O
professor Makanera tomou um pouco d’água e continuou.
-
Em muitas passagens bíblicas o número 6 aparece relacionado ao homem em algum
momento especial de rebelião contra o Criador. Exemplos:
a)
O gigante Golias, que desafiou o povo de Deus, tinha 6 côvados de altura
(aprox. 3 metros) e a ponta de sua lança pesava 600 siclos (100 x 6).
600 siclos era aprox. 7 kg. O gigante possuía ainda 6 armas ou peças de
defesas (1 Samuel 17.4-7). Portanto, é evidente o destaque do número 6 na vida
de Golias. Surpreendentemente, seu nome aparece apenas 6 vezes na
Bíblia.
b)
O rei Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua, que tinha exatamente 60
côvados de altura (aprox. 30 metros) e 6 de largura, e ordenou que ela
fosse adorada (Daniel 3.1).
c)
O Faraó do Egito perseguiu o povo de Israel com 600 carros (Êxodo
14.7).
d)
Foi no ano 600 de Noé que veio o Dilúvio sobre a terra e justamente no
versículo 6 do 6.º capítulo do primeiro livro da Bíblia
(Gênesis), DEUS SE ARREPENDE DE HAVER CRIADO O HOMEM! É exatamente no capítulo 6 da Bíblia
que ocorre a corrupção universal do ser humano.
e)
O primeiro livro da Bíblia com nome de homem (JOSUÉ), é justamente o 6.º
e no capítulo 6 desse livro mostra a destruição de Jericó uma cidade
rebelde. É bom observar também que esse 6.º livro tem exatamente 24
capítulos, ou seja, 4 x 6.
f)
Na Bíblia, o homem sem Deus é chamado de VELHO HOMEM e esta
expressão aparece no 6.º livro do Novo Testamento (ROMANOS), no 6.º
capítulo e no 6.º versículo.
g)
O tempo do homem na terra está dividido em ciclos de 6. A demonstração é
simples: O ano está dividido em 12 meses (2 x 6). O mês está dividido em
30 dias (5 x 6). O dia está dividido em 24 horas (4 x 6). A hora
tem 60 minutos (10 x 6). De igual forma o minuto, que tem 60 segundos.
h)
Jesus sofreu 6 horas na cruz, no 6.º dia da semana, para resgatar
o homem de volta para Deus. E além do mais, Ele teve 6 ferimentos especiais
(nas duas mãos, nos dois pés, no peito e na cabeça).
i)
Quando criou o homem, Deus lhe outorgou 6 domínios. 6 são revelados em
Gênesis 1.26:
01 - Sobre os peixes do mar;
02 - Sobre as aves do céu;
03 - Sobre os animais domésticos;
04 - Sobre toda a terra;
05 - Sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra;
06
- O 6.º é revelado em Gênesis 4.7, quando Deus fala para Caim:
“Porventura
se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes
bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves
dominar”.
O
6.º domínio é o domínio próprio, ou seja, o domínio de si mesmo.
j)
Há exatamente 6 palavras significando HOMEM, nos textos originais da Bíblia:
São 4 em hebraico e duas em grego:
1
– ADAM (Gn 1.26; 2.7; 3.24, etc.), que significa somente HOMEM;
2
– ICHE (Zc 6.12), significa VARÃO COMPLETO, HOMEM FORTE;
3
– ENOX (Sl 8.4; 73.5): quer dizer: MORTAL, HOMEM FRACO; 4 – GEHVER (Ex 10.11;
Zc 13.7), é HOMEM DE VALOR OU DE PRESTIGIO;
5
– ÂNTROPOS, em grego é igual a ADAM, do hebraico;
6
– ÂNER, no grego, é igual ao hebraico ICHE.
Nos
exemplos citados observamos claramente a relação entre o homem e o número 6. Se
lembrarmos que, de acordo com a Bíblia, Deus criou o homem no 6.º dia da
criação, e mais tarde ordenou-lhe que trabalhasse 6 dias na semana, é
impossível não relacionar esse número com
a humanidade.
Portanto,
o escritor do Apocalipse não citou o número 666 de forma aleatória. Outro fato
surpreendente é que a palavra BESTA, relacionada ao futuro ditador mundial, aparece
36 vezes em Apocalipse. E, vejam só, senhoras e senhores, o número 666 é um
número triangular e exatamente o triangular do número 36, o quadrado de 6. Essa
é forte, hein?
Seriam
puramente coincidências?
Por
isso, excetuando-se as teorias mirabolantes que “provam” que este ou aquele
líder mundial é o Anticristo, a maioria dos teólogos cristãos concorda que o
número 6 simboliza o homem e 666 representaria o homem na sua rebelião total
contra o Deus Trino da Teologia Cristã.
Se
6 é o número do homem, na outra extremidade temos o número 1, que claramente
indica a Divindade Suprema. Existem dezenas de referências bíblicas mostrando a
identificação do Criador com o número 1.
a)
Deuteronômio 6.4: “Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o ÚNICO
Senhor”;
b)
João 17.3 “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o ÚNICO
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste”;
c)
1 Timóteo 1.17 “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao ÚNICO
Deus, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.”;
d)
Efésios 4.6: “[Há] UM só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e
por todos e em todos”;
e)
I Timóteo 2.5: “Porque há UM só Deus, e UM só Mediador entre Deus
e os homens, Cristo Jesus, homem”;
f)
“Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Isaias 43.11); “Assim diz
o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o
primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Isaias 44.6);
“Lembrai-vos das coisas passadas desde a Antigüidade; que eu sou Deus, e não há
outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim” (Isaias 46.9);
g)
“E o Senhor será rei sobre toda a terra; naquele dia UM será o Senhor, e
UM será o seu nome” (Zacarias 14.9).
Por
toda a Bíblia, a mensagem é clara: Há um Único Deus, e os outros são falsos.
Nos tempos antigos (como hoje), a humanidade sempre foi tentada a adorar
centenas de deuses. Mas as Sagradas Escrituras se destacam de todas as outras
escrituras religiosas por enfatizar que o Universo foi criado por apenas um
Deus.
Se
o número do homem é 6 e o número de Deus é 1, fica fácil entender porque o
número 7 é, de longe, o número mais célebre da Bíblia – além de possuir um
destaque notável em outras tradições religiosas.
A
mensagem dos escritores bíblicos é que o homem (número 6) não pode viver
alienado de Deus (número 1). Por isso, 6 + 1 ou HOMEM + DEUS é igual a 7. É impressionante o número de coleções
envolvendo o número 7 e a importância que as religiões e filosofias dão a ele.
A
platéia estava atenta. Os olhos pareciam nem piscar. Quando ouviram falar de
uma palestra sobre Numerologia Bíblica, alguns reagiram com desdém imaginando
que iriam ouvir mais um maluco metido a esotérico ensinando que os números
regulam as vidas humanas, podem ser usados para decidir o futuro do homem,
etc., etc. Porém, o que estava sendo ensinado naquela noite, era muito
diferente.
Por
isso, naquele momento o Dr. Makanera deu uma pausa e deixou bem claro:
-
Meus amigos, antes de prosseguirmos, preciso dizer o seguinte:
01
– Deus usa os números na Bíblia SOMENTE para nos ensinar (ou lembrar) Suas
verdades e doutrinas – nada mais além disso.
02
– Os números não possuem influência nenhuma em nossa vida. Mesmo que, na
Bíblia, o número 6 seja apresentado como número da imperfeição e o 7 como o da
perfeição, isto não significa, de forma alguma, que você será mais abençoado
por ter nascido em 07/07/1977 ou mais amaldiçoado por vir ao mundo em
06/06/1966.
03
– Nunca – em hipótese alguma – uma doutrina deve ser criada baseando-se no
significado de um número. Os números são usados na Bíblia como suporte ou
ilustração de uma verdade espiritual, não como inspirador dessa verdade.
*******
UNIVERSIDADE GALILEU, PORTO
ALEGRE, BRASIL, 2008. Segunda semana de junho, sexta-feira.
Um
sorridente Miranda estava no palco.
- Senhoras e senhores, bem
vindos ao debate do Clube dos Racionalistas. Tentando defender a suposta
verdade do Cristianismo, temos hoje a estudante de História, Leona Stanley.
Para provar que tudo isso é conversa fiada, temos aqui os brilhantes membros do
Clube dos Racionalistas.
Alguns
aplaudiram Leona, mas a maioria vaiou. Ao que parece, a campanha dos
Racionalistas estava sendo bem sucedida.
Miranda
continuou:
- A tese dos cristãos
resume-se na frase: “DEUS EXISTE E A BÍBLIA FOI INSPIRADA POR ELE.” Nós,
entretanto, afirmamos que:
A
BÍBLIA É UM LIVRO QUALQUER, ESCRITA POR HOMENS INTELIGENTES, OS QUAIS
INVENTARAM UM DEUS QUE SUPOSTAMENTE CONVERSA COM CERTOS ESCOLHIDOS CHAMADOS
PROFETAS E TEM UMA PREDILEÇÃO EXAGERADA PELO POVO JUDEU – NADA DE ESTRANHO JÁ
QUE FORAM OS JUDEUS OS INVENTORES DESSE LIVRO DE LENDAS.
Portanto,
a primeira pergunta que tenho pra senhorita, talvez a única pergunta, é... – E
Miranda sorriu para a platéia – PROVE-ME QUE DEUS EXISTE!
- Jesus de Nazaré! –
Respondeu Leona. Miranda e os outros Racionalistas se entreolharam. Eles
aguardavam uma série de argumentos, mas Leona usou apenas um nome. Miranda
sorriu e perguntou:
- Pois prove-me que Jesus
existiu?
- A Bíblia!
Novamente
uma resposta curta. Miranda pensou: “O que essa garota quer, afinal?”.
- Então, prove-me que a
Bíblia é a verdade!
- O cumprimento das
profecias.
“Rá!
Rá! Vai ser fácil demais acabar com essa louca. Quer falar de profecias? Vai
repetir a velha história: A Bíblia fala que no fim dos tempos haveria guerras,
pestes, fomes, terremotos, inimizades entre os homens, etc. Esse povo não cansa
de pregar essas besteiras? Vou ver até onde ela vai.”
- Muito bem. Então dê-nos
exemplo do cumprimento das profecias.
- Israel!
- O quê?
Senti
uma leve satisfação em ver a cara de espanto de Miranda. Os outros
Racionalistas também estavam surpresos. Eles não haviam se preparado para
aquele argumento.
- Israel? Como assim? O que
os judeus tem a ver com isso? Aqueles assassinos...
A
expressão de Miranda pegou muito mal. Havia na Galileu, pelo menos, umas 50
pessoas oriundas de famílias judaicas.
- Como “assassinos”, senhor
Miranda?
- Ora, eles mataram
Cristo...
- Mas há poucos minutos o
senhor não duvidou da existência de Cristo? Se Cristo nunca existiu, então
nunca foi assassinado por ninguém. Então, por que acusar os judeus pelo
assassinato de alguém que nunca existiu?
Alguns
riram, mas a maioria ficou muda. Aquele debate estava caminhando para o
inesperado.
- Mas o que os judeus
teriam a ver com a inspiração sobrenatural da Bíblia? Foram eles que INVENTARAM
a Bíblia – Miranda enfatizou bem o verbo inventar.
- Como o senhor tem CERTEZA
de que eles inventaram a Bíblia?
- Prove-me o contrário.
O
esperto Miranda, ao fazer a acusação, tinha a obrigação de provar, mas lançou o
ônus da prova sobre Leona.
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