Sabrina
está sentada na praça. Sozinha. Tentava se adaptar naquela nova cidade, onde
estava há três meses, mas estava sendo difícil, principalmente porque ela havia
deixado grandes amigos em Igarapé Grande. Ela era uma garota inteligente, mas
também sofria freqüentemente de depressão. Tinha enviado uma carta para seu
amigo Morganne, com uma série de perguntas que demonstrava bem seu atual estado
de espírito. Admirava a fé cristã de Morganne, mas não conseguia crer. Para ela
Deus era apenas um conceito. Estava entardecendo. O por do sol era um momento
adequado demais para quem vivia naquele estado de espírito.
Enquanto
meditava nos porquês da vida, uma criança de aproximou e disse:
- Moça,
você conhece Jesus? Ele é meu amigo. Este papel fala dele. Você quer?
- Quero,
meu bem. Obrigada – Sabrina ficou olhando admirada a criança que continuou a
correr na praça. Devia ter uns 6 ou 7 anos. Ao longe, ela avistou um rapaz que
segurou na mão da criança e deixou a praça. Devia ser o pai dela. Então, a
garota conhecida entre os SETES como “Francesa” resolveu ler o panfleto
religioso. A mensagem contida ali falava da vontade de Deus para com a
humanidade. Enquanto lia, Sabrina pensava: “Ah, se isto fosse verdade”. Então
de repente uma rajada de vento derrubou o folheto. Ela tentou pegá-lo, e ao
conseguir ia continuar a leitura quando uma coisa a deixou perplexa. Havia 7
manchinhas vermelhas marcando 7 letras. Exatamente as letras S-A-B-R-I-N-A.
Ela virou
o folheto. Do outro lado, havia também 7 manchinhas. Desta vez marcando as
letras que formavam a frase: E-U-T-E-A-M-O.
Ela sentiu
uma brisa suave tocando em seu rosto. De repente, começou chorar.
*******
-
Deus gosta mesmo de charadas – disse Scapelly, sorrindo, logo que Sabrina
concluiu seu testemunho.
-
Mas por que essas coisas aconteceram, Morganne? – Perguntou Wendy – Aqui temos
pelo menos duas histórias de amor absurdamente incríveis (ao falar isso olhou
para Markus e Malena) – Eu sei que, neste exato momento, em alguma parte do
mundo, outras histórias de amor mais do que estranhas devem estar acontecendo
com outras pessoas. Mas o que me deixa intrigada é que, de alguma forma, eu,
Arthur, Malena e Markus temos uma ligação direta com o Grupo7.
-
Pois é. Para quem não sabe, Malena é prima de minha mãe – esclareceu Alanna.
-
Coisas esquisitas – disse Diego Draconne – só mesmo no Grupo7.
-
Mas ainda temos uma outra história de amor e mistério para contar – disse
Morganne, olhando em direção a um outro jovem casal, que até àquele momento não
tinha falado nada – É a vez de vocês, Juliana e Max.
O
jovem casal se levantou e caminhou até o centro daquela sala.
- Eu
estava a um passo do abismo – Disse Juliana – sem esperança na vida eterna, e
achando que a única pessoa que eu amava estava morta, minha vida não fazia mais
sentido. E, naquela noite quase trágica...
*******
Juliana
sobe ao parapeito da ponte. E prepara-se para saltar. Ela se joga.
Ela se
joga, mas alguém a segura antes da queda fatal.
- Não faça
isto! Eu amo você!
Ela começa
chorar.
- Me deixe
morrer!
- Nunca!
Eu preciso de você.
O
misterioso salvador puxa Juliana de volta para a ponte. Então ela pode ver o
rosto do misterioso homem que a livrou de uma inútil tragédia.
- Quem é
você? O que quer comigo?
- Juliana,
Deus me enviou para salvar você. Ele tem um lindo plano para sua vida e queria
que você soubesse disso.
- Deus?
Deus não existe. Não há esperança para ninguém. A melhor solução é a morte –
ela tentava se soltar, mas aquele homem moreno e de olhos misteriosos estava
firme.
- Não! Por
que você quer fazer isso?
- Você não
tem nada com isto. Me larga!
- Olhe
para mim! – Ele falou com um tom tão diferente e forte que fez Juliana parar.
Então ela
fixou seus belos olhos castanhos nos olhos misteriosos daquele desconhecido.
- Você não
quer morrer – disse ele, sem piscar – antes de se jogar da ponte você pediu em
pensamentos para que Deus se revelasse. Você clamou em pensamentos: “Deus! Se
Tu existes te manifesta a mim agora, pois vou morrer!”
Juliana se
joga nos ombros do desconhecido e passa a chorar mais ainda.
- Querida,
Jesus chorou para que você não vertesse mais lágrimas de desespero. Está
chegando a hora da purificação do Universo e Deus procura jovens como você para
realizar a mais maravilhosa das missões.
- Por que
Ele deixou meu amor morrer?
- Querida,
seu amor não está morto.
- Como???
Alguns
minutos mais tarde, Juliana estava sentada numa praça, enquanto ouvia aquele homem
desconhecido, que havia se tornado seu anjo da guarda.
- Você tem
sido uma jovem muito brilhante, Juliana. E tem se atormentado em busca do
sentido da vida. Deus anda a procura de pessoas que estão em busca da verdade.
Você e seu amado precisam se entregar nas mãos de Deus e deixar que Ele dirija
suas vidas. Vocês estão na Universidade com um propósito, mas Deus tem um
propósito maior para vocês – e dentro da Universidade. Está havendo um
recrutamento tenebroso entre os jovens de nossa geração. Uma misteriosa força
do mal está seduzindo nossos jovens e nem é preciso provar isso. Qualquer um
que pare um pouco e observar a trágica realidade que nos cerca, não tem como ter
fé na atual juventude.
Quando
Adolf Hitler se preparava para iniciar a matança de 18 milhões de pessoas,
incluindo 6 milhões de judeus, ele precisava de jovens que estivessem dispostos
a "puxar o gatilho". Se os rapazes e moças alemães não estivessem
dispostos a participar do Holocausto, Hitler não teria condições de executá-lo.
No entanto, para a satisfação de Hitler, muitos rapazes tinham perdido a
sensibilidade, ficaram emocionalmente embrutecidos, por meio de vários
elementos na sociedade alemã, alguns anos antes mesmo dele assumir o poder na
Alemanha.
Atualmente,
nossos jovens estão sendo novamente embrutecidos (perdendo a fé e a sensibilidade),
e isto está sendo alcançado por todos os meios de comunicação: TV, rádios,
revistas, jornais, computadores, para citar apenas alguns. Por essa razão Deus
tem uma preocupação muito grande com jovens apaixonados, pois de certa forma,
eles ainda não perderam a capacidade de amar, e justamente esses, os poderes
das trevas tem tentado tirar de circulação, induzindo-os ao suicídio.
- Mas
Lorenzo está morto. Ele sofreu um acidente trágico que...
- Nunca
perca as esperanças, minha querida! Deus é grande! E para Ele tudo é possível.
*******
- O fato é
que logo depois aquele misterioso homem desapareceu e nunca mais o vi. Mas suas
palavras fizeram algo novo brotar em meu coração. Mesmo imaginando Max morto,
eu não conseguia sentir tristeza, pois algo maior agora habitava em mim.
Pensando
em tudo que o estranho homem havia me contado, procurei uma igreja que tivesse
algum trabalho especial com jovens. Fiquei impressionada com tudo que passei a
testemunhar. Dezenas de casos de jovens à beira da morte sendo resgatados pelo
amor de Jesus.
E, depois
de algum tempo, através de várias circunstâncias vim parar em Porto Alegre. E
ao participar de uma conferência, quem encontro lá? – E ela olha para Max - O
morto que voltou a viver. Como é que pode isso?
- Será que
o misterioso salvador não poderia ser um anjo? – Perguntou Sabrina.
- Quem
sabe? – disse Juliana, sorrindo.
James
Anderson levantou a mão e disse:
- Como
Sabrina expôs há poucos minutos, as doenças depressivas têm aumentado (e tem
atingido inclusive os jovens). Ao mesmo tempo os meios de comunicação tem
investido fortemente – e negativamente, diga-se – para embrutecer de vez a
juventude mundial. Portanto, nossa missão é urgente. Aqueles que ainda estão na
Universidade devem se esforçar o máximo para salvar essa geração perdida, tendo
misericórdia deles e - como diz o livro de Judas – “arrebatando-os do fogo”.
Nossa maior missão é resgatar essas pobres almas das garras do vindouro governo
anticristão, e acender em seus corações as chamas da Esperança.
- Concordo
plenamente – disse Juliana.
Naquele
momento Morganne se levantou e, olhando para Zoe, ou seja, Wendy, disse:
- Alguma
coisa está martelando dentro da minha mente, dizendo que há ainda um enigma que
não foi esclarecido. Não é incrível que tantas pessoas que estiveram próximas
da morte (= impelidas por demônios de depressão) estejam juntas hoje? Será que
há alguma ligação entre vocês, digo, Wendy, Juliana e Malena? Vocês nunca
haviam se encontrado antes. Estão se conhecendo pela primeira vez aqui, mas
suas histórias são estranhas demais. Creio que há algo mais por ai.
- Algo
sobrenatural? – Perguntou Giovanna.
- Sim.
Algo do tipo – concordou Morganne.
- É
incrível mesmo – disse Wendy - um ex-colega de Universidade me disse certa vez
que, quando fatos estranhos e semelhantes acontecem a pessoas diferentes
significam que elas possuem alguma ligação espiritual.
- Que
coisa extraordinária – exclamou Malena – meu primo costumava me dizer a mesma
coisa. David tinha umas idéias esquisitas...
- Você
disse David? – Perguntou Wendy intrigada, pois sentiu uma coisa estranha em seu
espírito, algo como um alerta de Deus – como era o nome completo desse seu
primo?
Malena
ficou surpresa com aquela pergunta, e os outros jovens também ficaram
inquietos.
- Não me
lembro bem. Era algo parecido com a palavra “vida” em inglês.
- Life? –
Sugeriu Magry.
- Não,
quase isso. Talvez o verbo “viver”...
- Live? –
Insistia Magry.
Wendy
estava tensa.
- Sim –
disse Malena, com um notável brilho nos olhos – sim, agora me lembrei. Lived!
David Lived, cujo sonho era ser um rabino.
- Meu
Deus! – Wendy tremia – Que coincidência estranha!
- David
Lived!? – Sabrina se levanta – ora, ele não é atualmente o mais jovem cardeal
do Vaticano? Lembro-me que numa reunião citamos o nome dele.
- Caracas!
– Exclamou Scapelly – mais coincidências?
- Não
creio que sejam coincidências – disse Morganne.
- Tive um
colega de classe com esse nome há muitos anos (ainda no Colegial), e a única
lembrança que tenho dele eu preferia nem falar – disse Juliana, o que deixou
aqueles jovens ainda mais perplexos.
Que poder
ou que mistério haveria por trás de um nome como aquele? Por que David Lived
deixou os “SETES” em grande tensão?
- Que
estranho – disse Morganne, após alguns minutos em que um certo clima pesado
pairou sobre aquele ambiente, onde, meia hora atrás, estava contagiado pela
alegria – alguém mais tem algo a dizer sobre esse tal Lived?
Como
ninguém dissesse mais nada, Morganne prosseguiu:
– Observem
bem mais essa coincidência: As pessoas que conheceram esse Lived (e que pensam
se tratar da mesma pessoa), foram as mesmas que viveram histórias quase
trágicas e misteriosas, e que nós todos ouvimos há poucos minutos. Wendy,
Malena e Juliana viveram em lugares diferentes e todas conheceram David Lived.
Poderia haver algum significado nisso tudo?
- Com
certeza, caro amigo – disse James Anderson – quais coincidências são sem
significados quando envolvem nossos amigos? Nenhuma! Todas têm algo a nos
ensinar, e Deus trabalha também nas coincidências. Vamos tentar juntar essas
peças. Juliana, você disse que a lembrança que possui desse Lived é muito
desagradável. Poderia nos explicar melhor?
A jovem
hesitou durante alguns segundos, mas logo falou:
- Como
disse, preferia nem lembrar, mas se tem alguma importância para os SETES
falarei com prazer. Conheci David Lived, um judeu naturalizado italiano, há
mais de 10 anos, quando morava na Itália.
*******
- Olá,
Juliana. Está pronta para apresentar aquele trabalho de História?
A jovem,
que conversava com outras moças, virou-se, sorriu, e respondeu:
- Oi,
David. Sim, estou preparada. Não fiz outra coisa no final de semana. Meus pais
ficaram até preocupados, pois me tranquei no quarto um dia inteiro.
O rapaz,
cujos olhos transmitiam um brilho esquisito – os estudantes não gostavam de
fitá-los – sorriu e disse:
- Bom, já
que seu final de semana foi estressante, que tal passear comigo na fazenda do
meu tio no próximo Sábado?
- Sábado?
Mas você não é judeu?
- Sou
filho de judeus – disse David, sorrindo – mas não sou tão radical com relação
aos mandamentos de Moisés. De qualquer forma, iremos apenas passear, não
procurar trabalho.
A fazenda
dos tios de David era realmente encantadora. Juliana levou mais duas amigas
(Paloma e Judite) e juntas se divertiram bastante. No final do dia, David as
convidou para brincarem de esconde-esconde. Eles estavam no pleno vigor da
adolescência e amavam a vida. Os quatro jovens se separaram e cada um se
escondeu em uma parte diferente no lado mais sombrio daquela fazenda. Então
Juliana se perdeu. Quanto mais tentava encontrar o caminho de volta, mais se
aprofundava naquela floresta. Faltava pouco para o entardecer. Ela começou a
clamar por socorro, sem contudo ouvir resposta nenhuma. Só havia aceitado
aquela brincadeira, porque achava que a fazenda era pequena e bem cercada. Mas
agora tinha a impressão que estava no centro de uma floresta gigantesca.
Ela para
um pouco e tenta ouvir alguém, ou algo, qualquer som. Mas tudo estava quieto
demais. Nem os pássaros cantavam. Então, repentinamente, ouviu um cântico. Mas
era um cântico estranho, sinistro. O medo apertou ainda mais o coração de
Juliana. Mesmo assim, ela resolveu seguir a direção daquele som esquisito. Com
o coração aos pulos, aproximou-se devagar e temerosa. O som aumentava cada vez
mais, e como era sinistro. Tinha a impressão de ser um cântico religioso
fúnebre. Mas por que ali e naquela hora? Será que existia alguém morando por
ali, além dos tios de David?
A passos
cada vez mais lentos e prudentes, Juliana aproximou-se do local, onde muitas
pessoas estavam cantando. Então ela chegou e viu. Viu e ficou paralisada.
Paralisada de terror! Petrificada de pavor! Ela tentava gritar, mas nenhum som
saia de sua garganta.
À sua
frente estavam 6 figuras encapuzadas ajoelhadas diante de um ídolo horrível,
uma espécie de dragão. Sobre o dragão havia duas moças nuas, que, pareciam
embriagadas, pois se esfregavam uma na outra e gritavam frases obscenas,
enquanto pareciam cavalgar o dragão. Cada uma tinha uma taça nas mãos com um
liquido vermelho parecendo sangue. Juliana estava chocada: eram Paloma e
Judite! Ela procurou se conter a todo custo a fim de evitar um grito. Um dos
encapuzados aproximou-se do dragão, fez certa reverência e ofereceu-lhe algo.
Juliana ficou mais uma vez horrorizada. Era David Lived. E o que ele tinha nas
mãos como oferenda era estarrecedor: uma criança morta, toda ensangüentada.
Ela
procurava forças para sair dali, e pediu a Deus para lhe mostrar o caminho de
volta. Mas antes de sair ouviu quando David falou:
Está na
hora de procurarmos ela. O mestre a deseja e está ordenando que façamos isso.
Juliana
entendeu que aquilo só poderia se referir a ela. Então suas forças voltaram e
ela correu. Correu desesperada e clamando a Deus por misericórdia. Quinze
minutos depois, já bastante ofegante, sentia que não iria conseguir. Então
chegou numa parte elevada e escorregou. Saiu rolando floresta adentro, até que
bateu com a cabeça numa pedra e tudo escureceu.
Dois dias
depois. Ela abre os olhos. Ao redor há uma luz fortíssima. Vê muitos seres de
brancos se aproximando. Ela tenta raciocinar. Teria morrido e estava no céu?
Então as imagens tornam-se claras: ela estava num hospital.
- Meu
Deus! O que aconteceu? Papai? Mamãe?
- Tudo
bem, querida – respondeu um homem magro e olhos fundos, aparentando quase
quarenta anos – está tudo bem. Agradeça a seu amigo David...
- David? –
Juliana treme ao pronunciar aquele nome.
- Sim, um
jovem corajoso – continuou o pai de Juliana, sem perceber o medo nos olhos dela
– estava já muito escuro, e você não aparecia. Ele, suas amigas e os tios a
procuraram por toda parte. Pensando em alguns animais selvagens que há naquela
região, seus amigos começaram a temer o pior. Então David resolveu se embrenhar
na floresta, sozinho e horas depois a encontrou desmaiada, próximo a uma grande
pedra. Ele entendeu que você havia escorregado, pois o terreno era muito
inclinado. Durante esses dois dias você esteve com uma febre altíssima e
delirando o tempo todo, dizendo palavras sem sentido.
- Que
palavras?
- Do tipo:
“Dragão! Dragão! Deus, me livre do Dragão! Tenho medo! Tenho medo de David! Ele
vai me pegar também!”, etc. O que é que uma febre não faz com a cabeça da gente
– concluiu o pai de Juliana, sorrindo.
Ela ficou
quieta. Tentava organizar os pensamentos. Será possível que tudo aquilo foi
apenas um pesadelo, uma conseqüência da pancada? Quando saiu do hospital e
voltou para o Colégio, Juliana foi recebida com uma festa. E David estava na
frente. Ela tentou fitar os olhos dele por alguns minutos, mas ele não
permitiu. Desviando o olhar, o rapaz aproximou-se e a abraçou, dizendo:
- Juliana,
minha querida, que bom que você está de volta. Ficou nos devendo aquela
brincadeira.
- É mesmo
– disse Paloma, aproximando-se – tentou se esconder muito longe e quase que não
era achada.
Durante
muito tempo Juliana viveu pensativa: foi um pesadelo ou realidade? Então, um
dia seus pais resolveram tentar uma melhoria de vida na América do Sul, e ela
veio para o Rio de Janeiro, onde fez faculdade de Direito, e onde conheceu o
jovem Lorenzo.
*******
- E o
restante da história vocês já conhecem – disse Juliana – Eu e Lorenzo começamos
a namorar e nosso amor quase termina em tragédia shakesperiana.
- Menina,
você já viveu cada história maluca – disse Morganne, pensativo – e nunca mais
ouviu falar desse misterioso David Lived?
- Não, até
hoje, quando vocês me levaram a lembrar.
- O que
vocês acham dessa história, meus amigos? – Perguntou Morganne, olhando ao
redor.
- Vamos
ouvir o que Malena e Wendy tem a dizer – lembrou Magry.
- Quando
eu cursava a Universidade nos Estados Unidos havia um tipo misterioso chamado
exatamente de David Lived – esclareceu Wendy – e ele era de origem judaica. Não
éramos amigos, mas nos falávamos de vez em
quando. Não me lembro de nada digno de registro envolvendo ele.
- E a
senhora Malena? – perguntou Morganne, sorrindo.
- Como já
disse, tenho um primo judeu chamado David Lived. Ele é filho do tio que armou
toda aquela trama sinistra, para ficar comigo. David, ainda adolescente, tinha
umas idéias esquisitas. Como por exemplo, um dia ele me perguntou: “e se
Satanás for o verdadeiro Deus do Universo e os escritores da Bíblia é quem
inverteram a história?” Fiquei assustada com essa interrogação, e retruquei:
Como assim, David? Sabemos que O Deus de Israel é o Verdadeiro Deus, e que Ele
se revelou à Moisés no Monte Sinai.
E David
continuou: “Mas por que esse Deus tem permitido que seu povo sofra tanto? Eu
estou disposto a entregar meu coração para Aquele que conseguir dar paz e
sossego ao nosso povo tão sofrido, seja ele quem for.” Desse dia em diante,
passei a ter um certo medo de David e não conversamos mais.
- Esse
David me faz lembrar certa pessoa – disse Sabrina.
- Quem? A
Besta? – Perguntou Michele.
- Quem
mais? Ele é judeu, tem simpatia por Satanás, é inteligente, e de acordo com a
estranha história de Juliana, não precisamos dizer mais nada.
- Acho que
ele está mais para o papel do Falso Profeta, ou seja, a Segunda Besta, pois
atualmente não é um cardeal bastante jovem e na fila de sucessão do atual Papa?
– Opinou James Anderson.
- O que
faremos com esse conhecimento? – Perguntou Morganne.
- Bem,
acho que devemos continuar realizando nossa missão e observar o cumprimento das
profecias – disse Wendy. Se David é a Segunda Besta, a Primeira também deve
estar por aí, mas não podemos fazer nada contra nenhuma delas.
A opinião
de Wendy era correta. Se David fosse mesmo o aliado do demônio (como está
previsto nas profecias) o que se poderia fazer contra ele, quando os profetas
dizem que SÓ CRISTO DESTRUIRÁ AS DUAS BESTAS NA SUA MANIFESTAÇÃO EM
GRANDE PODER E GLÓRIA? Mas Morganne estava pensativo. Algo o intrigava:
- É
verdade que não podemos fazer nada contra esses filhos das trevas, mas por que
pessoas envolvidas com o Grupo 7 tiveram alguma ligação com esse tal Lived? Se
fosse só um dos nossos amigos já causava admiração, mas tanta gente. Por que
Wendy foi colega dele na Universidade? Por que Juliana o conheceu bem de perto?
E por que Malena (que é parente de nossa amiga Alanna) é também prima dele?
- Gente,
descobri uma coisa – disse Magry eufórica – Pronunciem Lived ao contrário.
- LIVED é
DEVIL...DEVIL?! – Espantou-se Morganne, juntamente com os outros SETES que
soletraram o esquisito nome de trás para a frente.
- Sim,
Devil, ou seja, DIABO em inglês. Seria apenas coincidência?
- Que
estranho – disse Malena – eu sempre achei esquisito esse sobrenome da família
de David, pois não combinava com nenhum dos nossos parentes.
- Bem, só
nos resta continuar a proclamar a chegada do Reino de Deus, explicando as
profecias para o povo e ficar de olho nesse Lived – disse Morganne – podem ter
certeza de uma coisa: os SETES ainda estão para viver a aventura mais
extraordinária antes que Jesus volte!
*******
Naquele
momento, na cidade de Roma, distante dali em milhares de quilômetros, um jovem
estava preocupado com as noticias que lia no jornal do dia. Alguém bateu na
porta e interrompeu sua concentração.
- Com
licença, senhor Nommed. Há um cardeal querendo falar-lhe.
- Um
cardeal? – o jovem deixou escapar um sorriso forçado – mande esse ancião
entrar.
- Desculpe,
senhor. Não é um ancião. É um cardeal jovem. Muito jovem.
Então
Nommed sorriu de forma enigmática e sinistra.
- Mande-o
entrar, caro amigo. E depois, não nos interrompa por nada. Se alguém ligar diga
que só será possível falar comigo à noite.
O criado
se retirou e alguns minutos depois, um homem, trajando vestes características
do cargo que ocupava, adentrou a sala e ficou paralisado ao olhar o jovem
político que continuava sentado.
Nommed se
levantou e se aproximou do recém-chegado, que continuava como que hipnotizado.
- Eu me
perguntava quando afinal você iria aparecer – disse Nommed, sorrindo.
Então,
repentinamente, o jovem cardeal se lançou ao chão, e com uma reverente atitude
de adoração, exclamou:
- Meu
Senhor e Meu Deus!!!
Constantine
Nommed sorriu silenciosamente. Seu reino estava começando.
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