sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Capítulo 7 – PISANDO NO RABO DO TIGRE...

Em Jerusalém, ainda abalada com os acontecimentos recentes, Moyra Stanley tentava organizar sua vida. Ela ainda estava perturbada com a aventura no Egito. Por que aquele homem parecia conhecê-la, e por que foi assassinado de forma tão misteriosa? Tudo indicava que era obra de seitas secretas, principalmente o medalhão encontrado no braço esquerdo do segundo homem assassinado, próximo à pirâmide de Gizé. Naquele momento ela estava escaneando todas as páginas do livro que trouxera “emprestado” da biblioteca egípcia.

Ela ainda pensava em voltar ao Egito e visitar a interessante biblioteca. Sabia que era perigoso, que havia muitas sociedades secretas no Egito e que algumas eram violentas. Mas aquele conhecimento era muito mais importante. À medida em que digitalizava o livro sobre a Ordem dos SETES, ela tremia de emoção ao saber que estava de posse de alguns segredos daquela Ordem tão misteriosa.


Parecia que o livro sobre a Ordem dos SETES fora escrito por um dos seus membros. Um pouco mais na frente, Moyra descobre a prova, quando o autor escreve na primeira pessoa.

“Aquela fuga foi sensacional. Mas por pouco os guardiões não nos alcançaram.”

Em breve ela enviaria algumas cópias para os “SETES” no Brasil. Ela iria traduzir tudo e depois dar um jeito de devolver o original em latim à biblioteca egípcia, pelo correio. Agora tentava entrar em contato com Rogers Town, o homem mais importante do Arquivo 7, pois vivia no centro dos poderes mundiais – na própria Organização das Nações Unidas – ONU.

Rogers deveria saber alguma coisa sobre os estranhos incidentes no Egito. Mas onde estaria ele agora? Ele não respondeu nenhum e-mail de Moyra, seu celular não dava sinais de vida. Ele tinha essa mania: se pressentisse algum perigo especial, cortava qualquer contato com os SETES, para evitar que algum deles fosse envolvido ou ameaçado. Mas o que estaria acontecendo com ele nessa altura dos acontecimentos? Nenhum dos SETES sabia, mas nesse momento o ex-agente da CIA estava num belo oásis, no deserto do Saara.

*******

IDADE MÉDIA, ANO 1422.

A multidão estava ansiosa pelo resultado daquele estranho julgamento. Samuel teria que pegar uma das folhas, caso contrário todos o teriam como culpado. Mas se pegasse qualquer das folhas, estaria assinando sua condenação, pois ambas continham a palavra CULPADO.

“Senhor da Glória! Como faço para escapar desta armadilha?”

Então subitamente teve uma idéia. Pegou uma das folhas, mas não abriu. Em vez disso colocou na boca e engoliu rapidamente.

- Isso não tá certo! – Gritou o inquisidor chefe – você tinha que desdobrar a folha e ler sua sentença! Vamos ter que começar o julgamento de novo.

Procurando aparentar tranqüilidade, Samuel falou em voz alta:

- O julgamento não precisa ser alterado. É fácil sabermos o que estava escrito na folha que eu engoli – ele virou-se para o povo e continuou – se a folha que continua na mão desse juiz tiver escrito a palavra INOCENTE, significa logicamente que a que eu engoli continha a palavra CULPADO. E se na folha restante tiver escrito CULPADO, é lógico que a que eu escolhi tinha a palavra INOCENTE. É muito fácil sabermos a verdade – e virando-se novamente para o inquisidor chefe, disse – vamos, senhor juiz. Mostre para todo mundo o que está escrito na sua folha.

O inquisidor chefe mordeu o lábio inferior, demonstrando raiva. Mas, diante da pressão dos olhares populares, abriu a folha e mostrou a palavra CULPADO. E isso dava a entender que a folha engolida por Samuel tinha a palavra INOCENTE. O povo não podia saber que eles haviam manipulado o julgamento.

Samuel sorriu e procurou sair dali. Mas o inquisidor chefe fez um gesto e três homens do outro lado da rua passaram a seguir Samuel.

*******

Março de 1991.

A Guerra do Golfo acabou. Saddam Hussein foi derrotado. Os aliados festejavam a vitória. Os americanos estavam felizes. Os soldados voltavam para casa, ansiosos para rever suas famílias e amigos. A felicidade parecia ter contagiado todo mundo. Inclusive Markus Stanley.

Quando os Estados Unidos enviaram seus jovens para o front, Markus estava noivo de Malena Parker. Ele havia sido convocado poucos meses antes do casamento. Aquele dia de despedida foi abalador.

- Por que eu não posso ir com você? – A jovem chorava desesperadamente abraçada ao rapaz que era a razão de sua vida.

- Meu anjo, você sabe que isto não é possível. Mas você sabe também que Deus nunca nos desamparou. Ele tem abençoado e protegido nossas famílias durante várias gerações, e com certeza continuará nos abençoando. Ele me trará de volta, mas caso isto não aconteça haveremos de nos reencontrar um dia num mundo incomparavelmente melhor.

Os dois jovens passaram cerca de meia hora chorando. Então Markus partiu. Durante as batalhas ele pensou muito em Malena. Questionou muitas coisas. Por que a humanidade não poderia viver em paz? Por que os seres humanos estavam se matando de forma tão cruel, enquanto que milhões de outras pessoas só queriam viver em paz? Por que Deus permitia que tudo aquilo acontecesse?

Mas enfim, graças a Deus, a guerra acabou. Muitas vidas foram perdidas. Mais do lado do inimigo, porém eram vidas humanas. Muitos estavam felizes. Mas parece que ninguém estava mais feliz do que Markus.

Ao longe ele avistou sua mãe e dois irmãos acenando para ele (= seu pai havia morrido há muitos anos). Nos primeiros dias na guerra ele ainda conseguia se comunicar com os parentes e com sua amada. Mas apenas três meses depois, nenhuma notícia mais. Isso aumentou ainda mais sua angústia. Quando a noticia de que a guerra tinha acabado chegou aos parentes de Markus, eles ficaram apreensivos, temerosos (mas ao mesmo tempo, cheios de esperança). E com grande esperança e fé no Todo-Poderoso, eles aguardavam todos os dias pelo retorno do valente soldado.

Markus se aproxima a passos lentos. Seu coração bate de forma anormal. Ele vê três pessoas (= a mãe e os irmãos). Onde estaria a quarta pessoa? Apesar de amar muito seus familiares, seu coração amava mais ainda uma outra pessoa, Malena. Onde estaria ela?

Alguns minutos depois, mãe e filhos, irmão e irmãos se abraçam e choram durante um bom tempo.  Depois, Markus se esforça para tentar falar:

- Mãe, onde está Malena?

Sua mãe recomeça a chorar.

- O que aconteceu? O que aconteceu, mãe? Deus não pode ter feito isso comigo! NÃO!!!

Markus se lança ao chão, desesperado. Sua mãe não disse nada, mas ele achava que tinha entendido tudo.

*******

Jerusalém.

Enquanto caminhava pelas calçadas da milenar cidade israelense, Moyra Stanley sentiu que estava sendo seguida. Havia muitas pessoas indo e vindo, como ela poderia saber que alguém a estava seguindo? Ela também não sabia explicar isso. Só achava que sua intuição a respeito de certas coisas era muito forte. Sua agitada vida e o envolvimento com algumas investigações perigosas, desenvolveram nela essa espécie de sexto sentido.

Apesar dela ser uma loira capaz de chamar a atenção de qualquer um, sentia que alguém estava de olho nela por outras razões. Ela parou diante de uma loja de antiguidades, fingindo observar algumas relíquias. Mas sua real intenção era se aproveitar de um bonito e exótico espelho ao lado.

Então ela viu claramente um ancião, com uma enigmática cicatriz debaixo do olho esquerdo. Ele parou e desviou o olhar, tentando despistar. Mas era tarde. Não era fácil enganar Moyra Stanley.

Moyra lembrou da aventura no Egito. Lá tivera dois encontros misteriosos com dois homens. E eles também tinham a idade avançada. Ou pelo menos, acima dos 50. Agora havia um outro ancião de olho nela. Era muita coincidência.

O que fazer agora? Pelo menos no Egito os dois homens com quem ela se deparou não a ameaçaram. Pelo contrário, tentaram alertá-la a respeito de alguma coisa muito grave.

Antes que ela esboçasse qualquer ação, o ancião aproximou-se dela.

- Moça, preciso falar com você.

Ele não percebeu, mas alguém estava de olho nele há um bom tempo.

- O que deseja, senhor? – Perguntou Moyra, com todos os sentidos em alerta.

- Quero entregar-lhe algo – ele estendeu a mão e mostrou um disquete.

- O que significa isso? – Moyra olhou ao redor, com aquela sensação de perigo iminente muito forte.

- Por favor – implorou o ancião – saia daqui depressa.

- Não entendo... Por que devo sair?

- Está tudo explicado nesse disquete. Mas posso lhe adiantar que...AH!

O olhar do ancião era a expressão do mais puro terror. Sem dizer mais nada, caiu com o rosto no chão.

Moyra, aterrorizada, viu alguém se aproximando e apontando uma zarabatana em sua direção. Ela seria a próxima vítima.

*******

IDADE MÉDIA, ANO 1422.

- Sabemos que você faz parte desses hereges distribuidores de Bíblias. Revele todos os nomes desses conspiradores e terá uma morte suave.

A cena era assustadora e dramática. Dentro de uma grande sala cheia de instrumentos de tortura havia três homens olhando para um jovem amarrado sobre uma mesa – as mãos e os pés. No alto sobre ele havia uma grande lâmina – uma espécie de foice – pronta para descer e cortá-lo no meio. Conforme um bem bolado mecanismo, a sinistra foice ia baixando aos poucos, de maneira cronometrada. O nome da infeliz vítima era Samuel Shamir.

Ele havia sido novamente capturado, logo depois de escapar do fajuto julgamento das duas folhas.

Seis meses após intenso estudo e treinamento em Amoran – Como era chamado o refúgio secreto da Ordem dos “SETES” – e Samuel fora enviado para uma perigosa missão na Alemanha, juntamente com a bela Lilandra. Ela seguiu para uma cidade e ele para outra, tomando todas as precauções para não chamarem a atenção.

Mas agora Samuel havia caído nas mãos dos inquisidores. Sua situação naquele momento não era das melhores, mas seu coração bateu angustiado quando um dos inquisidores declarou:

- Se interessa saber, sua bela amiga também está em nossas mãos.

“Meu Deus! Não!” – Gritou Samuel em pensamentos.

- E aí, vai revelar os nomes dos outros conspiradores ou prefere morrer da pior forma possível? – Perguntou o inquisidor, olhando fixamente nos olhos de Samuel.

Mas ele continuava calado. Estava disposto a morrer, portanto seria perda de tempo torturá-lo. Mas os inquisidores eram tão sujos quanto o Diabo e resolveram usar uma outra tática que deixaria Samuel num dilema mortal.

Eles trouxeram uma jovem, de longos cabelos ruivos, vestida, mas de forma muito rude – dava a impressão de que suas vestes estavam rasgadas. Samuel não queria acreditar, mas a jovem parecia Lilandra. Ela estava amarrada, com os olhos vendados.  Foi colocada dentro de uma gaiola e suspensa sobre um poço de fogo. Um estopim foi aceso e ao cabo de uns dez minutos alcançaria a corda que impedia que a gaiola caisse no poço de fogo.

- Você tem 10 minutos para decidir se confessa tudo ou morre, juntamente com sua bela amada – disse o inquisidor-chefe, com um sorriso diabólico.

*******
“Há um homem próximo ao papa, de ascendência judaica e membro da Sociedade de Thule. Apesar de não ter nascido na França, oficialmente ele é francês. É um dos cardeais de maior confiança do papa. O plano dos Mestres dos Illuminati, os criadores e principais promotores do Plano da Nova Ordem Mundial, é se infiltrarem no Vaticano e fazer com que um de seus homens se torne papa, torne-se líder de uma Religião Global Unificada e depois destrua a Igreja de Roma e todo o cristianismo.”

“A Religião Global escolherá a famosa cidade das 7 colinas como sua sede mundial. O primeiro passo do Plano é o controle de todo o Vaticano, e temos informações seguras de que muitos ‘iluministas’ já estão há muito tempo ocupando as posições mais elevadas no Vaticano. Quando chegar a hora o atual papa sairá de cena. Tudo parecerá natural. Sua morte será provocada da maneira mais sutil possível e o mundo acreditará que ele morreu de morte natural ou de alguma doença fatal. Então o francês assumirá o trono de Roma, ao mesmo tempo em que o Príncipe do abismo for entronizado na Europa. Na verdade, o cardeal francês cuidará pessoalmente do ‘desaparecimento’ do papa. Quando ocorrerá isso? Quando houver no calendário o triplo 6 o Filho da Noite Eterna será entronizado. Seis explosões em seis lugares diferentes homenagearão o seu nome. O nome daquele que todos os ‘Iluminatti’ esperam”.

Moyra estava perplexa. Em seu hotel (em Jerusalém), onde se encontrava hospedada, examinava o disquete deixado pelo ancião desconhecido antes de morrer. Ela também esteve a um passo da morte.

Quando o assassino desconhecido lançou a seta, que certamente continha algum veneno mortal, Moyra, num lance muito rápido e calculado, usou sua bolsa como escudo e escapou por um triz. Ela desferiu um violento golpe no ventre do individuo, deixando-o imobilizado temporariamente e procurou sair dali o mais rápido que pudesse.

O conteúdo do disquete. Era assustador, um conhecimento muito perigoso. E estava em hebraico. Como Moyra era especialista em línguas antigas não demorou a perceber que o hebraico do texto não era o moderno. Por que? Ela sabia que poucas pessoas conheciam o hebraico antigo, aquele dos textos do Antigo Testamento. E se alguém estava usando aquela linguagem tão antiga é porque a coisa era bastante séria. Ela se perguntava desde quando estava sendo seguida. E será que alguns dos outros SETES também estavam sendo espionados ou seguidos? Ela precisava falar com Rogers Town. Agora mais do que nunca.

Quando terminasse de explorar aquele disquete ela tentaria novamente entrar em contato com Rogers Town imediatamente, e por meio dele localizaria os outros SETES.

Ela respirou fundo e traduziu o restante do texto. Cada frase traduzida causava novo assombro nela.

“Como é que pode isto?”

Ela sabia muito bem o que era a Sociedade de Thule. Era a mesma de Adolf Hitler. Ela já sabia desde um bom tempo que muitos figurões do Vaticano eram ligados aos “Iluminatti”, à Rosa-Cruz e a Thule. A Nova Ordem Mundial estava muito próxima.

Ela olhou para o calendário, ao mesmo em que relia a misteriosa frase: “Quando houver no calendário o triplo 6 o Filho da Noite Eterna será entronizado.” O que seria isso? Seria o dia 6 de Junho (= o 6.º mês do ano) de um ano terminado em 6? Ou estaria se referindo as 6 horas do dia 6 do mês 6 de um vindouro ano qualquer? E Por que seis explosões?

Aliás, por que tanta ênfase no número 6?

Ela lembrou do que havia lido há algum tempo no Arquivo7:

“Em muitas passagens bíblicas o número 6 aparece relacionado ao homem em algum momento especial de rebelião contra o Criador. Exemplos:”

a) O gigante Golias, que desafiou o povo de Deus, tinha 6 côvados de altura (aprox. 3 metros) e a ponta de sua lança pesava 600 siclos (100 x 6). 600 siclos era aprox. 7 kg. O gigante possuía ainda 6 armas ou peças de defesas (1 Samuel 17.4-7). Portanto, é evidente o destaque do número 6 na vida de Golias. Surpreendentemente, seu nome aparece apenas 6 vezes na Bíblia.

b) O rei Nabucodonosor ordenou a construção de uma estátua, que tinha exatamente 60 côvados de altura (aprox. 30 metros) e 6 de largura, e ordenou que ela fosse adorada (Daniel 3.1).

c) O Faraó do Egito perseguiu o povo de Israel com 600 carros (Êxodo 14.7). 

d) Foi no ano 600 de Noé que veio o Dilúvio sobre a terra e justamente no versículo 6 do 6.º capítulo do primeiro livro da Bíblia (Gênesis), DEUS SE ARREPENDE DE HAVER CRIADO O HOMEM!  É exatamente no capítulo 6 da Bíblia que ocorre a corrupção universal do ser humano.

e) O primeiro livro da Bíblia com nome de homem (JOSUÉ), é justamente o 6.º e no capítulo 6 desse livro mostra a destruição de Jericó uma cidade rebelde. É bom observar também que esse 6.º livro tem exatamente 24 capítulos, ou seja, 4 x 6.

f) Na Bíblia, o homem sem Deus é chamado de VELHO HOMEM e esta expressão aparece no 6.º livro do Novo Testamento (ROMANOS), no 6.º capítulo e no 6.º versículo.

g) O tempo do homem na terra está dividido em ciclos de 6. A demonstração é simples: O ano está dividido em 12 meses (2 x 6). O mês está dividido em 30 dias (5 x 6). O dia está dividido em 24 horas (4 x 6). A hora tem 60 minutos (10 x 6). De igual forma o minuto, que tem 60 segundos.

h) Jesus sofreu 6 horas na cruz, no 6.º dia da semana, para resgatar o homem de volta para Deus. E além do mais, Ele teve 6 ferimentos especiais (nas duas mãos, nos dois pés, no peito e na cabeça).

i) Quando criou o homem, Deus lhe outorgou 6 domínios. 6 são revelados em Gênesis 1.26:

01 - Sobre os peixes do mar;
02 - Sobre as aves do céu;
03 - Sobre os animais domésticos;
04 - Sobre toda a terra;
05 - Sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra;
06 - O 6.º é revelado em Gênesis 4.7, quando Deus fala para Caim:

“Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar”.

O 6.º domínio é o domínio próprio, ou seja, o domínio de si mesmo.

j) Há exatamente 6 palavras significando HOMEM, nos textos originais da Bíblia: São 4 em hebraico e duas em grego:

1 – ADAM (Gn 1.26; 2.7; 3.24, etc.), que significa somente HOMEM;

2 – ICHE (Zc 6.12), significa VARÃO COMPLETO, HOMEM FORTE;

3 – ENOX (Sl 8.4; 73.5): quer dizer: MORTAL, HOMEM FRACO;

4 – GEHVER (Ex 10.11; Zc 13.7), é HOMEM DE VALOR OU DE PRESTIGIO;

5 – ÂNTROPOS, em grego é igual a ADAM, do hebraico;

6 – ÂNER, no grego, é igual ao hebraico ICHE.

“Nos exemplos citados observamos claramente a relação entre o homem e o número 6. Se lembrarmos que, de acordo com a Bíblia, Deus criou o homem no 6.º dia da criação, e mais tarde ordenou-lhe que trabalhasse 6 dias na semana, é impossível não relacionar esse número com  a humanidade.”

“Portanto, o escritor do Apocalipse não citou o número 666 de forma aleatória. Outro fato surpreendente é que a palavra BESTA, relacionada ao futuro ditador mundial, aparece 36 vezes em Apocalipse. O número 666 é um número triangular e exatamente o triangular do número 36, o quadrado de 6. Isto é: se somarmos de 1 a 36, teremos 666.”

Portanto, o número 6 era biblicamente um número de rebelião contra Deus. E se toda aquela conspiração para o assassinato do papa se relacionava com o número 6 a coisa assumia proporções apocalípticas. Era evidente que alguém ou alguma organização estava prestes a entronizar no Vaticano aquele que a Bíblia chama de Falso Profeta.

E isso significava claramente uma coisa: O fim estava muito próximo!

O que Moyra devia fazer? Ora, só haveria uma coisa a ser feita: Encontrar Rogers Town! E depressa.

*******
IDADE MÉDIA, ANO 1422.

Samuel sabia muito bem que ele e Lilandra não tinham nenhuma chance. Os inquisidores jamais deixariam eles sair vivos dali. Mas eles foram bem treinados, foram feitos todas as simulações possíveis, pois os “SETES” estavam bem informados sobre os instrumentos de tortura dos inquisidores.

A lâmina sinistra continuava baixando. Samuel sabia que sua missão não terminaria ali e orou a Deus pedindo uma iluminação. E sua oração foi atendida. Samuel murmurou umas palavras, e o chefe dos inquisidores, um homem baixo e gordo, de uns 50 anos, se aproximou.

- Decidiste falar? – Ele perguntou.

Samuel murmurou umas palavras incompreensíveis. O inquisidor só conseguiu entender uma palavra. Samuel estava pedindo algo para escrever. Rapidamente alguém trouxe um papel e um lápis. O braço direito de Samuel foi desamarrado para que ele pudesse escrever. Ele olhou para Lilandra que continuava dentro da gaiola, e olhou para o estopim que estava a meio metro do alvo. Lilandra estava tensa.

- Escrevas o que tens de escrever! E depressa! – Disse o inquisidor.

A lâmina estava a meio metro de Samuel. Ele pegou o lápis e preparou-se para escrever alguma coisa no papel trazido pelo inquisidor. Samuel tinha sofrido várias torturas, mas estava bem física e mentalmente. Só que ele, desde o inicio das torturas, dava a impressão de que estava à beira da morte, a fim de surpreender seus inimigos na hora certa. E a hora havia chegado. Ele murmurou algo o mais baixo possível, forçando o inquisidor a aproximar-se mais, para ouvi-lo melhor.

Ao fazer isso, o inquisidor-chefe foi repentinamente agarrado pela mão direita de Samuel, que num golpe rápido – tipo gravata – deitou o inimigo sobre seu corpo e o segurou até que a lâmina começasse a feri-lo.

Diante da repentina situação, os outros dois inquisidores ficaram paralisados por alguns segundos. Depois um deles correu para tentar frear a perigosa lâmina, que foi parada poucos segundos antes de cortar o inquisidor-chefe pelo meio. Agora ele estava preso, entre a lâmina e Samuel.

O outro inquisidor, armado com um grande punhal avançou contra Samuel.

Mas sua má intenção foi freada de maneira violenta. Mesmo preso debaixo do gordo inquisidor-chefe, Samuel conseguiu evitar o pior. Num lance rápido, apanhou o grande punhal que o inquisidor-chefe trazia na cintura, libertou seu pulso esquerdo e lançou a afiada arma contra o homem que o ameaçava.

O inquisidor foi atingido próximo ao pulmão. Samuel levantou-se rapidamente, deixando o inquisidor-chefe preso debaixo da grande lâmina. Mas antes que deixasse a terrível mesa de tortura, deparou-se com uma nova ameaça. O terceiro homem estava na sua frente apontando-lhe uma besta (arma mortal parecida com um arco). A ponta da flecha estava à dois palmos do coração de Samuel. Além disso, havia outro problema: faltavam também dois palmos para que o estopim aceso atingisse o objetivo, tendo como conseqüência trágica o lançamento da gaiola de Lilandra no fogo.

Como fazer agora?
*******

Igarapé Grande, 1999.

Sabrina recebeu um estranho pacote pelo correio. Abriu a caixa e encontrou uma Bíblia. O remetente era Moyra Stanley. Sabrina sabia muito bem que ali deveria ter mais coisa. Ela folheou a Bíblia rapidamente e nada. Nem um bilhete, nem uma marca estranha. O que significava aquilo? Então, subitamente lembrou-se de um código. Pegou um canivete e cortou na capa traseira. Então um pequeno livro apareceu, com algumas páginas escritas em português.

- Pelas barbas do profeta! – exclamou Sabrina, ao ler o título – O ROSTO DA PROSTITUTA BABILÔNICA – O PLANO DOS MESTRES ELEVADOS. Os “SETES” precisam saber disso e depressa!

Algumas horas mais tarde.

Haviam 12 jovens sentados ao redor de uma mesa redonda numa biblioteca particular. Morganne estava falando:

- Se Moyra enviou esse pacote no endereço de Sabrina, vocês sabem o que significam, não sabem?

- Alerta máximo – disse Michelle.

- Exato – concordou Morganne – por isso pedi para Sabrina fazer a exposição do que está escrito aí.

Sabrina levantou-se, e mostrou os materiais enviados por Moyra.

- Bem, estes textos são cópias traduzidas de um livro que Moyra Stanley encontrou no Egito. Vocês nem fazem idéia do que se trata. Ela descobriu que existiu – ou quem sabe se não existe ainda – uma organização de pesquisa como a nossa, só que secreta, e chamada justamente de Ordem dos “SETE”. Este livreto aqui tem duas partes. A primeira é intitulada O PLANO DOS MESTRES ELEVADOS e a segunda, O ROSTO DA PROSTITUTA BABILÔNICA. Deixem-me falar sobre esta primeira parte.

E Sabrina, sem omitir nenhum detalhe, conta tudo o que leu, enfatizando principalmente sobre a misteriosa ORDEM DOS SETES.

- É incrível – disse Elaine – como é que nunca ouvimos ou lemos algo a respeito?

- É que realmente era muito secreta e suas pesquisas eram muitos perigosas, pois, assim como nós, eles desmascaravam os falsos profetas, falsos ensinos e falsos ensinadores – explicou Morganne - Mas no seu tempo, isto é, na Idade Média, tais atrevimentos eram punidos com a morte, pois a Inquisição dominava.

- E será que os inquisidores não foram os responsáveis pela eliminação da Ordem dos “SETE”? – Perguntou Brigitte.

- Bom, há mais alguma coisa que nos induz a pensar que ainda em nossos dias existem pessoas dando prosseguimento a essa Ordem – respondeu Sabrina – pois suas pesquisas se estendem até a década de 90. O livrinho intitulado “O ROSTO DA PROSTITUTA BABILÔNICA – O PLANO DOS MESTRES ELEVADOS” que revela claramente como as forças do mal conspiraram para estabelecer o reino das trevas na terra fala de acontecimentos recentes. Portanto, alguém deve tê-lo editado.

Nesse livrinho se revela todas as ramificações e todas as organizações de Satanás, desde as origens. Ele sempre se apresentou para os ocultistas como o Mestre Desconhecido, comandante de uma hierarquia formada pelos “Mestres da Sabedoria Superior”. O conhecimento secreto – que é o ocultismo, ou rebelião declarada ao Deus de Israel – foi passado de geração a geração, começando da Atlântida, uma civilização muito avançada que existiu nos tempos pré-diluvianos. A feitiçaria estava bem desenvolvida em Atlântida e isto contribuiu para a corrupção global nos dias de Noé, até que Deus enviou o Dilúvio, como a única solução para se purificar a raça humana. Mas após o Dilúvio, o Mestre Desconhecido revelou-se para Ninrod, rei da Babilônia, e este fundou um culto secreto de idolatria e feitiçaria. Sem, o filho de Noé, lutou ferozmente contra Ninrod e seu culto satânico. Mas os chamados “mistérios babilônicos” foram levados ao Egito, e, misturados com os “mistérios egípcios”, começara a contaminar o povo de Israel.

Sabrina respirou fundo e continuou:

- Quando o povo de Deus saiu do Egito levou uma mistura de gente, um povo não israelita. Em Êxodo 12.38 revela isso. Esse povo estranho levou consigo os mistérios babilônicos e egípcios, e foram grande tropeço para Israel. Salomão, rei de Israel, tomou conhecimento dessa “sabedoria oculta” e se contaminou. Seu casamento com a filha de Faraó consumou sua apostasia, levando-o a se aprofundar no ocultismo. Não é a toa que algumas sociedades secretas (como a Maçonaria) dizem com toda convicção que Salomão foi um grande ocultista. Os mistérios babilônicos foram levados à Pérsia, passando pela Índia e acomodando-se no Tibete. Devemos lembrar aqui que Hitler viajou muitas vezes para o Tibete e lá dizia ter contato com os “mestres elevados” ou “os mestres da sabedoria da Atlântida”.

Quando Israel foi levado para o cativeiro na Babilônia se contaminou com os mistérios babilônicos, e duma mistura com a Lei de Moisés, criaram um estudo secreto chamado Cabala, formando assim outra sociedade secreta ocultista. Na verdade, os fariseus que resistiram a Cristo eram membros dessa Sociedade Secreta chamada Cabala. Isto explica porque Jesus tinha compaixão dos demais pecadores, mas dizia as palavras mais duras contra os fariseus. Ele sabia muito bem com quem estava lidando.

Ninguém ousava interromper Sabrina.

- A Grécia já estava contaminada – prosseguia ela – pois Pitágoras havia passado uns tempos no Egito e voltou de lá levando a “doutrina secreta” para os gregos. Com a ascensão do Império Romano, o ocultismo foi bem recebido pelos imperadores. Já no primeiro século da Era Cristã surgiram os Gnósticos – um novo nome dado à Sociedade Secreta dos Mestres da Sabedoria Superior. No final da Idade Média foi revelada a existência de várias sociedade ocultistas, tais como a Rosa Cruz e a Maçonaria. E os antigos mistérios egípcios e babilônicos continuaram sendo estudados. Sabe-se hoje que as sociedades secretas possuem o mesmo conhecimento dos antigos atlantes. Como isto foi possível, já que o Dilúvio destruiu toda aquela civilização? Alguém acha que a biblioteca atlante foi preservada.

Já que a família de Noé está descartada, sugere-se que os atlantes improvisaram cápsulas à prova d’água, e nelas esconderam seus pergaminhos com a doutrina secreta. A Bíblia diz que o Dilúvio destruiu a vida terrestre, mas não a aquática. E as águas do Dilúvio não poderiam destruir cápsulas de ferro ou outro material desconhecido – a não ser que Deus quisesse, pois para Ele tudo é possível. Porém, o mais provável é que, as mesmas mentes demoníacas que inspiraram a doutrina secreta aos sacerdotes atlantes poderiam muito bem ter ditado às mesmas coisas aos rebeldes da nova terra. Ninrod pode ter sido o primeiro a receber esse conhecimento, depois do Dilúvio.

*******

IDADE MÉDIA, ANO 1422.

Samuel pensava. Estava à dois palmos do inimigo. Portanto, qualquer reação seria suicídio na certa.

- O que você vai fazer agora? – Perguntou Samuel, olhando para a ponta da sinistra flecha.

- Vou livrar o mundo de mais um maldito herege, para honra e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo! Morra!

Naquele momento Samuel viu o brilho da morte.


Nenhum comentário:

Postar um comentário