segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Capítulo 12 – OS CAMINHOS DO AMOR SÃO MISTERIOSOS

Rio Grande do Sul, 1999.

Numa casa de campo, em algum lugar de Porto Alegre, dez jovens conversavam alegremente, apesar de, em alguns momentos, um clima triste soprar sobre o semblante de algumas pessoas. Na verdade, de uma pessoa: Alanna.

Ali estavam, além de Alanna, James Anderson, Giovanna, Morganne, Scapelly, e Diego Draconne (estes três vieram do Maranhão visitar os SETES de Porto Alegre). Outros que participavam da interessante conversa era Paulo Miranda, o cara da polícia federal, amigo dos SETES, juntamente com mais dois colegas.

E além destes, havia ali alguém que viera do Rio de Janeiro. Era uma garota muito especial para os SETES: Wendy Milanne. Esta inteligente ruiva parecia-se muito com Moyra Stanley, nos seguintes aspectos: tal como Moyra era jornalista, trabalhou alguns anos nos Estados Unidos e depois na Europa. E também teve uma breve passagem por algumas agências de investigação e espionagem. Os três (Moyra, Wendy e Rogers) eram os SETES mais famosos, de currículos mais impressionantes e que mais tinham o privilégio de, de vez em quando, rodar pelo mundo todo.

O fato de Rogers trabalhar na ONU era uma arma secreta mortífera que os SETES possuíam.

- E o ancião sem nome? – Perguntou Wendy, depois de ouvir um breve relato do que acontecera com os SETES de Porto Alegre.


- Depois daquele encontro estranho, não o vimos mais – respondeu Giovanna.

- E eu viajei para cá, crendo sinceramente que a mensagem que recebi tinha vindo da parte de Rogers – disse Paulo.

- É incrível como esse exótico ancião tenha organizado tão bem a armadilha para pegar Marcos Moran – falou Morganne, coçando o queixo.

- Quando recebi a mensagem, encontrava-me no Rio de Janeiro – explicou Paulo – então peguei rapidamente o vôo para cá. Preparamos a rede, aguardamos Marcos entrar em contato com os outros satanistas e o resto vocês já sabem.

- Alanna foi muito corajosa em aceitar ser a isca para apanharmos o Marcos – disse James Anderson.

- Com aquelas pulseiras mortais, eu me senti mais segura – falou Alanna, sorrindo discretamente.

James havia repassado a Alanna, secretamente, duas pulseiras especiais que, quando acionado um certo dispositivo, fazia sair uma minúscula agulha com um poderoso sonífero. No momento em que Marcos segurou fortemente o braço esquerdo dela, foi picado pela agulha e desmaiou imediatamente.

- Eu não consigo deixar de pensar nessa tal ordem dos SETES – disse Giovanna – como é possível que haja uma organização de pesquisas tão parecida com a nossa e com praticamente o mesmo nome?

- Não sei o que dizer – falou Morganne – eu sinto que esse sujeito ainda vai aparecer e fazer novas revelações.

- Falando em revelações, é verdade que vocês querem aproveitar a viagem e realizar por aqui uma conferência sobre profecias? – Perguntou Giovanna.

- Sim – respondeu Morganne – James falou comigo que já estava planejando isso há um bom tempo, muito antes desses dias de conflitos com os satanistas. Gostaríamos muito de apresentar as profecias bíblicas (e um pouco da maravilhosa matemática bíblica) para os universitários daqui. Esses jovens precisam saber que Deus está vivo e cumprindo a Sua palavra.

*******

Porto Alegre, dezembro de 1999.

Robert Stone desceu do carro e ficou alguns minutos olhando o rio. Lembranças amargas começaram a torturá-lo. Ele pegou a agenda e apanhou uma folha seca. Beijou-a e voltou para o carro.

“Deus! Até quando viverei como um cadáver?”

Ele volta a dirigir. Haveria um importante encontro de negócios naquele dia. Ele era um homem solitário, apesar de dirigir uma grande empresa de exploração mineral. Era também um homem sem passado. Estava em Porto Alegre há 10 anos, mas ninguém sabia de onde teria vindo. Quem era na verdade, Robert Stone? Uma coisa era certa e visível para todos: ele não conseguia esconder que era um homem amargurado, pois seu semblante denunciava isso claramente.

Naquele momento, um cartaz chama sua atenção: PARTICIPE DA I CONFERÊNCIA SOBRE PROFECIA E MATEMÁTICA BÍBLICA. Organização: Grupo7.

Abaixo tinha um subtítulo: O FUTURO NÃO É MAIS SEGREDO.

“Futuro? O que é o futuro – refletia Robert – eu pensava que existia um futuro, mas isso é ilusão.” Enquanto prosseguia, leu uma mensagem pichada num muro: “VOCÊ NÃO CRÊ NA EXISTÊNCIA DE DEUS? FAÇA UMA PROVA COM ELE!” Por uns minutos, Robert reflete em algumas coisas. Ele tinha sido criado numa família Cristã, mas era um cristianismo supersticioso demais, cheio de misturas e tradições fabulosas.

Um cristianismo que não fora capaz de preencher seu vazio interior. Com o passar dos anos, e principalmente depois que certa tragédia ocorreu em sua vida, ele passou a nem acreditar mais em Deus. Sabia que isso era ruim – era como um filho que havia perdido o pai – mas não conseguia ter fé. Só que ele nunca tinha colocado Deus à prova. Ouviu certa vez alguém afirmando que DEUS SE DEIXAVA ACHAR POR AQUELES QUE O PROCURASSE. Mas ele nunca havia procurado Deus. E, portanto, como o poderia achar?

Lembrou do cartaz sobre a Conferência. Algo lhe dizia que ele precisava participar. Então, resolveu pedir uma confirmação para Deus. Não sabia o que dizer, mas conseguiu falar o seguinte:

- Deus, mostre-me um sinal de Tua Existência e Vontade.

O amargurado empresário abriu os olhos e resolveu prosseguir. Mas naquele momento uma folha caiu sobre o pára-brisa. Robert parou. Um pouco trêmulo, saiu do carro e apanhou a folha. E levou um grande choque.

A FOLHA ERA DO MESMO TIPO QUE ELE TRAZIA GUARDADA DENTRO DE SUA AGENDA, HÁ MUITOS ANOS!

Era de uma espécie rara de árvore. Ainda perplexo ele olha ao redor, procurando alguma árvore. Mas não existia nenhuma ali perto. De onde teria vindo aquela folha misteriosa? Ele volta para o carro, e chora. Naquele momento aquela paz tão ansiada invade seu coração. ELE HAVIA ENCONTRADO DEUS!

*******

Jerusalém, 1999.

Ao notar o perigoso movimento do jovem carrancudo, Moyra se atirou contra ele e procurou segurar suas mãos, impedindo que pegasse algo do bolso. Então o pânico tomou de conta dos passageiros. Ela continuava apertando as duas mãos do terrorista, tentando impedi-lo de acionar a bomba que havia em seu corpo, mas sabia que não conseguiria detê-lo por muito tempo. Em pensamentos ela grita a Deus, pedindo uma solução.

Alguns segundos depois, grita para que alguém abra a porta do ônibus, que havia parado subitamente. Quando isso acontece, Moyra arrasta o homem-bomba e os dois caem no meio da rua. O barulho é de carros freando, pessoas gritando desesperadas, um pequeno caos no trânsito.

De repente, ouve-se um tiro. As roupas de Moyra são manchadas de sangue. O sangue do homem-bomba. Ela levanta-se, bastante assustada e tentando entender o que aconteceu. Então percebe tudo. O jovem está caído sobre o asfalto, com a cabeça esmagada. Moyra olha para trás e vê um jovem policial israelense se aproximando, com uma pistola em punho, e com um celular na outra mão.

- Tudo sob controle. Venham depressa. Homem-bomba morto. Nenhum ferido à vista – ele se aproxima mais e pergunta – tudo bem, moça?

Moyra sorri. Deus continuava com ela.

*******
Rio de Janeiro, em algum momento da década de 90.

Num hospital, uma jovem negra conversava com uma das enfermeiras.

- Como está ele?

- Muito bem. Nunca vi alguém com tanta sorte.

- Ele não deve achar isso, já que queria se matar. Posso vê-lo?

- Claro! Ele precisa muito conversar com alguém.

- A moça acompanhou a enfermeira durante alguns minutos.

- Ali está ele. Pode entrar.

- Olá! – Disse a moça, entrando no quarto, e se aproximando de um rapaz um pouco pálido, que se esforçava para sorrir.

- Ouvi dizer que você é um dos meus salvadores.

- De certa forma – respondeu ela, sentando-se ao lado dele – meu nome é Janete. E você? Quem é você e por que queria se suicidar de forma tão criativamente sinistra?

O jovem respirou fundo e respondeu:

- Eu sou Max Lorenzo. Meus pais moram muito distante daqui. Faz mais de dois anos que não tenho notícias deles. Sou estudante. Faço faculdade de Psicologia. Eu ... eu tinha uma vida maravilhosa, mas agora... agora não vejo sentido nenhum em viver.

- Você não deve pensar assim. A vida é o Dom mais precioso de Deus e viver é uma dádiva.

- Não para mim. Minha vida acabou. Vocês não deveriam ter me salvado. Aliás, como é que isto aconteceu? Tomei todas as providências para não escapar de forma alguma. Tomei veneno, me enforquei, e disparei uma bala na cabeça. Não entendo como...

- Pra você ver como foi mesmo um milagre de Deus. Pelo que investigamos você tomou o veneno, após colocar a corda no pescoço e se atirou. Mas sua mão tremeu na hora do disparo e o tiro apenas raspou sua cabeça, acertando na corda, que se partiu e fez você, ainda vivo, cair no rio.  Eu e um grupo de jovens estávamos acampados bem próximo à margem do rio e vimos quando você caiu. Enquanto tirávamos a água do seu pulmão, naturalmente o veneno também veio junto. Repito: foi um milagre de Deus. Por que você desistiu de viver?

O jovem suicida resolveu contar sua história.

- Ao entrar na faculdade há dois anos, conheci uma jovem maravilhosa. Eu não acreditava no amor até aquele dia. Ela se chamava Juliana. Uma moça muito linda, mas o que me atraiu nela mesmo foi seu caráter, sua personalidade. Nunca vi alguém como ela. Nos tornamos grandes amigos, e pouco a pouco essa amizade se transformou em amor. Foram os momentos mais felizes de minha vida. Ela cursava Direito. Fazíamos planos para o futuro. E o principal deles era nos casarmos logo que concluíssemos a Faculdade. Um certo dia, houve uma excursão universitária e no meio da viagem o ônibus sofreu um acidente.

Eu fui jogado por uma das janelas e fiquei desmaiado dentro do mato, próximo a um riacho. Meus companheiros me procuraram e não me encontraram. Fui dado como morto, durante dois dias, e nesse período aconteceu uma tragédia pior. Juliana não tinha participado da excursão, pois era somente com o pessoal do Curso de Psicologia.

Com o meu desaparecimento, ela ficou desesperada. A coisa piorou quando encontraram um corpo de um jovem todo deformado. De acordo com a atual situação ficou claro que o corpo seria o meu. Juliana se desesperou. Enquanto isso, eu tinha me arrastado até encontrar uma casinha de um casal de anciãos, próximo ao riacho. Eles cuidaram de mim, como se fossem meus pais. Eu estava com uma febre altíssima e, portanto, não podia me comunicar com meus amigos e colegas. Ao final de dois dias, ao me sentir melhor e me dar conta do que tinha acontecido, corri para a Universidade. Cheguei bem a tempo de impedir que um desconhecido fosse enterrado como se fosse eu. Mas não vi Juliana.

Procurei-a por toda parte. Então fui até o apartamento dela, e lá encontrei um bilhete endereçado aos seus colegas. Acho que ainda está aqui – ele procurou algo no bolso, e logo tirou um pedaço de papel molhado – veja.

Janete leu:

“Queridos amigos. Perdoem-me por desistir da vida. Na verdade, ela já se foi. Há dois dias. Eu não estou mais viva. Portanto, este corpo sem vida deve desaparecer. Vocês foram legais.”

Max Lorenzo chorou.

- Escute, meu amigo – disse Janete – Deus tem um plano especial para sua vida, pois de outra forma não teria preservado sua vida.

- Mas a vida não tem sentido sem amor.

- Mas Deus é o Deus das coisas imprevisíveis, Ele é o criado do amor, pois a Essência Dele é o amor.

- Eu não consigo ter essa fé.

- Faça uma prova com Ele.

- O que eu desejo é impossível.

- Nada é impossível para Deus.

- Eu só queria Juliana de volta. Mais nada.

Janete não conseguiu segurar as lágrimas.

*******

Porto Alegre, dezembro de 1999.

Max Lorenzo trabalha para uma organização missionária internacional. Após uma tragédia pessoal, sua vida deu uma grande reviravolta e ele tornou-se um missionário cristão, com um ministério voltado especialmente para jovens que sofriam de depressão.

Enquanto ele estava dando uma olhada em alguns livros expostos numa estande, uma moça aproximou-se dele e entregou um panfleto. Max agradeceu e logo começou a ler. O título daquele panfleto o deixou curioso:

PARTICIPE DA I CONFERÊNCIA SOBRE PROFECIA E MATEMÁTICA BÍBLICA. Organização: Grupo7.

“Grupo7? Que coisa esquisita?”

Ele continuou lendo. As poucas coisas que o panfleto dizia deixava claro que esse tal Grupo7 era uma equipe de estudiosos que investigavam casos sobrenaturais envolvendo profecias apocalípticas. Esses pesquisadores também estudavam o significado dos números na Bíblia e suas conexões com as profecias. Portanto, devia ser uma conferência bem interessante.

*******

- Que bom que você está aqui, querida – disse Alanna Max Mister, diante de Wendy Millane – Ainda sinto saudades daquela conferência sobre mistérios bíblicos que realizamos aqui há dois anos. Daquela vez até Moyra Stanley esteve por aqui.

- Pois é – disse Wendy – mas ela é uma jóia rara, que vive perdida em alguma parte do planeta. A última notícia que eu soube dela é que havia viajado para o Oriente Médio, a fim de elaborar uma série de reportagens especiais para o New York Times.

- Oriente Médio? Lugarzinho perigoso hein?

Enquanto as duas lindas SETES conversavam (estavam diante de uma grande praça, próximo da Universidade onde aconteceria a conferência), um vento leve e suave começou a soprar e uma folha caiu exatamente no meio da blusa de Wendy, entre os seios.

- Mas que coisa – disse ela, pegando a folha e fazendo um gesto de jogá-la fora. Porém, naquele instante sentiu algo inexplicável. Olhou para a folha, como se estivesse encantada.

- Que aconteceu, Wendy? – Alanna ficou preocupada.

A moça continuava de olhos fixos na pequena folhinha. Sua mente estava em efervescência. Do mais escondido ponto de sua memória, uma imagem foi gerada. A imagem de um jovem. E naquele momento, Wendy lembrou de tudo:

- Arthur? Meu Deus! Arthur! Arthur, meu amado Arthur! Onde você está?

Ela desatou a chorar e Alanna não sabia o que fazer. Não conseguia entender aquela repentina transformação. Wendy continuava sentada, chorando e beijando a folha.

- Wendy! Wendy! Por favor, diga-me o que está acontecendo – implorou Alanna.

- Desculpe-me, desculpe-me, eu ... eu não posso explicar agora...

*******
Jerusalém, 1999.

         O celular de Moyra tocou. É um número desconhecido. Ela atende:

         - Alô? – Sua fala é cautelosa.

         - E aí, minha adorável loirinha, como estás?

- Rogers! Meu Deus! Onde você está? Por que não pudemos te encontrar durante esse tempo todo?

         Finalmente Moyra conseguira conversar com Rogers Town.

         - Me perdoe, loirinha. Mas eu estava muito preocupado com você e senti que você correria menos riscos de vida se não tivesse contato nenhum comigo. Aliás, eu tive que cortar contato com todos os SETES. Destruí todos meus chips de celulares e adquiri novos.

         - Puxa! Eu nem sei por onde começar...

*******

Um pouco mais tarde, na casa de Alanna.

- Meu Deus, que história incrível – Alanna tinha acabado de ouvir a triste história do “amor de Arthur e Zoe”, e sobre a misteriosa folha que Wendy conhecia desde o dia em que, naquela pracinha universitária, estava chorando pensando na possibilidade de perder Arthur. Ela se lembrou claramente do dia em que uma folha caiu da árvore ali na praça, e ela a guardou dentro do caderno. Deus tinha cada maneira estranha de falar com os seres humanos.

- Eu preciso reencontrar Arthur. Não sei como fomos nos separar, mas preciso reencontrá-lo.

- Tenha calma, amiga. Se Deus quer que vocês se reencontrem, isto acontecerá, mais cedo ou mais tarde.

- Como é que essa parte tão importante de minha vida foi apagada de minha mente? E durante tantos anos?

*******
- O que devemos fazer com essas informações? – Perguntou Moyra para Rogers. Eles estavam conversando via Internet, usando um canal altamente seguro.

- Venha para Nova York. Você está numa região muito perigosa, muito hostil. Já teve sorte demais. Ou melhor: os anjos já tiveram trabalho demais com você, livrando você dos perigos mortais. Aqui pensaremos melhor que atitude tomarmos. E se devemos mesmo levar essas informações a sério.

- Lembre-se que pessoas morreram por isso, meu amigo – lembrou Moyra.

- Sim. Como eu poderia não lembrar?

*******

Porto Alegre. 1999. Dezembro.

Naquela grande sala de conferências havia muita gente, curiosa e interessada em ouvir sobre as profecias bíblicas, sobre o misterioso livro do Apocalipse.

James Anderson, um dos responsáveis pela organização daquele evento, fez a abertura, dizendo:

- Meus amigos, desejo dar as boas vindas a todos. Este dia não será esquecido. Preparem-se para mergulhar nos profundos mistérios de Deus, das revelações preciosas dos profetas, relacionadas aos acontecimentos dos nossos dias.

Diego Draconne foi o primeiro dos SETES a falar (como palestrante):

- Caros amigos, faremos agora a introdução dessa fascinante série de estudos sobre o futuro. Inicialmente, vamos ler os oito primeiros versículos do livro do Apocalipse (alguns minutos depois, ele explicou):

“REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO, QUE DEUS LHE DEU PARA MOSTRAR AOS SEUS SERVOS AS COISAS QUE BREVEMENTE DEVEM ACONTECER; E, ENVIANDO-AS PELO SEU ANJO, AS NOTIFICOU A SEU SERVO JOÃO; O QUAL TESTIFICOU DA PALAVRA DE DEUS, E DO TESTEMUNHO DE JESUS CRISTO, DE TUDO QUANTO VIU.”

A palavra “apocalipse” tornou-se em nossos dias sinônimo de tragédia, destruição e catástrofes. Mas o significado original dessa palavra é muito diferente. Apocalipse é uma palavra de origem grega que significa “revelação”, desvendamento de um segredo que estava encoberto. O próprio livro começa com a frase: “REVELAÇÃO DE JESUS CRISTO...”. A transmissão dessa mensagem aconteceu da seguinte forma: DEUS, O PAI, entregou a revelação a JESUS, que a enviou – por meio de um anjo – ao Seu servo João, e João enviou às Igrejas. E alguns dentre as igrejas têm se preocupado em transmitir e ensinar essa revelação.

Para se entender os acontecimentos do futuro revelados no Apocalipse é necessário ter uma visão geral antecipada, como segue:

Capítulo 1.º - A APRESENTAÇÃO DO HERÓI DO APOCALIPSE, O CENTRO DA HISTÓRIA – JESUS, O VINDOURO REI DOS REIS

Capítulos 2 e 3 – AS 7 IGREJAS – O TEMPO ATUAL – CHAMADO O TEMPO DA GRAÇA DE DEUS

Capítulos 4 e 5 – OS CRISTÃOS SÃO LEVADOS PARA O CÉU – UMA GRANDE REUNIÃO NO CÉU - COMEÇA A PREPARAÇÃO PARA O GRANDE CONFLITO NA TERRA

Capítulos 6 a 18 – É O TEMPO DA GRANDE TRIBULAÇÃO NA TERRA – O TEMPO DO REINADO DO ANTICRISTO E JULGAMENTO DE DEUS

Capítulo 19 – FINAL DA GRANDE TRIBULAÇÃO – A HORA DO RETORNO DE CRISTO PARA DESTRUIR O IMPÉRIO ANTICRISTÃO E REINAR NA TERRA

Capítulo 20 – REINO DE CRISTO NA TERRA DURANTE 1000 ANOS – TEMPO DA PRISÃO DE SATANÁS

Capítulo 20 (Segunda parte) – JUIZO FINAL

Capítulo 21 e 22 – NOVOS CÉUS E NOVA TERRA – O NOVO PARAISO – ETERNIDADE

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         Robert Stone estava na conferência do Grupo7. Sua vida sofrera mais uma mudança radical. Agora ele era um homem de fé. Sentia uma grande paz interior, mas seu coração não estava totalmente tranqüilo. Em sua mão estava uma folha de árvore. Exatamente igual a outra que ele conservava consigo há muitos anos. Uma história muito triste envolvia aquele tipo de folha. Uma história misteriosa. Misteriosa e triste.

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Primeiro intervalo na conferência profética.   Diego Draconne terminou de falar e logo em seguida foi anunciado um intervalo de quinze minutos.

Robert Stone levantou-se e resolveu passear um pouco, num jardim ali perto. Ele seguia distraído quando, de repente, chocou-se com uma moça que também estava ali, espairecendo.

- Oh, desculpe-me, eu... - Ele não consegue terminar de falar. Seus olhos abrem-se o máximo que podem. Estão fixos nos belos olhos daquela moça, que também o olhava, como quem estivesse vendo uma cena celestial, uma visão angelical.

Durante quase um minuto, os dois ficaram a se fixar, porém, sem dizer uma palavra.

- Deus! Isto não pode estar acontecendo! – ele conseguiu exclamar.

- Está acontecendo sim – disse ela – sim, está acontecendo. Meu Deus! Arthur, é você?!

- Zoe?! Zoe?! Zoe?!

Naquele momento Alanna vinha chegando, mas pára atônita, diante daquele casal que se beijava e se abraçava como se fosse o último dia da vida deles.

- Pai do Céu – diz Alanna em voz baixa – hoje é o dia dos milagres.

*******

Daqui a poucos minutos a conferência iria recomeçar. Max Lorenzo levantou-se, pensativo.

“Tantas coisas aconteceram nos últimos anos. Não sei qual rumo minha vida teria tomado se Juliana ainda estivesse viva. Mas é tão difícil viver sem você, meu anjo.”

Ele voltou para a sala da conferência, ansioso para ouvir mais sobre aquelas incríveis revelações das profecias bíblicas.

A conferência recomeçou.

- Oi, esta cadeira já está ocupada?

Max ficou paralisado ao ouvir o som daquela voz.

Não conseguia se mover.

- Oi. Tudo bem com você? – A dona da voz tocou em seus ombros e ele virou-se, lentamente, com grande dificuldade.

“Esse moço deve estar com algum problema” – Pensou ela.

- NÃO É POSSÍVEL!!! – Exclamou Max.

- JESUS ETERNO!!! – O grito dela chamou a atenção de todos.

*******

Inicio de Setembro de 2001. No dia 18 de Setembro de 2001, Morganne fará 30 anos, a idade bíblica significativa. Ele está bastante apreensivo, e pensa: “AGORA TEREI A CONFIRMAÇÃO DE DEUS OU DE MINHAS FANTASIAS”. Se nada de importante acontecer nesse período, ele fará uma nova análise das coisas e deixará de ser tão imaginativo. Nunca estivera tão ansioso por uma data.

         E por que ele achava que seus 30 anos seriam significativos? Quantas pessoas não faziam 30 anos todos os dias e o mundo continuava na mesma? Mas Morganne lembrava de 1987, quando (enfrentando uma forte depressão) havia pedido um mistério a Deus. Ele queria a revelação de um mistério, ou algo que o conduzisse aos mais profundos mistérios de Deus. E alguns meses depois, começou a paranóia do número 7. Em busca de respostas sobre aquele mistério numérico, ele havia chegado à Bíblia, onde mais tarde haveria de se envolver de corpo e alma no fascinante mundo das profecias. Não havia dúvida nenhuma de que uma Força Sobrenatural estava por trás de todo aquele ardente interesse pelas Profecias Bíblicas. E se há duas forças opostas (Bem e Mal, Deus e Diabo), certamente que não era o Diabo que estava envolvido naquilo, pois ele jamais levaria quem quer que fosse a estudar a Palavra de Deus.

*******

Nova York, 10 de setembro de 2001.

Rogers Town esteve bastante ocupado naquele dia. Mas amanhã teria que resolver mais problemas burocráticos. Trabalhar na ONU não era para qualquer um. Trabalhar na ONU era um privilégio.

Amanhã ele tinha um encontro com alguns diplomatas europeus. Não na sede da ONU. Mas num local bastante agitado, muito colorido (pessoas de várias nacionalidades) e também um ótimo local para negócios milionários.

Amanhã, se Deus quisesse, ele estaria num daqueles fabulosos andares do World Trade Center.

*******

Era uma manhã de terça feira como muitas outras.

Morganne saiu para o trabalho. O mundo continuava do mesmo jeito, mas não havia nenhum clima de guerra internacional. Também em Nova York, aquela manhã estava esplêndida. O dia tinha acabado de nascer e o sol sorria para todos. Milhões de pensamentos estavam ocupados com as preocupações diárias; mães preparavam seus filhos para levar à Escola; grandes empresários saiam satisfeitos preparados para fechar grandes e importantes negócios.

11 de Setembro de 2001, terça feira. Diante daquele clima tão bom naquela linda manhã, ninguém (ou quase ninguém) esperava o inferno que estava para acontecer.

Mas aconteceu.

*******

“Numa espantosa ação coordenada, e tendo como armas grandes jatos comerciais seqüestrados carregados de combustível, terroristas lançaram um gigantesco e devastador ataque contra os Estados Unidos. Os alvos não poderiam ser mais simbólicos do poderio econômico e militar dos EUA: as torres gêmeas World Trade Center, de 110 andares, no distrito financeiro de Nova York, que desabaram menos de uma hora depois de ser atingidas, às 8h45 (horário local), e o Pentágono, sede do Ministério da Defesa e do comando das Forças Armadas, em Washington.”

“Os vôos internacionais com destino aos EUA são desviados para o Canadá, aeroportos suspendem suas operações e as fronteiras do país são fechadas. Fumaça, poeira e entulho se espalham por um raio de mais de 20 quadras do World Trade Center. Em Cabul, o Taliban, partido fundamentalista que controla o Afeganistão e dá guarida à organização terrorista de Osama Bin Laden, nega qualquer responsabilidade no atentando. Em Washington, as primeiras suspeitas se concentram em Bin Laden, multimilionário saudita que os EUA responsabilizam por ataques com carros-bomba contra embaixadas americanas na África, em 1998. Há cerca de 15 dias os serviços de inteligência dos EUA obtiveram informações de que associados de Bin Laden falavam sobre “um ataque catastrófico” contra alvos americanos.”

“Especialistas em terrorismo dizem que só Bin Laden tem os recursos e a organização necessários para lançar ataques coordenados. “Estamos em guerra”, declara George W. Bush.” (Almanaque Abril, editora Abril, 2002)”.

*******
11 de Setembro de 2001. Morganne está no seu local de trabalho (mais ou menos às 11:00 h).  Naquele momento um amigo se aproxima e diz:

- Tu sabias que os Estados Unidos estão sendo atacados?

Acostumado com o jeito brincalhão de seu amigo, e achando aquela afirmação absurda demais, Morganne não dá nenhuma importância. Acha que o amigo está se referindo a alguma intervenção americana em alguns desses paises rebeldes asiáticos ou africanos. Coisa que acontecia de vez em quando. Ele nem lembra que está em setembro, próximo ao período da grande prova.

Aproximadamente ao meio dia, uma senhora (ligada à empresa em que ele trabalha) aproxima-se dele e fala:

- Tu sabias que os Estados Unidos estão sendo bombardeados? Já lançaram mísseis contra a casa branca, Washington,...

- O quê?! Você tem certeza? - Ele fica paralisado. Alguns segundos depois sai correndo feito louco até sua casa, e lá chegando, liga rapidamente  a televisão. Ao ver as palavras “ao vivo”, olha nos outros canais e percebe a gravidade da coisa. A maioria dos canais está mostrando ao vivo as torres gêmeas do World Trade Center em chamas.

           - Deus do céu! – exclama ele – o 7.º Milênio foi inaugurado!


         Quando se falou da possibilidade dos terroristas serem islâmicos, Morganne pensou na crise árabe-israelense e na próxima guerra mundial (que segundo a Bíblia) acontecerá por causa dessa crise. Naquele momento, ele se lembra de que há quase duas semanas antes, os Estados Unidos tinha se retirado de uma Conferência sobre racismo, na África, ao lado de Israel, em sinal de protesto, quando os árabes tentaram aprovar um documento colocando Israel como um país racista. 
        
Ele lembra também que os profetas falam que na última guerra Israel ficará sozinho contra o mundo todo. Os Estados Unidos são o único pais do mundo a apoiar Israel. Se eles forem destruídos, Israel ficará sozinho. Tudo isso se passa na mente de Morganne naquele momento tenso, pois havia mais de 10 anos que ele estudava esse tipo de coisa.

         De repente, uma outra coisa o deixa ainda mais perplexo. Olha para o calendário. É 11 de setembro. Isto significa que falta então 7 dias para o seu aniversário de 30 anos, a idade profética! Exatamente 7 dias! Mas isso não é tudo. A data de seu aniversário em 2001 iria coincidir exatamente com a comemoração da Festa das Trombetas, em Israel, uma festa profética, simbolizando um acontecimento especial do final dos tempos, conforme Morganne descobriu investigando o mistério do número 7.

        

         Agora ele não tem mais dúvidas! É um sinal de Deus para o mundo, mas também um grande sinal de despertamento para ele. E agora? O que vem pela frente?

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