sábado, 21 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 7 - CALAFRIOS!

Como a classe permaneceu em silêncio – até Vandervil estava perturbado com aquela história  - Sophie continuou:
- Escutem essa outra história. Em uma manhã de domingo, o reverendo Charles Morgan...
Ela freou suas palavras ao notar a palidez repentina de Morganne. Tentou não se perturbar, e continuou:
- Como eu estava dizendo, o reverendo Charles Morgan, que era ministro da Igreja Metodista Rosedale, em Winnipeg, Manitoba, Canadá, chegou cedo para as preparações dos serviços religiosos daquela noite. Antes de entrar em seu gabinete, ele separou os hinos que seriam entoados e dedicou-se a outros preparativos. Feito isso, retirou-se para o gabinete e decidiu tirar uma soneca até a hora dos serviços religiosos. Assim que caiu no sono, começou a ter um sonho vívido, que misturava escuridão com o som de enormes ondas. Acima daquele ruído contínuo, um coro entoava um velho hino que o reverendo Morgan não ouvia fazia anos.
“Meu Deus! Eu também ouvi esse hino em meus sonhos” – Disse Morganne, para si mesmo – “O que está acontecendo?” Os olhos de Sophie brilhavam e ela continuou:


- O sonho foi tão perturbador que o ministro acordou com o hino ecoando em seu ouvido. Consultou o relógio e viu que ainda dispunha de tempo para dormir mais um pouco, o que ele fez, imaginando, incorretamente, que o breve tempo desperto havia limpado sua mente da visão perturbadora. Assim que tornou a dormir, o sonho voltou: as águas violentas, a escuridão profunda, o velho hino. Morgan acordou de repente, estranhamente indisposto. Por fim, levantou, caminhou pela igreja vazia e colocou um novo número de hino no quadro.
Quando os serviços tiveram início, a congregação cantou o hino que perturbara os sonhos de Morgan - um hino estranho para se cantar em uma igreja localizada a milhares de quilômetros do oceano, cujas palavras pediam a Deus que ouvisse as orações por aqueles que estavam em perigo no mar. Ao ouvir as palavras, o reverendo Morgan sentiu os olhos ficarem cheios de lágrimas.
Pouco tempo depois, o ministro soube que no momento em que os congregados cantavam o hino, uma grande tragédia ocorria no oceano. Era o dia 14 de abril de 1912, e longe dali, no Atlântico Norte, o Titanic afundava.
                                                                                                                       Sophie terminou sua narrativa e um silêncio perturbador reinou quase dois minutos. Mas com certeza ninguém estava mais arrepiado ali do que Morganne.

          Naquele momento, a sirene tocou. Morganne levantou-se depressa, e procurou sair antes que os outros.

*******
- Vocês notaram que nas duas histórias aparece o nome Morgan? – Observou Melissa, fora da sala de aula, durante o intervalo – Morgan Robertson, autor do romance sobre o TITAN e Charles Morgan, o reverendo.

- Não é a toa que você se chama Morganne – disse Diego, sorrindo.

- Não vão me dizer que vocês não conheciam essa história – disse Morganne, com o olhar meio perdido em algum lugar.

- Ah, eu sei que tá no Arquivo – disse Vanessa – mas Sophie contou com tanta convicção, que parecia uma testemunha ocular, e há detalhes que não consta no Arquivo. Também a história do Reverendo Morgan...

- É verdade – concordou Magry se aproximando – ainda não entendo o porque dela falar do Titanic.
“Se eu contasse o que sonhei aí sim vocês ficariam perturbados” disse Morganne em pensamentos. Magry se aproximou dele e tentou sondá-lo. Ela estava bastante preocupada com o estado de espírito dele, e principalmente pelo que aconteceu na casa de Sophie.
*******
- Não, nenhuma novidade. O hóspede misterioso desapareceu mesmo – disse Sabrina, diante de Morganne e Diego, em plena avenida, naquela bonita manhã de sol – mas apareceu uma moça misteriosa hoje.
- Que moça? – Perguntou Morganne.
- Quando eu e Giovanna estávamos quase saindo do hotel, uma nova hóspede acabava de chegar. Se vocês vissem o semblante dela...
- Por que? – Morganne olhou meio desconfiado.
- Muito séria e um certo aspecto sombrio.
- Bom, mas quanto ao Caso Pike, nada mesmo, hein?
- Não há uma forma da gente visitar a biblioteca?
- A biblioteca do professor? – Diego ficou curioso – com que desculpa?
- Clandestinamente – disse Sabrina, sorrindo.
- Parece que Dona Stefânia ficou responsável por ela, até encontrar algum parente do professor – informou Giovanna.
- Alguém teria coragem de ir lá durante a noite? De preferência numa hora em que não houvesse mais ninguém na rua? – Sabrina estava mesmo disposta.
- E como entraríamos lá, minha senhora? Arrombando a porta? – Perguntou Morganne.
- Até parece que você não me conhece. E então? Se ninguém topar eu vou sozinha.
*******
Meia noite e meia. Três jovens estão sozinhos diante de uma Biblioteca, com marcas de queimadura em redor.
- Magry sabe que você está aqui comigo? – Disse Sabrina, sorrindo.

Morganne apenas esboçou um leve sorriso. Diego comentou:

- Espero que ninguém tenha visto a gente entrar aqui. Já temos problemas demais...
- Silêncio – pediu Sabrina, apontando para algo na frente.
- O que foi? – Perguntou Diego.
- Alguém correu por ali.
- O quê?
- Enquanto a gente conversava, vi claramente uma pessoa atravessar o corredor.
Os três jovens ficaram inquietos.
- Não é melhor a gente ir embora?
Diego olhou para Morganne.
- Não me diga que o chefe está com medo?
- Ultimamente não estou bem de saúde.
- Parece que todo mundo está notando – disse Sabrina – mas já que estamos aqui, vamos terminar.
- E se não estivermos sozinhos? – Perguntou Morganne.
- De qualquer forma seremos três contra um – respondeu Diego.
*******
- Há muitos livros interessantes aqui – disse Morganne, diante da biblioteca do finado professor.
- Ele tinha um interesse especial pela história do Egito – sugeriu Sabrina, apontando uma coleção de livros volumosos – e também pelas ciências ocultas.
- Olha que interessante – Diego apanhou um livro e mostrou algo – É um clássico sobre a Maçonaria. “MORAL E DOGMA”, escrito por... ALBERT PIKE!
- Hum, que interessante. Quer dizer que nosso querido professor era um escritor maçônico?
- Não é isso – Morganne aproximou-se – não sei como não lembrei antes. Tá no Arquivo 7. Albert Pike é o nome do mais famoso maçom dos Estados Unidos. Ele foi um herói confederado na Guerra Civil Americana e tornou-se líder da Maçonaria no país após a guerra. Pike é considerado o maior líder da Maçonaria de todos os tempos, pois: Era reconhecidamente um gênio; Falava 16 idiomas fluentemente; Formou-se pela Universidade de Harvard; Alcançou a patente de General de Brigada do Exército Confederado na Guerra Civil; Conhecia perfeitamente o sistema ocultista judaico, a Cabala.
- Espera aí – disse Sabrina – se esse autor aí viveu no século XIX, e o nosso finado professor tinha o mesmo nome, o que vocês sugerem?
- Ou nosso professor usava um nome falso, ou seus pais eram fãs desse Albert Pike – disse Diego.
- De qualquer forma a coincidência é grande – disse Morganne – todos esses livros aí e mais estes objetos – apanhou um porta-caneta, que tinha o formato de um esquadro sobre um compasso e um jarro, com um desenho estranho no centro – indicam que nosso caro professor era um maçom.
- Um maçom muito desligado dos outros desta região – disse Sabrina – pois seu funeral foi igual ao de qualquer mortal, e pelo que eu saiba...
- Os funerais dos maçons são um pouco diferentes, certo? – Concluiu Diego.
- Vocês acham que a Maçonaria está envolvida nisso? – Perguntou Sabrina – Em nossa cidade, até onde sei, há três pessoas ligadas à Maçonaria: o Dr. Jonas, o professor Anaximandro e o vereador Stone.
- Na verdade, são quatro. O professor Rocha também é maçom – acrescentou Diego.
- Será que eles poderiam dar alguma informação pra gente, a respeito do professor? – Perguntou Sabrina.
- Acho difícil, muito difícil – respondeu Morganne – eles são mais cercados de segredos do que nós, e não costumam dizer nada sobre sua sociedade secreta. Eles se aproveitam da aura de mistério que cerca a Maçonaria, e usam isso para afastarem as pessoas comuns. Se orgulham de conhecer mistérios que a maioria da humanidade desconhece, mas no Arquivo 7 há muitos desses segredos revelados.
- Por que a gente não procura alguma agenda ou coisa parecida? Talvez possamos encontrar informações mais pessoais.
           Todos concordaram com a sugestão de Sabrina, e começaram a vasculhar as gavetas da única escrivaninha da Biblioteca. Mas dois minutos depois, Diego soltou um grito:
- Para trás! Depressa!
- Meu Deus! O que é isso? – Exclamou Sabrina.
           Diante dos três jovens atônitos, dois escorpiões tentavam sair da primeira gaveta da escrivaninha. Diego apanhou uma pedra usada para segurar papeis e esmagou um dos pequenos assassinos. Mas o outro se escondeu.
- Como é que esses bichos foram parar ai? – Perguntou Morganne, focalizando a lanterna para todos os lados.
- E essa agora? – Diego tentava encontrar o outro escorpião, mas temia ser pego de surpresa – acho melhor sairmos daqui rapidinho.
*******
           A rua continuava deserta. Não havia a mínima sombra de nenhum cidadão naquela hora. Se fosse um final de semana, a rua estaria cheia. Os três jovens caminhavam apressados, olhando em todas as direções, ainda bastante assustados.
- Como é que a biblioteca do professor virou um ninho de escorpiões? – Perguntou Sabrina, olhando para todas as direções da rua.
- Sabe que estou começando a me irritar com essa história de escorpiões? Primeiro, Morganne, com suas brincadeiras; depois o tal do medalhão, e agora... Me diga uma coisa: De onde você tirou a idéia de se assinar como escorpião? Não poderia ter escolhido outro animal?
- Enquanto planejava aquelas mensagens secretas, a televisão estava ligada e ouvi quando alguém falou em horóscopo, dizendo justamente que seu signo era escorpião.
- Ah, está explicado – sorriu Sabrina – mas precisamos esclarecer o mistério do medalhão. Essa visita noturna parece ter ampliado o mistério, relacionando o nome do professor ao do ilustre líder maçônico americano, mas ao mesmo tempo me motivou mais ainda a investigar tudo a fundo.
*******
            O dia seguinte. No meio da avenida, Magry se encontra com a professora Sophie.
- Oi, tudo bem?
- Comigo sim. Sabe que eu estava mesma querendo falar com você.
- Sim?
- Poderia passar lá em casa mais tarde?
- Às 15:00 horas está bom?
- Combinado.
Magry fica pensativa. “O que ela deseja de mim? Será que quer pedir desculpas pelos acontecimentos recentes?”
*******
- Oi, você poderia me dar uma informação?
Sabrina, que estava concentrada lendo uma revista, levantou os olhos e encarou a recém chegada.
- Sim, pois não?
- Meu nome é Yasmin. Cheguei recentemente nesta  cidade e ando meio perdida.
“Ah, é a moça do hotel”.
- Sou jornalista e estou de passagem, mas ao mesmo tempo procuro uma pessoa. Tenho informações que ela mora por aqui, porém... – Ela retirou uma foto da bolsa e mostrou à Sabrina – Você conhece essa senhora?
A foto mostrava uma senhora de aproximadamente uns 40 e poucos anos, abraçada a um senhor de talvez uns 60 anos, com ares de professor ou estudioso. Sabrina examinou a foto por alguns minutos.
- Engraçado. Tenho a impressão de conhecer essa pessoa, mas...
- Observe bem seus traços.
- Sou boa fisionomista, mas não consigo me lembrar de onde... não, não consigo. Mas tenho certeza que a vi em algum lugar.
- Isso confirma minhas suspeitas. Tenho certeza que ela está nesta cidade.
- É sua amiga? – Sabrina perguntou hesitante, achando que estava se intrometendo demais, mas ao mesmo tempo, queria saber da verdade.
- Sim,... sim, é uma antiga amiga, que me disse morar em Igarapé Grande, mas perdi o endereço completo.
“Está mentindo” – concluiu Sabrina, em pensamentos. Um ditado dos SETES dizia que “UM SETE É MESTRE EM DESMASCARAR MENTIROSOS”, e Sabrina era especialíssima nisso.
Naquele exato momento, Morganne vinha se aproximando.
- Olá, Sabrina. Alguma novidade?
Ao ouvir sua voz, a misteriosa mulher voltou-se e Morganne empalideceu.
        
“Meu Deus! Eu conheço essa mulher”. Ele deu um passo para trás, mas procurou controlar-se. “É a mulher que apareceu em meus sonhos.”
- Que coisa estranha – disse a mulher, olhando fixamente para Morganne.
- O que é estranho?
- Você se parece muito com essa pessoa aqui – ela mostrou a foto, e apontou para o homem que aparentava ter uns 60 anos.
- Nossa, é mesmo – exclamou Sabrina – se você tivesse uma barba igual a essa, e estivesse com, digamos uns 50 e poucos anos, seriam idênticos.
- Você sempre viveu por aqui?
Morganne olhou de forma esquisita para a jornalista.
- Acho que sim, por que?
- Pensei que talvez tivesse algum laço de parentesco com o reverendo Morgan.
- O quê? Repita o nome dele.
- Morgan. Charles Morgan.
“Essa é demais”.
- É impressão minha ou você não está bem? Notei que, quando olhou para mim pareceu ter visto um fantasma. E agora, notei que tremeu nas bases ao ouvir o nome Charles Morgan.

- Vocês não querem se sentar e procurar uma explicação para esse encontro inesperado? – Perguntou Sabrina, apontando duas cadeiras.

A misteriosa jornalista se apresentou para Morganne e revelou o motivo de estar em Igarapé Grande. Mas o jovem SETE queria entender o porque de ter sonhado com ela recentemente, num sonho tão dramático, e ainda por cima sendo chamado de Reverendo Morgan. Achou prudente não contar sobre o sonho, mas teria que justificar seu espanto diante do nome do Reverendo.

- É que recentemente alguém me falou sobre a tragédia do Titanic e de um Reverendo que teve uma espécie de premonição. O nome dele também é Charles Morgan. É claro que, na Inglaterra, Charles e Morgan são nomes comuns, certo?

- É, Morganne. Coincidências acontecem. Mas há uma relação com sua história sim. Esse Reverendo aqui é justamente sobrinho do famoso Reverendo Morgan da sua história.
- Nossa, que coincidência.
- Eu sou neta deste aqui, e é por causa dele que estou em Igarapé Grande. Talvez não seja coincidência nós nos encontrarmos. Eu acredito na providência de Deus, não nas coincidências.
“Estou curioso demais com o que esta mulher tem a nos contar” – Pensou Morganne.
*******
Na casa de Sophie.
- Acho seu nome interessante, Madeleine Magry. Possui algum significado?
- Com certeza – Magry sorriu – mas até agora não encontrei. Já o seu é mais fácil, não? Sophie é o mesmo que Sofia, que significa SABEDORIA, em grego, certo?
- Sim, meus pais tiveram a inspiração certa, pois sempre gostei de estudar e buscar a sabedoria, o conhecimento.
- Seus livros são tão estranhos quanto os da Biblioteca 7 – disse Magry, passando os olhos na Biblioteca da professora de Psicologia e História.
- Sou muito curiosa. Creio que é uma grande perda de tempo vivermos sem buscarmos o conhecimento. Há muito para se estudar e a vida é curta demais para aprendermos o essencial.
- O que você considera essencial?
- A busca pelas nossas verdadeiras origens. Quem realmente somos? De onde viemos? Para onde vamos?
- São as perguntas mais famosas da filosofia, mas a Bíblia contém as respostas. Somos seres humanos criados para refletir a glória de Deus, pois dEle viemos e para Ele tornaremos. O melhor da nossa história ainda vai acontecer.
- São teorias interessantes e bonitas, mas não creio que sejam verdadeiras. Para mim, a Bíblia usa muita linguagem figurada para expressar o relacionamento entre os seres humanos e os extraterrestres.
- Ah, você é partidária da filosofia de Erich Von Daniken?
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Aos 33 anos, o suíço Erich Von Däniken largou a gerência de um hotel nos Alpes suíços para se tornar um dos escritores mais populares do mundo, especializado em teorias fantásticas sobre a existência de vida em outros planetas. A base de suas teorias é que as histórias e lendas sobre os deuses e anjos da Antiguidade na verdade seriam relatos reais de visitas de seres extraterrestres. Para ele todos os anjos da Bíblia eram seres extraterrestres que um dia plantaram a Humanidade na terra. Suas teorias atacam diretamente a fé cristã, e é por isso que ele é tão popular e tão lido (e defendido) pelos inimigos da Bíblia.
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- Você já leu algum livro dele?
- Somente um, o mais clássico intitulado “ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS?”. No inicio, fiquei um pouco confusa, mas então, examinando tudo com seriedade, e me aprofundando no conhecimento das profecias, cheguei a conclusão de que as teses dele não tem fundamento nenhum.
- Morganne também pensa assim, pelo visto – Houve uma alteração na voz de Sophie quando ela pronunciou o nome do jovem SETE.
- Com certeza. Na verdade, essa é uma das teses da Filosofia 7. A Bíblia é a verdade, e toda teoria contrária acaba provando ser mentirosa.
- Por falar em Morganne, tenho notado vocês andando juntos muitas vezes. São mais do que amigos, certamente.

- É, faz um bom tempo que namoramos – Magry sabia que estava chegando ao clímax daquela conversa.

- O pessoal do Arquivo 7 só namora entre si? Ou seja, um SETE só pode namorar com um SETE?

- Não – Magry sorriu – O laço que une os SETES é apenas de amizade, não de amor no sentido romântico clássico entre homem e mulher. É claro que, de vez em quando pinta um clima, mas a maioria dos SETES possui namoradas e namorados que nem conhecem a Filosofia 7.

- De certa forma você é a rainha do Arquivo 7, não é, já que Morganne é o líder...

“Aonde ela quer chegar com essa conversa?”

- Bom, Magry, na verdade não convidei você aqui apenas para falar da Filosofia 7. Morganne já me falou muito sobre isso. Estou pretendendo fundar uma sociedade feminina, e você se enquadra no perfil de mulher que estou procurando.

- Sociedade feminina? De que tipo?

*******

         São Luis, Maranhão, Brasil.

         Stanville é um jovem estudante amigo de Morganne. É um rapaz muito curioso, um verdadeiro SETE, e por morar na capital, tem tido acesso a muitas noticias importantes ligadas às pesquisas do Arquivo 7. Morganne sempre recorre a ele quando precisa de uma informação que a Biblioteca 7 não possui. Recentemente, Stanville recebeu um telefonema de Morganne, pedindo-lhe que investigasse uma pessoa, a professora de Psicologia Sophie Soran.

Stanville visitou alguns colégios e Universidades, até que numa delas encontrou a informação de que precisava. O funcionário da Universidade entregou um endereço ao rapaz, acrescentando-lhe:

- De acordo com os arquivos, ela lecionou por aqui há dez anos. Talvez não more mais nesse endereço.

- Bom, de qualquer forma obrigado.

Agora ele estava diante do endereço informado. E estava surpreso. Havia uma velha igreja ali. Na verdade, eram apenas ruínas históricas, ao lado de um pequeno cemitério. Será que o funcionário tinha se confundido? O jovem refletiu alguns minutos, e quando estava para ir embora, notou alguém saindo do cemitério, um senhor de meia idade.

- Com licença, meu amigo – ele mostrou um pedaço de papel - Poderia me dar uma informação? Este endereço está certo? O nome desta rua é este mesmo?
-  Sim, exatamente. Por quê?
- Ah, então devo ter me enganado. Obrigado.
         Stanville ia saindo, quando algo lhe inquietou. Sem saber explicar o porque, resolveu entrar no pequeno e antigo cemitério. Durante alguns minutos passeou por entre os túmulos, sentindo sempre aquela sensação estranha.

“Deus, o que queres me dizer?”. Cerca de quinze minutos depois ele parou. Estava diante de um túmulo, cuja lápide dizia:

SOPHIE SORAN
1958 – 1980
        
Naquele momento sentiu um arrepio tão forte, que todo seu corpo tremeu. “Que é isso?”. Imediatamente lembrou-se de um versículo bíblico do livro de Jó:


“ENTÃO UM ESPÍRITO PASSOU POR DIANTE DE MIM; ARREPIARAM-SE OS CABELOS DO MEU CORPO.” (Jó 4.15).

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