblia como suporte ou ilustração de uma verdade espiritual, não como inspirador dessa verdade.

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UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO ALEGRE, BRASIL, 2008. Segunda semana de junho, sexta-feira.

Um sorridente Miranda estava no palco.

- Senhoras e senhores, bem vindos ao debate do Clube dos Racionalistas. Tentando defender a suposta verdade do Cristianismo, temos hoje a estudante de História, Leona Stanley. Para provar que tudo isso é conversa fiada, temos aqui os brilhantes membros do Clube dos Racionalistas.

Alguns aplaudiram Leona, mas a maioria vaiou. Ao que parece, a campanha dos Racionalistas estava sendo bem sucedida.

Miranda continuou:

- A tese dos cristãos resume-se na frase: “DEUS EXISTE E A BÍBLIA FOI INSPIRADA POR ELE.” Nós, entretanto, afirmamos que:

A BÍBLIA É UM LIVRO QUALQUER, ESCRITA POR HOMENS INTELIGENTES, OS QUAIS INVENTARAM UM DEUS QUE SUPOSTAMENTE CONVERSA COM CERTOS ESCOLHIDOS CHAMADOS PROFETAS E TEM UMA PREDILEÇÃO EXAGERADA PELO POVO JUDEU – NADA DE ESTRANHO JÁ QUE FORAM OS JUDEUS OS INVENTORES DESSE LIVRO DE LENDAS.

Portanto, a primeira pergunta que tenho pra senhorita, talvez a única pergunta, é... – E Miranda sorriu para a platéia – PROVE-ME QUE DEUS EXISTE!

- Jesus de Nazaré! – Respondeu Leona. Miranda e os outros Racionalistas se entreolharam. Eles aguardavam uma série de argumentos, mas Leona usou apenas um nome. Miranda sorriu e perguntou:

- Pois prove-me que Jesus existiu?

- A Bíblia!

Novamente uma resposta curta. Miranda pensou: “O que essa garota quer, afinal?”.

- Então, prove-me que a Bíblia é a verdade!

- O cumprimento das profecias.

“Rá! Rá! Vai ser fácil demais acabar com essa louca. Quer falar de profecias? Vai repetir a velha história: A Bíblia fala que no fim dos tempos haveria guerras, pestes, fomes, terremotos, inimizades entre os homens, etc. Esse povo não cansa de pregar essas besteiras? Vou ver até onde ela vai.”

- Muito bem. Então dê-nos exemplo do cumprimento das profecias.

- Israel!

- O quê?

Senti uma leve satisfação em ver a cara de espanto de Miranda. Os outros Racionalistas também estavam surpresos. Eles não haviam se preparado para aquele argumento.

- Israel? Como assim? O que os judeus tem a ver com isso? Aqueles assassinos...

A expressão de Miranda pegou muito mal. Havia na Galileu, pelo menos, umas 50 pessoas oriundas de famílias judaicas.

- Como “assassinos”, senhor Miranda?

- Ora, eles mataram Cristo...

- Mas há poucos minutos o senhor não duvidou da existência de Cristo? Se Cristo nunca existiu, então nunca foi assassinado por ninguém. Então, por que acusar os judeus pelo assassinato de alguém que nunca existiu?

Alguns riram, mas a maioria ficou muda. Aquele debate estava caminhando para o inesperado.

- Mas o que os judeus teriam a ver com a inspiração sobrenatural da Bíblia? Foram eles que INVENTARAM a Bíblia – Miranda enfatizou bem o verbo inventar.

- Como o senhor tem CERTEZA de que eles inventaram a Bíblia?

- Prove-me o contrário.


O esperto Miranda, ao fazer a acusação, tinha a obrigação de provar, mas lançou o ônus da prova sobre Leona.

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